quarta-feira, 22 de julho de 2009

A indumentária da moda

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!
Mateus 23.25

Minha inspiração para este artigo foi a constatação de que hoje nós chegamos ao mais baixo nível de qualidade dos pregadores/as cristãos. Pessoas que não têm a mínima noção das Escrituras Sagradas tomam conta dos nossos púlpitos, das televisões de nossas casas, das ondas radiofônicas e impõe uma moda de pregação, na qual se percebe muitos gritos, muito apelo emocional, muitos erros gravíssimos de português, e pouca, ou melhor, pouquíssima qualidade dos sermões. Ah! Não posso deixar de mencionar as inúmeras, incontáveis repetições dos mesmo jargões, tão conhecidos por todos nós que temos um pouquinho mais de tempo na igreja.

Estou farto e cansado de ouvir tantas afirmações sobre as Sagradas Escrituras que não estão escritas nelas. Vocês já ouviram sermões baseados num determinado texto bíblico que não se relacionam em absolutamente nada com o texto bíblico lido? Se já, bem vindo ao time daqueles e daquelas que prestam atenção na leitura e explanação da Palavra de Deus e que, criticamente, consideram as afirmações que são impostas como verdades absolutas.

Recordo-me, com saudade, da afirmação de um homem de Deus que ao ser nomeado para a reitoria de uma renomada universidade, recusou o título de “magnífico reitor”, pois segundo ele: “Magnífico, somente o meu Jesus”. Sei que ele não desprezava o título, nem mesmo a posição alcançada, afinal, como disse Rui Barbosa: “Humildade sim. Falsa modéstia, não!”

Todavia, muitos dos pregadores e pregadoras da moda reclamam para si a uma posição de intimidade com Deus e relacionamento com o Criador dos céus e da terra que, segundo eles, pode ser alcançada pela mediação deles e delas. Questiono-me: Não foi contra isso que a Reforma Protestante lutou? O que aconteceu com o Sacerdócio Universal de todos os crentes?

Jesus, advertindo os escribas e fariseus, criticou-os em razão deles manterem o exterior exemplar, mas o interior em constante processo de deterioração. Aqueles que deveriam ser o “exemplo dos fiéis” eram os primeiros a deturpar os princípios do Evangelho e do Reino de Deus.

Pergunto-me: O que será da Igreja de Cristo nos próximos anos? Infelizmente eu não sei! Uma coisa eu sei, se for para seguir essa moda: Eu estou fora! Prefiro entregar minhas credenciais e abandonar o ministério pastoral a me amoldar à moda e pregar palavras de persuasão humana, acrescidas de gritos, berros, e apelos emocionais.

A indumentária da moda parece boa aos olhos, assim como os pratos preparados pelos escribas e fariseus. Contudo, são, internamente, podres. Que Deus nos livre da indumentária da moda e ouça o clamor do Seu povo, que chama pelo Seu nome: Aviva Senhor a Tua obra no meio dos anos! Sara os nossos púlpitos!

Abraços, Pr. Thiago Pacheco

Nenhum comentário:

Postar um comentário