terça-feira, 24 de março de 2009

Crônicas da Vida Moderna - Dá!

DÁ!

Alguém já cantou por aí: “te ver e não te querer é improvável, é impossível”. Pois bem, está aí uma das verdades mais básicas e inerentes ao ser humano; aquilo que as crianças, ainda de colo, expressam com uma simples palavrinha de duas letras: Dá!
Dá! Dá! Dá! É o que queremos, na verdade é só o que queremos, receber, ganhar, lucrar, e por aí vai. Nossa impulsividade, a ânsia de possuir, ainda que o alheio, perpassa nossa existência e coexistência. Pense bem, vamos lá, não seja cínico.
Bom, verdade seja dita, nem todas as pessoas são assim. Há aquelas, que por medo, respeito, coerção, ou seja lá o que for, refreiam esse desejo de dizer: DÁ! Claro que não posso afirmar que são mais felizes que nós, que já nos conscientizamos desse “espinho na carne”, como nos diria São Paulo. Afinal, vivem confinadas dentro de si mesmas, lutando incansavelmente para vencer a tentação de possuir o alheio. Deliram em suas fantasias de dizer: DÁ!; e ouvir: TOMA!
Por que não são como nós? Por que agonizam-se dentro de si, se é certo que esse desejo é eterno? Dizem elas que têm uma tal de consciência, que as orienta sobre o que fazer, como agir, diante da sociedade. Creio mesmo é que essa “talzinha” aí quer mesmo é mandar nessas pobres almas sedentas de satisfazer seu desejo.
Ops! Quem é você? O que? Mas eu já não dei cabo de ti faz tempo? Não! Não quero te ouvir. Me deixe!
Desculpe-me. Era a minha consciência querendo levantar do túmulo.

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