sexta-feira, 16 de abril de 2010

I ENCONTRO REGIONAL DE JOVENS NEGROS/AS METODISTA

07 e 08 de MAIO DE 2010
"Testemunhando os sinais da graça, Resgatando a Negritude na unidade do corpo de Cristo"

Divisa: "Naquele tempo um povo de alta estatura e de pele negra, um povo temido por toda parte, uma nação poderosa que exerce autoridade, cuja terra é sulcada de rios, trará dons a Iahweh dos exércitos, ao lugar onde se invoca o nome de Jah, ao monte Sião" Is 18: 07
Local: ICP-Instituto Central do Povo-Rua Rivadávia Correia, 188 /Gamboa-
PROGRAMAÇÃO -1ª Dia 7 de Maio

17h00min-18h00min Recepção e Credenciamento
19h00min-19h30min - Palavra de acolhida
20h00min-21h40min Mesa: "Não levamos nossa negritude como estigma, mas como benção!"
.Revdo. José Magalhães (SD PENHA)
.Keila (SD- Jovem Inhoaiba)
Frei Tatá (OFM-Seppir São João de Meriti)
.Dayse Gomis (SD- Jovem Nilópolis)- Mediadora
.Andre Guimarães (ABUB/FALE- Metodista Bacia de Anchieta)
.Felipe Pinho (Pres. Federação Metodista de Jovens 1ª Re)
.Pr. Akimi (1ª Igreja Africana do Rio de Janeiro)
21h40min-22h30min Confraternização Musical: Pr.Akimi e Ministro Fernando-1ª Igreja Africana/ RJ
22h30min- Hora de Dormir.

PROGRAMAÇÃO- 2º Dia 8 de Maio
07h30min-08h15min Café da Manhã
08h30min-10h00min Culto de Abertura
. Bispo Paulo Lockmann- 1ª Região
. Bispo Luis Vergílio- 2ª Região
. Bispo Geoval Jacinto da Silva (Oração Inicial)
. Coord. Re. Past. Maria da Fé 1ª Região
- Juventude - Dayse Gomis- 1ª Região
10h30min-12h30min 1ª Mesa: Cristianismo uma Religião de Matriz Africana e a Questão da Intolerância Religiosa
. Revd. Adriano Kilende (CICA- Angola)
. Hernani (CENACORA)
. Cyro Garcia Junior (Juv Past. Com. Racismo 1ª Re)- Mediador
. Revd. Marco Antonio (SD Catete)
. Pr. João Carlos (Fundação Palmares)
.Dr. Rolf de Souza-Antropólogo-(Universidade Federal Fluminense/UFF)
.Pr. Marcos Davi (Igr. Batista-SP - autor do livro: "A religião mais negra do Brasil"

12h40min-13h40min Almoço
14h00min-16h00min 2ª Mesa: "O amor que esta presente na vida de todas as mulheres negras, em todas as nossas casas"
. Revda. Maria do Carmo (Past. CAI-Baixada)
. Diná Branchinni (Referência Nacional Pastoral Afro 3ª Re)
. Jurema Batista (Pres. do Conselho Mun. de Segurança Alimentar)
. Revda Laiza Francisca (Pastora de Cabuis- Nilópolis) - Mediadora
. Suzeti Lima - (Mestre em Educação e Direitos humanos - UERJ)
. Célia (Federação de Mulheres Metodistas 1ª Re)
. Maria da Fé - Fezinha - Teologa e Coord. Pastoral de Combate ao Racismo 1ª RE

17:30min-18:40min- Encaminhamentos e Deliberações
19:00min-22:00min -Confraternização Afrocentrada (Black Music)
Banda Soul de Fato (Ministros Paulinho e Anderson)
Lançamento do Livro Teólogo Hernani (CENACORA)

Inscrição: R$ 15,00
Estaremos recebendo doações para locais com necessidades - Alimento não perecível

Contato: Dayse Gomis (021)2556 9441 (Ramal 9) ou 85240032
E-mail: juv_pastoraldecombateaoracismo@yahoo.com.br
Apresentação Musical 1ª Dia e 2ª Dia
.Banda Soul de Fato
.Banda 1ª Igreja Africana no Rio de Janeiro- Pr. Akimi e Ministro Fernando
Procedimentos para a Inscrição
Realize sua inscrição online, pelo site da Federação Metodista de Jovens: www.femejo.com.br
• Deposite a taxa de inscrição na seguinte conta:
Banco: Bradesco
Agência: 1414-1
C/c:931-8
Nome: Associação da Igreja Metodista
• Enviar cópia do comprovante de depósito para o e-mail juv_pastoraldecombateaoracismo@yahoo.com.br ou por fax (21) 2557-7048 A/c Pastoral de Combate ao Racismo
• Confirmaremos sua inscrição após o cumprimento de todas as etapas acima, até o dia 06 de Maio.

Fonte: http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml;jsessionid=78641B2EF86A17BAA6FE1EDD3265F575?c=9890

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

segunda-feira, 12 de abril de 2010

FAZE-TE AO MAR ALTO...

Lucas 5:1-11

A missão da Igreja não é outra, senão SALVAR VIDAS. O texto presente nos fala da pesca maravilhosa, do grande milagre operado pelo Senhor Jesus. "FAZE-TE AO MAR ALTO E LANÇAI AS REDES".

A grande quantidade se peixes está no fundo, em alto-mar, e não nas margens ou na praia!

Levando para a vida espiritual: é lá no alto-mar que encontramos os excluídos, as prostitutas, os criminosos, o sem Deus e sem esperança.

"Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre, repreende os teus discípulos. Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão" (Lucas 19: 39-40).

Jesus conhecia Pedro, e sabia que ele era um grande profissional da pesca e que seria um instrumento vivo nas mãos de Deus. "Lançai as vossas redes. Mas, Mestre, trabalhamos a noite inteira! Mas, sob a tua palavra..."

O MAIOR MILAGRE DAQUELA HORA : "Você, de agora em diante, vai salvar vidas"...

Depois vamos encontrar Pedro no Dia de Pentecostes, diante dos acontecimentos: Que faremos, varões irmãos? Pedro responde: "ARREPENDEI-VOS, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2: 38).

Agora, Pedro e João na porta do templo, deparando-se com o coxo (excluído da sociedade), que não tinha o direito nem de entrar no templo!

Não temos ouro ou prata... O que temos: "Levanta-te e anda". Sem unção e sem poder, qualquer projeto que a Igreja pretender realizar, com vistas ao reino de Deus, não terá sucesso. Qual o segredo?

I - OBEDIÊNCIA À PALAVRA: Salmo 119: 105; Salmo 1º: 2; Atos 26: 19. A Bíblia é o livro mais vendido no mundo, mais lido e menos obedecido e observado. Quem ouve e pratica a palavra, diz a Bíblia, é considerado como aquele que construiu sua casa sobre a rocha, que é Jesus.

A sociedade está se materializando. É a corrida do ouro: casas, carros, roupas de grife etc. As pessoas querem uma igreja que resolva todos os seus problemas materiais; o céu, a eternidade o futuro estão muito distantes: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6: 33). Há uma completa inversão de valores: primeiro as coisas materiais, e se houver um tempinho vou pensar no reino de Deus.

Deus quer o homem pelo que ele é, e não pelo que possui! "Dá-me, filho meu, o teu coração..." (Provérbios 23:26).

II - ENTREGA: "E, levando os barcos para a terra, deixaram tudo e o seguiram". Romanos 12: O maior sacrifício são os corpos. O culto racional envolve todas as faculdades. Ele é verdadeiro e cheio de vida. Como é difícil deixar, renunciar, quando vivemos numa sociedade consumista. Disse Jesus: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Mateus 16:24). "Entrega o teu caminho ao Senhor..." (Salmo 37:5).

III - PERSEVERANÇA: Veja Jacó no vale de Jaboque (Gênises 32: 2) e a mulher cananéia (Mateus 15:21-28). "aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo" (Mateus 10:22).

Conclusão: Tomemos como exemplo a Igreja Primitiva: "Perseveram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. E em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos" (Atos 2: 42-43).

Reflexão: Você foi chamado(a) para ser um(a) salva-vidas para o Senhor Jesus.

Oremos para que a Igreja cumpra fielmente a sua missão aqui na terra.

No amor do Senhor Jesus.

Pr. Jairo Cardoso

Obrigado caro colega!

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

sábado, 10 de abril de 2010

Afinal, somos todos diferentes. Ou não?

Por Guga Dorea*

Quando o Thiago havia acabado de nascer eu escrevi esse diálogo imaginário ao refletir sobre qual é o olhar que nós, pais, não deveríamos ter em relação à criança com a síndrome de Down ou outra deficiência qualquer.



Hoje ele está com 13 anos, tem a sua própria personalidade e, obviamente, algumas dificuldades, como todos nós, aliás.

Tenho notado, entretanto, que o diálogo criado por mim, naquele rico período do nascimento de meu filho, continua de pé em se tratando da realidade que nos cerca até hoje. Então optei por rever o diálogo e compartilhar com todos que vivem o mesmo dilema ou que ainda não conseguiram superar preconceitos existentes dentro de nós mesmos.

Como deve ser a percepção de um bebê com a Síndrome de Down no momento em que ele veio ao mundo? Em um primeiro instante, pode até parecer irrelevante e mesmo sem sentido começarmos dessa forma um debate sobre a inclusão social nos dias de hoje, sobretudo porque quem discute e define quais são os melhores meios para atingir tal fim é o mundo adulto, supostamente consciente do que escolheu para os filhos em suas vidas cotidianas.

Mas como forma de exercitar o pensamento e a imaginação, insistirei nessa reviravolta propondo ao leitor que siga comigo em uma viagem por uma possível subjetividade e sensações de uma criança “down” em seu primeiro contato imagético com o mundo de fora. Essas poderiam ser as primeiras impressões dessa criança ao se ver conectada aos pais que a geraram. Começo aqui um exercício de pensamento ou, como queiram, um diálogo fictício, porém muito mais real do que podemos imaginar:

Bebê: Não estou compreendendo bem. As primeiras palavras que eu escutei são “que frustração, o filho dos meus sonhos, que tanto idealizei nesses noves meses de gestação, não veio?” Não veio? Então quem sou eu? O que tem de errado comigo?
Pais: Ainda não sabemos, mas o problema é que daqui para frente teremos que super protegê-lo desse mundo que não o entenderá. Mas antes teremos que ter força suficiente para aceitá-lo de fato.



B: Nossa, não me darão nenhuma chance? Ou será que eu terei que ser outra pessoa para ser aceito? Acho que é isso. Vocês já estão dizendo qual é o caminho certo a ser seguido. Senão, terei que ficar aqui escondidinho e no máximo terei a solidariedade dos outros. No máximo, eles e voes mesmos serão tolerantes com a minha possível demora em entender as coisas e me tratarão como um coitadinho que está se esforçando.



P: Nós seremos tolerantes sim, mas você terá que se superar e conseguir viver uma vida a mais normal possível.



B: Ah! Então para que eu seja aceito tenho que entrar no que vocês estão chamando de normalidade. Qual é ela e como eu devo fazer?



P: É isso mesmo. Em toda a história da humanidade sempre houve a sua normalidade. É a regra do jogo. Quem não aceita essas regras é visto como negativamente diferente.



B: Porque diferente? Diferente em relação a que e a quem?



P: O que sabemos é que você não é igual a nós. Você não faz, por exemplo, o que uma criança de doze anos deve e pode fazer. É por isso que nós, pais, estaremos sempre correndo atrás do tempo, criando expectativas e não poucas vezes nos frustrando com a seu desempenho. Você não tem o mesmo tempo, a mesma velocidade e inteligência das crianças normais. Então, quem quer ser incluído deve se apressar para entrar no jogo e, se possível, ganhá-lo.



B: Agora estou começando a entender o que vocês estão querendo dizer. Como vocês mesmo dizem, para que eu seja incluído tenho que ser o máximo possível igual a vocês. O difícil vai ser aprender a ser igual e não mais diferente de vocês.



P: O que mais poderia ser a inclusão social?



B: Só tenho uma perguntinha: vocês todos são iguais? Não há diferença alguma entre vocês?



P: Boa pergunta. É que nós crescemos aprendendo que existe essa separação rígida entre as pessoas. Aí veio você que está do outro lado desse binômio e nos deixou atordoados, sem chão e sem saber o que fazer. E quanto mais velho você for mais difícil vai ser. A escola vai dizer que você não acompanha. Muitos vão dizer que você aprenderá mais em uma escola só para você. Isso porque nessa escola saberão como lidar com o seu problema e você estará entre seus iguais.



B: Quer dizer então que eu sou diferente de vocês, mas tem os meus iguais. E eu só conseguirei ter eles como amigos. Então, nesse mundo que eu estou chegando cada pessoa só vive entre os seus iguais? Agora eu estou começando a entender o porque vocês, lá no fundo, se decepcionaram comigo desde começo e talvez nem vão me dar uma chance para que eu seja diferente de mim mesmo.Por isso, vocês já estão falando que terão que viver em função de minha proteção, pois me vêm como limitado e incapaz para enfrentar esse mundo que eu estou chegando. Vejo em vocês até uma pitada de vergonha inclusive com o meu rostinho.



P: Não é bem assim como você está dizendo. É que nós queremos e desejamos que você faça e aprenda a fazer tudo o que as crianças normais fazem e aprendem. Nosso medo é que você não avance e não mude, fique preso às suas raízes e não tenha uma vida normal.



B: Então só porque eu nasci com a síndrome de Down todo o meu destino está traçado. Serei incluído de verdade se deixar de ser diferente e me tornar um igual? Mas o que é ser igual? Não compreendi também o que é esse transformar que vocês estão falando. É me tornar um igual? Deixar de ser diferente? E vocês? São igualzinhos? Não tem nada que diferencie vocês? Se vocês já são normais e perfeitos, então não precisam mais mudar?



P: Mas entenda bem. Nós queremos o seu bem e, por isso, estamos assustados e inseguros porque teremos que estar sempre correndo atrás do tempo. Não podemos deixar que você escape do trilho.



B: Então estão dizendo que farão de tudo para que eu deixe de ser eu mesmo e me torne outro à imagem e semelhança do que vocês acham que é normal e correto? Que só eu tenho que superar meus limites a todo segundo de minha vida? Tenho que estar provando que sou igual a vocês?

Esse diálogo imaginário foi apenas uma estratégia para mostrar como é possível criar estereótipos mesmo que não haja intenção consciente para tal. Como é fácil alimentar as dicotomias normal/anormal; belo/feio; capaz/incapaz, e muitos outros estigmas, tendo como parâmetro um modelo ideal de sociedade pré-estabelecido, fortemente arraigado na sociedade ocidental.

Mas para quem não confunde integração com inclusão social, no entanto, ter uma criança com a síndrome de Down passa a ser um verdadeiro presente da natureza. Pelo menos em relação aos ”downs” essa mentalidade pessimista está se modificando bastante e felizmente para melhor. Por outro lado, ainda permanece forte a visão da síndrome como deficiência a ser superada ou mesmo doença a ser curada.

Dessa forma, há o risco dessa criança receber, pensando agora no filósofo Espinosa, que viveu entre os anos de 1632 e 1677, afetos tristes, ou melhor, ter maus encontros em seu caminho existencial. Partindo de um outro sentido, no entanto, quem acompanha o ritmo de uma criança com a síndrome, sem criar expectativas quanto a um suposto modelo a ser seguido, passa a ter lições maravilhosas de vida. Correr em demasia impede que a vida flua em nossos corpos. É ver a vida passar sem contemplá-la de fato, como já dizia filósofo pós-platônico chamado Plotino. É não perceber as transformações que ocorrem em nós, como diria também o pré-socrático Heráclito.

“Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos. (…). Não é possível entrar duas vezes no mesmo rio. (…). Aos que entram no mesmo rio afluem outras e outras águas; e os vapores exalam do úmido”.

Trata-se de não pensar mais a vida como um objetivo a ser atingido e viver o ritmo singular de cada um de nós. Não é mais pensar em obstáculos não atingidos e deixar que momentos aparentemente irrisórios e sem importância tenham algum efeito em nosso corpo e mente. Entre um ponto e outro existem infinitos outros que devem e podem ser vividos. Para muitos, entretanto, o importante na vida é acelerar os passos, tornar-se o mais competitivo possível e superar limites ininterruptamente, sem levar em consideração a existência do outro. Há aqueles que fazem isso sem notar, sem levar em conta que a vida foi ficando para trás e criando estigmas a todo instante, mesmo que inconscientemente

Como esse texto começou propondo uma viagem imaginária, termino ele com o pensamento vivo de nosso fictício, porém real, bebê:

- Eu tenho muito a ensinar para vocês. Tenho toda a minha cadência, meu ritmo, meus desejos, interesses, necessidades e dificuldades. Se vocês não me derem uma chance de mostrar a minha potência de vida e investir nela há grandes chances de minha existência se tornar muito triste, minha auto-estima pode cair muito e aí me tornarei mesmo um deficiente. Toda minha potência de vida será bloqueada. Aí vocês dirão que é a culpa é do defeito que vocês insistem em dizer que eu tenho. Eu tenho é uma suavidade própria que pode gerar em vocês novas formas de conceber a existência e as relações de afetos e desejos. Eu não sou o vazio, o nada. Também tenho minha potencialidade criativa que pode gerar afetos e sensações alegres no outro, em uma troca ou espécie de aliança entre diferenças. Afinal, somos todos diferentes. Ou não?

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Guga Dorea é jornalista, Doutor em Sociologia e colaborador da Inclusive. Atua hoje em dia como professor de cursos de pós-graduação em Educação Inclusiva e do curso de especialização em síndrome de Down, organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas (CEPEC), além de pesquisador e articulista nas áreas social, educacional e inclusiva. É também integrante do Instituto Futuro Educação, uma entidade sem fins lucrativos que tem como forma de atuação projetar e propor cursos, seminários e oficinas que abrangem desde a filosofia e a sociologia da diferença até a educação democrática e inclusiva.

Fonte: http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9854

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Escolhas

“Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

Lucas 10.41-42



Quais as escolhas que está fazendo hoje? As prioridades escolhidas hoje são as melhores?



Escolha a ‘boa parte’. Entregue suas muitas preocupações nas mãos de Deus e peça sabedoria e discernimento para eleger suas prioridades.



Revda. Cristiane Capeleti Pereira

Obrigado amiga!

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

sábado, 3 de abril de 2010

Jesus: O Servo Sofredor

Isaías 53

1) O servo sofredor, uma mensagem em Isaías.
O ebed yavé - servo sofredor - seria o grande tema da segunda parte do livro de Isaías (Is 40-55). Ali, como uma figura, é idealizado Israel, Jacó, Abraão, o servo do Senhor. Conforme o texto: “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo, tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Is 41.8-10); “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios” (Isaías 42.1); “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi.” (Is 44.1) “Quem há entre vós que tema ao SENHOR e que ouça a voz do seu Servo? Aquele que andou em trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do SENHOR e se firme sobre o seu Deus. ” (Is 50.10).
Todos esses textos são ora a idealização da figura de Jacó, outras o próprio profeta, mas fica notório que em Isaías 53 a figura do profeta sofredor é uma descrição muito real da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus. Isto é tão verdade para nós cristãos que o próprio Novo Testamento já reconhece isso: o apóstolo João, ao falar da incredulidade dos judeus, usa o texto de Is 53.1, dizendo: “... para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (Cf. Jo 12.38). Mateus, referindo-se às curas milagrosas de Jesus, diz: “... para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.” (Mt 8.17). Nas cartas de Paulo, 1 Pe, são frequentes as citações a Isaías, especialmente a Isaías 53. O hino do servo sofredor para nós cristãos aponta Jesus, o Messias.
2) Elementos do Servo sofredor na vida e ministério de Jesus. Is 53.
Vamos mostrar como o texto forma um "tipo", ao qual Jesus incorpora os traços em sua vida.
a. "Quem creu em nossa pregação?” (Is 53.1)
Isaías não encontrou muitos adeptos em sua mensagem profética e chamou Jerusalém de Sodoma-Gomorra. (Is 1.10). Chamou os sacerdotes de falsos, maus e com as mãos sujas de sangue, dos pobres das viúvas e dos órfãos e exortou-os a: "cessar de fazer o mal". Isaías denunciou a ética maligna que imperava em Israel: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Is 5.20) com a mensagem neste tom, buscando mais agradar a Deus que aos homens, Isaias não conquistou a simpatia dos seus conterrâneos. Por isso, a pergunta que abre o versículo 1, ou seja, um desafio a crer e converter-se e mudar de vida.
Incredulidade é típico da natureza humana, inclusive dos religiosos. Vejamos como Jesus enfrentou isso. No evangelho de João, Jesus tem longas discussões com os religiosos judeus, por causa da incredulidade deles: “Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (Jo 5.45-47). Jesus foi preso, espancado e crucificado por causa da incredulidade dos religiosos, das autoridades e mesmo dos seus discípulos: “Se tu és o Cristo, dize-nos. Então, Jesus lhes respondeu: Se vo-lo disser, não o acreditareis; também, se vos perguntar, de nenhum modo me respondereis.” (Lc 22. 67-68).
Que tipo de mensagem é a nossa? Estamos realmente denunciando o pecado? Chamando ao arrependimento, à conversão, à mudança de vida? Foi isso que Isaías e Jesus, nosso Salvador, pregaram: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse.” (Is 1.18-20). Ou nossa mensagem está sendo mais de promessas e bênçãos, sem conversão, arrependimento e confissão?
b. Não tinha aparência nem formosura... Era desprezado... (Is 52. 2-3)
A sequência mostra o aspecto nada atraente do pregador, do profeta, do servo sofredor, do Messias. Aqui, não se trata de aparência física tão somente, mas o que se enxergava na maneira de viver do profeta. Para ilustrar, tomemos a figura de João Batista . O que diz o texto? “As vestes de João eram feitas de pelos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.” (Mc 1-6). A figura não é atraente, suas vestimentas não eram de linho, nem mesmo de pano de saco, mas de pelo de camelo. Sim, não tinha aparência nem formosura. E hoje? Apóstolos, bispos, pastores correspondem a tal tipo? Ou será que o prioritário para nos é exatamente a aparência? Jesus mesmo vestia-se modestamente, e recomendou a seus seguidores: “...nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.” (Mt 10.10). Quanto aos religiosos judeus, o que Jesus disse não foi nada elogioso: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas, interiormente, estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23.27).
A própria ética do mundo é seduzir as pessoas ao consumo. enfeitando os produtos, criando necessidades que não temos. Vivemos cercados de propaganda enganosa. Para consumir. nos endividamos nos cartões de crédito, e uma conta de R$ 1.000,00, devido aos altos juros, logo se transforma em R$ 2.000,00, tudo por causa do encantamento da aparência. O dinheiro, o consumismo nos engole e ficamos cativos, ajuntando "tesouros" na terra e não no céu, como ensinou Jesus.
c."... ele tomou sobre si as nossas enfermidades [...] o castigo que nos traz a paz estava sobre ele..." (Is 53. 4-6)..
Esta foi a tarefa do servo sofredor, do messias Jesus. Tomar sobre si as dores do povo, as enfermidades, os pecados. Afinal, já dissera o salmista: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.” (Sl 32.3). Jesus encarnou isto: o pecado que torna enfermo o ser humano foi assumido por Jesus através de sua morte que o acompanhou por todo o seu ministério. Jesus lidou com a doença e com o pecado sempre com amor e misericórdia, assim foi com a mulher sirio-felicia, com a mulher adúltera, com Zaqueu e tantos outros. A Igreja primitiva viu nas curas que Jesus operava um aspecto do perfil do servo sofredor como o Messias. Sobre isso, reafirma Mateus: “... para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.” (Mt 8.17). Atos dos Apóstolos demonstra também o uso de Isaías 53 de modo claro: “Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?” (At 8. 32-34).
Paulo, sobre o sacrifício expiatório de Jesus e a justificação dele decorrente, constrói a sua teologia da salvação; vejam os textos seguintes: “E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” (Rm 4.23-25), e “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Co 15. 3-4). O próprio apóstolo demonstra sua comunhão dos sofrimentos de Cristo: “Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.” (Gl 6.17). Por fim , faço minhas palavras as palavras do apóstolo Pedro: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados”. (1 Pe 2.21-24).
Que Deus continue abençoando a sua vida, esta é minha oração.

Em Cristo,

Bispo Paulo Lockmann

Obrigado Bispo Paulo,

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

Fonte: http://www.metodista-rio.org.br/conteudo.xhtml?c=25

As calorias da Santa Ceia

Um estudo sobre a obesidade realizado nos Estados Unidos descobriu que o tamanho e a quantidade das refeições nas diversas pinturas da "Última Ceia" aumentaram com o passar dos anos. Foram analisadas 52 pinturas famosas deste quadro bíblico criadas no último milênio, entre elas a obra de Leonardo Da Vinci, e a conclusão foi de que os alimentos colocados diante de Jesus e dos apóstolos carregam mais tinta em até dois terços. "Não há razões religiosas para as refeições ficarem maiores”, comentou um professor de estudos religiosos – conforme li numa matéria sobre o assunto. Mas, tenho lá minhas dúvidas...

Se os quadros da Santa Ceia “engordaram”, concluo que não seja por uma simples questão cultural destes tempos modernos, hábitos que aparecem na balança. Penso que é um aspecto religioso, e que interfere no colesterol espiritual entupindo as artérias da alma. Começando por aquilo que disse Jesus ao Diabo, que “o ser humano não vive só de pão” (Lucas 4.4), ou à multidão que pensava apenas na barriga: “Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna” (João 6.27). Por outro lado, quando o alimento é motivo para divisões, Paulo sugere um ingrediente: “O Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com alegria que o Espírito Santo dá” (Romanos 14.17). Julgo por aí que, ao exagerarem nas calorias da Santa Ceia, os artistas cozinharam, sim, religião. Agora, se ela é servida num prato proporcional ao das Escrituras, isto já pertence a outro livro de receitas.

O assunto deveria, no entanto, aguçar o nariz nas delícias da Santa Ceia – estas que foram oferecidas pelo Senhor Jesus na medida certa. Caso contrário, esta ceia até pode provocar indigestão. Ou como disse Paulo aos coríntios: “Quando vocês se reúnem, não é a Ceia do Senhor que vocês comem. Pois, na hora de comer, cada um trata de tomar a sua própria refeição. E assim, enquanto uns ficam com fome, outros chegam até a ficar bêbados”. É que os primeiros cristãos celebravam a Santa Ceia durante uma refeição completa, mas a falta de etiqueta, o egoísmo e a extravagância queimaram a panela da comunhão. Por isto o recado: “A pessoa que comer do pão ou beber do cálice sem reconhecer que se trata do corpo do Senhor, estará sendo julgada ao comer e beber para o seu próprio castigo” (1 Coríntios 11.20,21,29).

Na verdade, quando a Bíblia diz que no cálice e no pão, o comungante toma parte no sangue e no corpo de Cristo (1 Coríntios 10.16), isto mostra que a Santa Ceia é muito mais que uma degustação simbólica. Junto, com e sob o pão e o vinho, está presente o próprio Cristo, que disse: - “Toma e come, isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”. Um alimento que vem direto da fonte – daquele que convidou: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome” (João 6.35). Portanto, uma pintura real da salvação que não precisa de acréscimos nas porções dos alimentos.

Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
1º de abril de 2010

Mais uma vez, um brilhante comentário.
Obrigado amigo.

Abrças,

Pr. Thiago Pacheco