sexta-feira, 19 de junho de 2009

Essa moda não pode pegar!

Cito uma reportagem que li: "SÃO PAULO - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse nesta sexta-feira, 20, em São Paulo, que a decisão de derrubar a exigência de diploma de jornalista, tomada pela Corte na noite da quarta-feira, deverá criar um "modelo de desregulamentação" das profissões que não exigem aporte científico e treinamento específico."[1]

Amigos e amigas, essa moda não pode pegar!!

Creio que estamos diante de um retrocesso intelectual. Isso é assustador. Deveríamos estar motivando nossa grande nação brasileira a estudar, refletir, ou seja, pensar! Acompanhei a discussão acerca da desregulamentação do diploma de Jornalismo. Ao ver as reportagens e chamadas sobre o assunto, fiquei a pensar que equívocos acontecem; que nossos ministros e ministras do Superior Tribunal Federal buscavam desburocratizar a produção de qualidade, porém, "desqualificada" academicamente. Contudo, ainda que a intenção tenha sido muito boa, perguntei-me se não estaríamos caminhando em sentido contrário ao da ordem e do progresso (nosso lema!).

Coloco isso, pois a mídia é hoje um dos grandes organismos que gera sentido às pessoas. Sua disputa com outros geradores de sentido é grande, em especial, com as religiões. Não quero me ater a um debate sociológico! Quero defender que, ainda que de forma errônea, a obrigatoriedade do diploma universitário, para uma profissão tão importante, é um fator motivador, ainda que por outras razões, à dedicação de produção intelectual aprimorada (não cito "qualidade", pois esta pode ser percebida mesmo sem formação acadêmica).

Agora, com a reportagem acima citada, assusto-me novamente. Quais serão as outras profissões que terão seus modelos desregulamentados? Se vocês me permitirem vaguear um pouco, por que não imaginar que, se essa moda pegar, em breve teremos dentistas sem formação, médicos sem formação, diplomatas sem formação, teólogos sem formação (apesar de que não consigo imaginar isso)?

Sou, expressamente, contrário à manipulação das pessoas e de seu acesso ao mercado de trabalho pela obrigatoriedade de um diploma universitário. Um diploma não significa, necessariamente, que a pessoa que o possui é capacitada para desenvolver uma determinada função. Mas, certamente, ele nos dá indícios disso!

Teologicamente, nós somos desafiados e desafiadas a incentivar nossas comunidades de fé a progredir holisticamente - corpo alma e espírito (não faço uma tricotomia aqui, é mais uma pontuação pedagógica). Penso que esse tema será usado ainda por muitos defensores da não necessidade de formação teológica para os pastores e pastoras, nesse nosso "Brasilzão".

Termino citando Henry Ford. Desejo que a frase dele nos motive e aos nossos ministros e ministras, do Superior Tribunal Federal, para que a desregulamentação dos diplomas de graduação não pegue!

"Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele".

Deus nos abençoe.

[1]CONCEIÇÃO, Ana. Outras profissões deverão ser desrregulamentadas, diz Mendes. Disponivel em: . Acesso em: 16 de junho de 2009

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