quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pronunciamento do colégio episcopal sobre as eleições nacionais de 2010

Fonte: Documento do Colégio episcopal

Os bispos e bispa da Igreja Metodista, ministros de Jesus Cristo a serviço da Igreja, aos irmãos e irmãs metodistas de todo o Brasil: Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai, de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, e do Espírito Santo, nosso fortalecedor e instruidor! Amém!

Introdução

O Colégio Episcopal da Igreja Metodista, no momento em que todo o país se prepara para as eleições de outubro próximo, sente-se no dever de se dirigir ao povo metodista através desse pronunciamento sobre as eleições de 2010. Buscamos dar as orientações pastorais que julgamos necessárias neste período eleitoral que requer posições conscientes e maduras frente a tantos desafios que chegam para a Igreja como também aos diversos segmentos da sociedade brasileira.

Orientações pastorais do Colégio Episcopal
O Colégio Episcopal dirige-se de maneira pastoral em particular a todos os irmãos e irmãs que, em nossas comunidades, são responsáveis pela formação doutrinária dos/as metodistas, através das diversas ações pastorais. Dirige-se aos segmentos, sejam eles do ministério pastoral ou dos/das lideres leigos/as nas áreas da educação cristã, ação social, evangelização e demais segmentos da igreja que visam a formação integral do povo metodista para a prática consciente da missão de Deus no mundo, por intermédio daqueles que professam o Senhorio de Jesus Cristo em suas vida.
Sob a direção e ação do Espírito Santo, lembramos a todos/as que:
"A Igreja Metodista reconhece que é sua tarefa docente capacitar os membros de suas congregações para o exercício de uma cidadania plena" (Credo Social, seção IV, item 1, p. 9.).
E ainda que:
"O propósito primordial dessa missão é servir ao Brasil através da participação ativa do povo metodista na formação de uma sociedade consciente de suas responsabilidades (Credo Social, seção IV, item 2, p. 9).
Neste sentido acreditamos na democracia como um valor universal. Desta forma:
• Acreditamos que a democracia tem muito a ver com os valores do amor ao próximo, da igualdade, da solidariedade, da participação e da tolerância proclamados e testemunhados pelo Evangelho de Jesus Cristo.
• Acreditamos que a democracia moderna encontra sua grande inspiração nas melhores tradições da Reforma Protestante do Século XVI.
• Afirmamos que todos os regimes autoritários e as ditaduras, que impedem e dificultam as manifestações e a participação plena das minorias sociais de qualquer cor política, são incompatíveis com a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo.
• Afirmamos e conclamamos a participação plena, ativa e consciente de todo o povo no processo democrático.
• Afirmamos que as próximas eleições serão mais um passo decisivo para o estabelecimento da confiança popular nos mecanismos democráticos de alternativa dos governantes e nos meios de controle social das ações dos governos - mecanismos políticos que garantem transferência e substituição dos partidos no governo através do voto popular consciente, livre e soberano (Carta Pastoral "As eleições de 1994").

O Cenário político onde se darão as eleições de 2010
Conhecer o cenário político social econômico onde se dará as eleições é significativo, para que o povo metodista desenvolva uma visão crítica dos acontecimentos políticos dos últimos anos e a atuação política dos candidatos.
"Muitos acontecimentos chamam a atenção de todos nós e devem ser considerados nas escolhas dos candidatos (as) durante as eleições deste ano. Entre eles, vivemos um momento em que a credibilidade do presidente da república atinge altos níveis. Por um lado isso é resultado da conjuntura internacional e da política econômica. Por outro, tal credibilidade resulta também de uma política de elevação da renda das classes populares e da criação de mercados internos que atendem a setores antes excluídos e geram esperanças de vida para muitas pessoas, muito embora tais mercados sejam muito frágeis, porque regionalizados e neles girem capitais muito limitados" (Pastoral "Eleições Municipais, 2008").
Também é oportuno indicar que há uma "série de acontecimentos que estão relacionados à corrupção, abuso do poder econômico, e avanço da lógica voraz do capital, que têm sido constantes no país". É verdade que são notados sinais de esperança, em que os criminosos detentores de grandes somas de capital e de poder de influência na sociedade têm sido investigados e em alguns, ainda poucos casos, levados à julgamento. Mas também é verdade que há muita resistência em relação a isto, principalmente por parte dos setores vinculados ao poder econômico e à parte da mídia comprometida com estes interesses. Isso dificulta a consolidação da democracia e reforça o individualismo típico da "cidadania privada", com seu ideal de que é possível vencer "se cada um fizer a sua parte"
Entendemos que desde o seu início da história do Brasil a classe dominante teve o comportamento de quem apenas deseja explorar as riquezas existentes nesta terra e não construir uma nova nação, firmada nos ideais de liberdade e justiça. Mas é também oportuno lembrar a história de lutas sociais em prol da cidadania e da democracia levada adiante pelos brasileiros e brasileiros nestes cinco séculos, e que o momento em que chegamos hoje é resultado do esforço e trabalho destes que nos antecederam.
Recebemos cotidianamente um volume imenso de informações que nos causam horror, tristeza, medo e indignação, o que se torna elemento gerador da apatia social, com o que perdemos a oportunidade de avançar na construção de um projeto democrático e cidadão pautado na ética e na paixão pela vida. O resultado é que com isso se estabelece certa indiferença do eleitorado.
Estamos assistindo com certa perplexidade as discussões a respeito da implantação da lei da "ficha limpa", que veda a candidatura de políticos com condenação em órgão colegiado. É conveniente reafirmar que esta lei nasceu como fruto das pressões da sociedade civil, que se articulou e propôs o projeto de lei de iniciativa popular, que é expressão da democracia direta. Espera-se que a aplicabilidade desta lei possa contribuir para melhorar a gestão pública.

Um voto com característica cidadã
Como cristãos /ãs e cidadãos/ãs responsáveis perante Deus e comprometidos/as com a paz e a justiça, não devemos ser influenciados a votar de acordo com interesses próprios e que ferem os princípios do Reino de Deus.
Devemos tomar muito cuidado com o voto baseado em soluções momentâneas para os problemas enfrentados pela sociedade. Nosso voto deve refletir a consciência de que as mudanças sociais fazem parte de um processo, no qual é necessário caminhar em conjunto com os vários segmentos da sociedade, visando à preservação de toda a criação e da dignidade humana.
Ter conhecimento do passado do candidato e de seus reais compromissos políticos é o melhor referencial para saber se ele realmente vai cumprir o que está prometendo.
Ser protagonista de um processo eleitoral frente às situações que ameaçam a vida e inviabilizam os valores do Reino de Deus.
Precisamos exercer um voto ético, comprometido com o Reino de Deus, que se afirma em uma plataforma política cidadã em que a vontade soberana do Senhor é vista e sentida na vida de todos os seus filhos e suas filhas. Candidatos/as que a cada eleição se apresentam de maneira diferente, frutos de estratégias de marketing e alianças comprometedoras não são dignos de nosso apoio.
Exercer o voto ético significa, também, que ninguém deve receber nosso voto simplesmente por expressar uma religiosidade evangélica. Antes, devemos recordar que "a fé, se não tiver obras, por si só estará morta" (Tg 2.1). Essa pessoa deve demonstrar, com sua vida pública, competência e seriedade para o cargo. Afinal, a religiosidade exterior não resolve os graves problemas de nosso país, mas sim o exercício da "fé cidadã". Voto é coisa séria! O voto correto se vincula a uma plataforma de governo correta. Isto é, o/a candidato/a que irá receber o seu voto deve ser uma pessoa que mereça sua confiança, acima de tudo por ter uma proposta política para o conjunto da sociedade e estreitamente comprometido com os valores do Reino de Deus.
Precisamos de propostas concretas, como concretos são os problemas de nosso país. Nesta direção, torna-se importante pontuar o protagonismo de muitos movimentos sociais, que se articulam, com muita sabedoria no espaço político, na busca por seus direitos, como ocorre, por exemplo, com movimento de mulheres, de negros, pessoas com deficiência, entre outros. Os candidatos devem ser dignos de nosso voto sempre que apresentem propostas concretas e abrangentes para a solução dos problemas da cidade e da sociedade em seu sentido mais amplo.
O voto ético não se destina a políticos descomprometidos, e sim aos que são "sal da terra e luz do mundo". Ele não é vendido ou trocado por bens materiais, mas "traz vida em abundância". Não se deixa levar pelas aparências, e sim fortalece a verdade que liberta. Ele é consciente e traz à memória o que nos pode dar a esperança de uma sociedade cidadã (Adaptado da Pastoral "Eleições Municipais 2008").

Eleições de 2010
No dia 03 de outubro, em primeiro turno e no dia 24 de outubro em segundo turno, iremos enquanto cidadãos e cidadãs, escolher as lideranças nacionais e lideranças dos estados, além de deputados estaduais, federais e senadores. Como povo de Deus que permanece no mundo, somos chamados ao exercício de nossa cidadania, comparecendo todos e todas em suas respectivas seções eleitorais para a escolha de nossos candidatos e candidatas.
A primeira preocupação que surge neste momento é a respeito da motivação que nos leva ou nos afasta das urnas. Não devemos negar nossa inserção no mundo, deixando de lado o exercício do voto consciente, pois não basta apenas votar em qualquer um, anular ou votar em branco.
Segundo, não devemos tratar o pleito eleitoral como aprovação ou rejeição do atual governo, mas sim uma escolha entre projetos de governo, dos quais, devemos optar por quem tenha o projeto que mais se adéque ao momento atual em que o país está inserido, seja este projeto para o executivo ou para o legislativo.
Devemos escolher a partir de uma análise da história do candidato (a), o que ele (a) apresentou como fruto nas oportunidades em que teve para o exercício de mandato(s) conferido(s) pelo povo e se há ou não algum tipo de envolvimento com casos de escândalos ou corrupção. O projeto "ficha limpa" é um recurso importante
Outro cuidado é com a roupagem que especialistas na área de marketing apresentam aos seus contratantes, pois nem sempre o que se vê nos programas eleitorais ou nos momentos em que os candidatos se apresentam, representam aquilo que efetivamente eles e elas são, por isso a importância de se conhecer a história política dos nossos escolhidos, a fim de verificarmos se esta história se coaduna com os valores do evangelho de Jesus Cristo.
O voto consciente e cidadão é que possibilita a justiça social a ser uma prática no nosso país, apontando para:
- um sistema de saúde que possa atender a todos e todas com qualidade e dignidade necessárias;
- uma segurança pública eficaz, permitindo que todos e todas possamos viver sem medo de serem vítimas de algum crime;
- um serviço social de qualidade, que possa efetivamente tirar as pessoas das situações de vulnerabilidade e risco social;
- uma educação que viabilize o desenvolvimento da vida em sua plenitude para que ninguém mais necessite mendigar o seu pão ou ser vítima de qualquer tipo de violência, tudo isso em conformidade com os valores do evangelho de Jesus Cristo.
- uma lógica econômica que valorize a vida em detrimento do acúmulo desmedido e gerador de desigualdades.
Necessitamos conhecer o que nossos candidatos pensam a respeito desses temas, que atualmente representam clamores de nossa nação, bem como, no caso federal, saber aqueles que se comprometem em realizar as reformas tão necessárias ao país, tais como:
• A tributária, com o objetivo de fazer justiça social,
• Política no sentido de banir os maus políticos, para que não vivamos de denúncia em denúncia e de escândalo em escândalo,
• administrativa, para que o aparelhamento estatal esteja adequado à capacidade tributária do país, fazendo mais com menos, ou seja, gastando com maior eficiência o erário público arrecadado nas três esferas governamentais.
Se nós metodistas brasileiros quisermos mesmo viver o "Novo Céu e a Nova Terra" de Deus, que se dará com a completa implantação do Reino de Deus aqui na terra temos de nos preocupar com estes temas e estar atentos às propostas que estarão sendo apresentadas neste próximo pleito eleitoral.
Que o nosso voto neste próximo pleito eleitoral seja elemento transformador dos sinais de morte em sinais de vida e vida em abundância, através dos políticos que serão eleitos através de nós, para os quais desde já estamos em oração por todos e todas.

Orientações Pastorais aos metodistas para as eleições de 2010.
Cremos que a Igreja de Cristo no Brasil e notadamente os Metodistas devem ser exemplos a serem seguidos quanto à sua conscientização política e voto consciente, para que tal exemplo possa ser propalado a toda a nação brasileira, onde cada cidadão e cidadã tenham real consciência de seu papel e da importância de seu voto nos momentos de escolha de seus candidatos a cargos eletivos, seja em âmbito municipal, estadual ou federal.

Como cristãos/ãs metodistas, somos chamados a servir à Nação brasileira através de nossa participação ativa na construção de uma sociedade democrática. Queremos ter uma sociedade onde se garanta a participação de todos os setores da sociedade no processo de decisão e nos resultados do desenvolvimento econômico. Assim sendo, entendemos que as eleições de outubro deverão contribuir para a caminhada na direção destes objetivos. Para tanto, conclamamos pastoralmente o povo metodista para o exercício de seu voto consciente, observando as seguintes orientações pastorais:
A. Estudo e discussão dos programas dos diversos partidos políticos procurando identificar aqueles que:
• Harmonizam-se com os ensinos de nossa Igreja Metodista;
• Desenvolvem efetivamente sua ação comprometidos com o avanço da democracia brasileira; e
• Buscam a construção de uma sociedade mais justa e solidária.

B. Não basta o exame dos programas dos partidos políticos:
• É necessário o exame da coerência moral e política da trajetória e da história dos candidatos;
• É importante o reconhecimento dos grupos políticos e econômicos que estão interessados na sua eleição;
• Através do debate democrático, é imprescindível a identificação dos/as candidatos/as comprometidos/as com as necessidades e aspirações das classes populares, cujas candidaturas sejam a expressão da vontade de setores amplos da população, e que não se tenham candidatos por interesses outros que não o do bem-estar comum;
C. Conhecimento mínimo do processo eleitoral, visando evitar-se toda e qualquer manipulação do voto popular;
D. Conhecimento mínimo das responsabilidades inerentes aos cargos para os quais os candidatos deverão ser eleitos;
E. O voto não deve e não pode, de forma nenhuma, ser vendido ou trocado por favores pessoais a quem quer que seja;
F, A eleição é um momento de ação cidadã fundamental, participação efetiva na vida do país. Não vote em branco, nem anule seu voto. O voto é também uma proposta de organização do país;
G. O/a eleitor/a não deve deixar-se iludir pela utilização massiva dos meios de comunicação. Deve procurar usar, na plenitude, o seu direito de escolha sem se deixar levar pela "onda" da propaganda política, especialmente veiculada através da televisão e do rádio;
H. As dependências das igrejas locais e de nossas institucionais sociais e educacionais poderão servir como espaço para a informação, reflexão e debate das propostas dos candidatos. Este uso do espaço de nossas igrejas deve visar a conscientização do povo das comunidades onde estão localizados os diversos trabalhos metodistas.
Tal uso deverá ser feito sempre de acordo com o Regimento da Igreja, segundo o disposto no Art. 128item XXV (Cânones, Ed. 2007), ou de acordo com os Regimentos de nossas instituições;
I. Deve ser evitado todo pronunciamento dos e sobre candidatos/as no momento do culto público ou de reuniões específicas da própria Igreja, tais como a Escola Dominical (Carta Pastoral "Eleições de 1994").
J. Ao ministério ordenado da Igreja Metodista cabe, prioritariamente, a tarefa de apoiar e sustentar pastoralmente a ação e a reflexão política dos membros leigos (as). Os pastores e pastoras metodistas devem procurar ajudá-los (as) a concretizar na prática política partidária a mensagem do Reino de Deus e da sua justiça.
K. Os membros do ministério ordenado que se sentirem chamados para a postulação de cargos políticos são instados, por nós, a pedirem licença do ministério ativo. Desta maneira será evitada a partidarização de nossa vida eclesial causada por divergências políticas partidárias envolvendo pastores e pastoras de nossas congregações (Carta Pastoral "Eleições, 1994").

Conclusão.
O Colégio Episcopal conclama o povo de Deus, chamado Metodista, a unir-se em prol de uma sociedade mais justa, lembrando que "o propósito de Deus é reconciliar consigo mesmo o ser humano, libertando-o de todas as coisas que o escravizam, concedendo-lhe uma nova vida à imagem de Jesus Cristo, através da ação e poder do Espírito Santo, a fim de que, como Igreja, constitua neste mundo e neste momento histórico, sinais concretos do Reino de Deus" (Plano Vida e Missão, letra b, item4).
No amor de Jesus Cristo que nos une a todos e todas como: "servos e servas de Cristo", conclamamos a Igreja Metodista a dedicar períodos de oração e jejum em favor da Pátria , intercedendo ao Senhor, nos cultos públicos e em outras reuniões, pelas eleições deste ano. Com toda convicção, advinda de nossa fé no único e verdadeiro Deus proclamamos e declaramos que: "Bem aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor!"

São Paulo, Julho de 2010.

Bispo João Carlos Lopes
Presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista

sexta-feira, 16 de abril de 2010

I ENCONTRO REGIONAL DE JOVENS NEGROS/AS METODISTA

07 e 08 de MAIO DE 2010
"Testemunhando os sinais da graça, Resgatando a Negritude na unidade do corpo de Cristo"

Divisa: "Naquele tempo um povo de alta estatura e de pele negra, um povo temido por toda parte, uma nação poderosa que exerce autoridade, cuja terra é sulcada de rios, trará dons a Iahweh dos exércitos, ao lugar onde se invoca o nome de Jah, ao monte Sião" Is 18: 07
Local: ICP-Instituto Central do Povo-Rua Rivadávia Correia, 188 /Gamboa-
PROGRAMAÇÃO -1ª Dia 7 de Maio

17h00min-18h00min Recepção e Credenciamento
19h00min-19h30min - Palavra de acolhida
20h00min-21h40min Mesa: "Não levamos nossa negritude como estigma, mas como benção!"
.Revdo. José Magalhães (SD PENHA)
.Keila (SD- Jovem Inhoaiba)
Frei Tatá (OFM-Seppir São João de Meriti)
.Dayse Gomis (SD- Jovem Nilópolis)- Mediadora
.Andre Guimarães (ABUB/FALE- Metodista Bacia de Anchieta)
.Felipe Pinho (Pres. Federação Metodista de Jovens 1ª Re)
.Pr. Akimi (1ª Igreja Africana do Rio de Janeiro)
21h40min-22h30min Confraternização Musical: Pr.Akimi e Ministro Fernando-1ª Igreja Africana/ RJ
22h30min- Hora de Dormir.

PROGRAMAÇÃO- 2º Dia 8 de Maio
07h30min-08h15min Café da Manhã
08h30min-10h00min Culto de Abertura
. Bispo Paulo Lockmann- 1ª Região
. Bispo Luis Vergílio- 2ª Região
. Bispo Geoval Jacinto da Silva (Oração Inicial)
. Coord. Re. Past. Maria da Fé 1ª Região
- Juventude - Dayse Gomis- 1ª Região
10h30min-12h30min 1ª Mesa: Cristianismo uma Religião de Matriz Africana e a Questão da Intolerância Religiosa
. Revd. Adriano Kilende (CICA- Angola)
. Hernani (CENACORA)
. Cyro Garcia Junior (Juv Past. Com. Racismo 1ª Re)- Mediador
. Revd. Marco Antonio (SD Catete)
. Pr. João Carlos (Fundação Palmares)
.Dr. Rolf de Souza-Antropólogo-(Universidade Federal Fluminense/UFF)
.Pr. Marcos Davi (Igr. Batista-SP - autor do livro: "A religião mais negra do Brasil"

12h40min-13h40min Almoço
14h00min-16h00min 2ª Mesa: "O amor que esta presente na vida de todas as mulheres negras, em todas as nossas casas"
. Revda. Maria do Carmo (Past. CAI-Baixada)
. Diná Branchinni (Referência Nacional Pastoral Afro 3ª Re)
. Jurema Batista (Pres. do Conselho Mun. de Segurança Alimentar)
. Revda Laiza Francisca (Pastora de Cabuis- Nilópolis) - Mediadora
. Suzeti Lima - (Mestre em Educação e Direitos humanos - UERJ)
. Célia (Federação de Mulheres Metodistas 1ª Re)
. Maria da Fé - Fezinha - Teologa e Coord. Pastoral de Combate ao Racismo 1ª RE

17:30min-18:40min- Encaminhamentos e Deliberações
19:00min-22:00min -Confraternização Afrocentrada (Black Music)
Banda Soul de Fato (Ministros Paulinho e Anderson)
Lançamento do Livro Teólogo Hernani (CENACORA)

Inscrição: R$ 15,00
Estaremos recebendo doações para locais com necessidades - Alimento não perecível

Contato: Dayse Gomis (021)2556 9441 (Ramal 9) ou 85240032
E-mail: juv_pastoraldecombateaoracismo@yahoo.com.br
Apresentação Musical 1ª Dia e 2ª Dia
.Banda Soul de Fato
.Banda 1ª Igreja Africana no Rio de Janeiro- Pr. Akimi e Ministro Fernando
Procedimentos para a Inscrição
Realize sua inscrição online, pelo site da Federação Metodista de Jovens: www.femejo.com.br
• Deposite a taxa de inscrição na seguinte conta:
Banco: Bradesco
Agência: 1414-1
C/c:931-8
Nome: Associação da Igreja Metodista
• Enviar cópia do comprovante de depósito para o e-mail juv_pastoraldecombateaoracismo@yahoo.com.br ou por fax (21) 2557-7048 A/c Pastoral de Combate ao Racismo
• Confirmaremos sua inscrição após o cumprimento de todas as etapas acima, até o dia 06 de Maio.

Fonte: http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml;jsessionid=78641B2EF86A17BAA6FE1EDD3265F575?c=9890

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

segunda-feira, 12 de abril de 2010

FAZE-TE AO MAR ALTO...

Lucas 5:1-11

A missão da Igreja não é outra, senão SALVAR VIDAS. O texto presente nos fala da pesca maravilhosa, do grande milagre operado pelo Senhor Jesus. "FAZE-TE AO MAR ALTO E LANÇAI AS REDES".

A grande quantidade se peixes está no fundo, em alto-mar, e não nas margens ou na praia!

Levando para a vida espiritual: é lá no alto-mar que encontramos os excluídos, as prostitutas, os criminosos, o sem Deus e sem esperança.

"Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre, repreende os teus discípulos. Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão" (Lucas 19: 39-40).

Jesus conhecia Pedro, e sabia que ele era um grande profissional da pesca e que seria um instrumento vivo nas mãos de Deus. "Lançai as vossas redes. Mas, Mestre, trabalhamos a noite inteira! Mas, sob a tua palavra..."

O MAIOR MILAGRE DAQUELA HORA : "Você, de agora em diante, vai salvar vidas"...

Depois vamos encontrar Pedro no Dia de Pentecostes, diante dos acontecimentos: Que faremos, varões irmãos? Pedro responde: "ARREPENDEI-VOS, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2: 38).

Agora, Pedro e João na porta do templo, deparando-se com o coxo (excluído da sociedade), que não tinha o direito nem de entrar no templo!

Não temos ouro ou prata... O que temos: "Levanta-te e anda". Sem unção e sem poder, qualquer projeto que a Igreja pretender realizar, com vistas ao reino de Deus, não terá sucesso. Qual o segredo?

I - OBEDIÊNCIA À PALAVRA: Salmo 119: 105; Salmo 1º: 2; Atos 26: 19. A Bíblia é o livro mais vendido no mundo, mais lido e menos obedecido e observado. Quem ouve e pratica a palavra, diz a Bíblia, é considerado como aquele que construiu sua casa sobre a rocha, que é Jesus.

A sociedade está se materializando. É a corrida do ouro: casas, carros, roupas de grife etc. As pessoas querem uma igreja que resolva todos os seus problemas materiais; o céu, a eternidade o futuro estão muito distantes: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6: 33). Há uma completa inversão de valores: primeiro as coisas materiais, e se houver um tempinho vou pensar no reino de Deus.

Deus quer o homem pelo que ele é, e não pelo que possui! "Dá-me, filho meu, o teu coração..." (Provérbios 23:26).

II - ENTREGA: "E, levando os barcos para a terra, deixaram tudo e o seguiram". Romanos 12: O maior sacrifício são os corpos. O culto racional envolve todas as faculdades. Ele é verdadeiro e cheio de vida. Como é difícil deixar, renunciar, quando vivemos numa sociedade consumista. Disse Jesus: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Mateus 16:24). "Entrega o teu caminho ao Senhor..." (Salmo 37:5).

III - PERSEVERANÇA: Veja Jacó no vale de Jaboque (Gênises 32: 2) e a mulher cananéia (Mateus 15:21-28). "aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo" (Mateus 10:22).

Conclusão: Tomemos como exemplo a Igreja Primitiva: "Perseveram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. E em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos" (Atos 2: 42-43).

Reflexão: Você foi chamado(a) para ser um(a) salva-vidas para o Senhor Jesus.

Oremos para que a Igreja cumpra fielmente a sua missão aqui na terra.

No amor do Senhor Jesus.

Pr. Jairo Cardoso

Obrigado caro colega!

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

sábado, 10 de abril de 2010

Afinal, somos todos diferentes. Ou não?

Por Guga Dorea*

Quando o Thiago havia acabado de nascer eu escrevi esse diálogo imaginário ao refletir sobre qual é o olhar que nós, pais, não deveríamos ter em relação à criança com a síndrome de Down ou outra deficiência qualquer.



Hoje ele está com 13 anos, tem a sua própria personalidade e, obviamente, algumas dificuldades, como todos nós, aliás.

Tenho notado, entretanto, que o diálogo criado por mim, naquele rico período do nascimento de meu filho, continua de pé em se tratando da realidade que nos cerca até hoje. Então optei por rever o diálogo e compartilhar com todos que vivem o mesmo dilema ou que ainda não conseguiram superar preconceitos existentes dentro de nós mesmos.

Como deve ser a percepção de um bebê com a Síndrome de Down no momento em que ele veio ao mundo? Em um primeiro instante, pode até parecer irrelevante e mesmo sem sentido começarmos dessa forma um debate sobre a inclusão social nos dias de hoje, sobretudo porque quem discute e define quais são os melhores meios para atingir tal fim é o mundo adulto, supostamente consciente do que escolheu para os filhos em suas vidas cotidianas.

Mas como forma de exercitar o pensamento e a imaginação, insistirei nessa reviravolta propondo ao leitor que siga comigo em uma viagem por uma possível subjetividade e sensações de uma criança “down” em seu primeiro contato imagético com o mundo de fora. Essas poderiam ser as primeiras impressões dessa criança ao se ver conectada aos pais que a geraram. Começo aqui um exercício de pensamento ou, como queiram, um diálogo fictício, porém muito mais real do que podemos imaginar:

Bebê: Não estou compreendendo bem. As primeiras palavras que eu escutei são “que frustração, o filho dos meus sonhos, que tanto idealizei nesses noves meses de gestação, não veio?” Não veio? Então quem sou eu? O que tem de errado comigo?
Pais: Ainda não sabemos, mas o problema é que daqui para frente teremos que super protegê-lo desse mundo que não o entenderá. Mas antes teremos que ter força suficiente para aceitá-lo de fato.



B: Nossa, não me darão nenhuma chance? Ou será que eu terei que ser outra pessoa para ser aceito? Acho que é isso. Vocês já estão dizendo qual é o caminho certo a ser seguido. Senão, terei que ficar aqui escondidinho e no máximo terei a solidariedade dos outros. No máximo, eles e voes mesmos serão tolerantes com a minha possível demora em entender as coisas e me tratarão como um coitadinho que está se esforçando.



P: Nós seremos tolerantes sim, mas você terá que se superar e conseguir viver uma vida a mais normal possível.



B: Ah! Então para que eu seja aceito tenho que entrar no que vocês estão chamando de normalidade. Qual é ela e como eu devo fazer?



P: É isso mesmo. Em toda a história da humanidade sempre houve a sua normalidade. É a regra do jogo. Quem não aceita essas regras é visto como negativamente diferente.



B: Porque diferente? Diferente em relação a que e a quem?



P: O que sabemos é que você não é igual a nós. Você não faz, por exemplo, o que uma criança de doze anos deve e pode fazer. É por isso que nós, pais, estaremos sempre correndo atrás do tempo, criando expectativas e não poucas vezes nos frustrando com a seu desempenho. Você não tem o mesmo tempo, a mesma velocidade e inteligência das crianças normais. Então, quem quer ser incluído deve se apressar para entrar no jogo e, se possível, ganhá-lo.



B: Agora estou começando a entender o que vocês estão querendo dizer. Como vocês mesmo dizem, para que eu seja incluído tenho que ser o máximo possível igual a vocês. O difícil vai ser aprender a ser igual e não mais diferente de vocês.



P: O que mais poderia ser a inclusão social?



B: Só tenho uma perguntinha: vocês todos são iguais? Não há diferença alguma entre vocês?



P: Boa pergunta. É que nós crescemos aprendendo que existe essa separação rígida entre as pessoas. Aí veio você que está do outro lado desse binômio e nos deixou atordoados, sem chão e sem saber o que fazer. E quanto mais velho você for mais difícil vai ser. A escola vai dizer que você não acompanha. Muitos vão dizer que você aprenderá mais em uma escola só para você. Isso porque nessa escola saberão como lidar com o seu problema e você estará entre seus iguais.



B: Quer dizer então que eu sou diferente de vocês, mas tem os meus iguais. E eu só conseguirei ter eles como amigos. Então, nesse mundo que eu estou chegando cada pessoa só vive entre os seus iguais? Agora eu estou começando a entender o porque vocês, lá no fundo, se decepcionaram comigo desde começo e talvez nem vão me dar uma chance para que eu seja diferente de mim mesmo.Por isso, vocês já estão falando que terão que viver em função de minha proteção, pois me vêm como limitado e incapaz para enfrentar esse mundo que eu estou chegando. Vejo em vocês até uma pitada de vergonha inclusive com o meu rostinho.



P: Não é bem assim como você está dizendo. É que nós queremos e desejamos que você faça e aprenda a fazer tudo o que as crianças normais fazem e aprendem. Nosso medo é que você não avance e não mude, fique preso às suas raízes e não tenha uma vida normal.



B: Então só porque eu nasci com a síndrome de Down todo o meu destino está traçado. Serei incluído de verdade se deixar de ser diferente e me tornar um igual? Mas o que é ser igual? Não compreendi também o que é esse transformar que vocês estão falando. É me tornar um igual? Deixar de ser diferente? E vocês? São igualzinhos? Não tem nada que diferencie vocês? Se vocês já são normais e perfeitos, então não precisam mais mudar?



P: Mas entenda bem. Nós queremos o seu bem e, por isso, estamos assustados e inseguros porque teremos que estar sempre correndo atrás do tempo. Não podemos deixar que você escape do trilho.



B: Então estão dizendo que farão de tudo para que eu deixe de ser eu mesmo e me torne outro à imagem e semelhança do que vocês acham que é normal e correto? Que só eu tenho que superar meus limites a todo segundo de minha vida? Tenho que estar provando que sou igual a vocês?

Esse diálogo imaginário foi apenas uma estratégia para mostrar como é possível criar estereótipos mesmo que não haja intenção consciente para tal. Como é fácil alimentar as dicotomias normal/anormal; belo/feio; capaz/incapaz, e muitos outros estigmas, tendo como parâmetro um modelo ideal de sociedade pré-estabelecido, fortemente arraigado na sociedade ocidental.

Mas para quem não confunde integração com inclusão social, no entanto, ter uma criança com a síndrome de Down passa a ser um verdadeiro presente da natureza. Pelo menos em relação aos ”downs” essa mentalidade pessimista está se modificando bastante e felizmente para melhor. Por outro lado, ainda permanece forte a visão da síndrome como deficiência a ser superada ou mesmo doença a ser curada.

Dessa forma, há o risco dessa criança receber, pensando agora no filósofo Espinosa, que viveu entre os anos de 1632 e 1677, afetos tristes, ou melhor, ter maus encontros em seu caminho existencial. Partindo de um outro sentido, no entanto, quem acompanha o ritmo de uma criança com a síndrome, sem criar expectativas quanto a um suposto modelo a ser seguido, passa a ter lições maravilhosas de vida. Correr em demasia impede que a vida flua em nossos corpos. É ver a vida passar sem contemplá-la de fato, como já dizia filósofo pós-platônico chamado Plotino. É não perceber as transformações que ocorrem em nós, como diria também o pré-socrático Heráclito.

“Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos. (…). Não é possível entrar duas vezes no mesmo rio. (…). Aos que entram no mesmo rio afluem outras e outras águas; e os vapores exalam do úmido”.

Trata-se de não pensar mais a vida como um objetivo a ser atingido e viver o ritmo singular de cada um de nós. Não é mais pensar em obstáculos não atingidos e deixar que momentos aparentemente irrisórios e sem importância tenham algum efeito em nosso corpo e mente. Entre um ponto e outro existem infinitos outros que devem e podem ser vividos. Para muitos, entretanto, o importante na vida é acelerar os passos, tornar-se o mais competitivo possível e superar limites ininterruptamente, sem levar em consideração a existência do outro. Há aqueles que fazem isso sem notar, sem levar em conta que a vida foi ficando para trás e criando estigmas a todo instante, mesmo que inconscientemente

Como esse texto começou propondo uma viagem imaginária, termino ele com o pensamento vivo de nosso fictício, porém real, bebê:

- Eu tenho muito a ensinar para vocês. Tenho toda a minha cadência, meu ritmo, meus desejos, interesses, necessidades e dificuldades. Se vocês não me derem uma chance de mostrar a minha potência de vida e investir nela há grandes chances de minha existência se tornar muito triste, minha auto-estima pode cair muito e aí me tornarei mesmo um deficiente. Toda minha potência de vida será bloqueada. Aí vocês dirão que é a culpa é do defeito que vocês insistem em dizer que eu tenho. Eu tenho é uma suavidade própria que pode gerar em vocês novas formas de conceber a existência e as relações de afetos e desejos. Eu não sou o vazio, o nada. Também tenho minha potencialidade criativa que pode gerar afetos e sensações alegres no outro, em uma troca ou espécie de aliança entre diferenças. Afinal, somos todos diferentes. Ou não?

_______________________________

Guga Dorea é jornalista, Doutor em Sociologia e colaborador da Inclusive. Atua hoje em dia como professor de cursos de pós-graduação em Educação Inclusiva e do curso de especialização em síndrome de Down, organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas (CEPEC), além de pesquisador e articulista nas áreas social, educacional e inclusiva. É também integrante do Instituto Futuro Educação, uma entidade sem fins lucrativos que tem como forma de atuação projetar e propor cursos, seminários e oficinas que abrangem desde a filosofia e a sociologia da diferença até a educação democrática e inclusiva.

Fonte: http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9854

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Escolhas

“Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

Lucas 10.41-42



Quais as escolhas que está fazendo hoje? As prioridades escolhidas hoje são as melhores?



Escolha a ‘boa parte’. Entregue suas muitas preocupações nas mãos de Deus e peça sabedoria e discernimento para eleger suas prioridades.



Revda. Cristiane Capeleti Pereira

Obrigado amiga!

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

sábado, 3 de abril de 2010

Jesus: O Servo Sofredor

Isaías 53

1) O servo sofredor, uma mensagem em Isaías.
O ebed yavé - servo sofredor - seria o grande tema da segunda parte do livro de Isaías (Is 40-55). Ali, como uma figura, é idealizado Israel, Jacó, Abraão, o servo do Senhor. Conforme o texto: “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo, tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” (Is 41.8-10); “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios” (Isaías 42.1); “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi.” (Is 44.1) “Quem há entre vós que tema ao SENHOR e que ouça a voz do seu Servo? Aquele que andou em trevas, sem nenhuma luz, confie em o nome do SENHOR e se firme sobre o seu Deus. ” (Is 50.10).
Todos esses textos são ora a idealização da figura de Jacó, outras o próprio profeta, mas fica notório que em Isaías 53 a figura do profeta sofredor é uma descrição muito real da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus. Isto é tão verdade para nós cristãos que o próprio Novo Testamento já reconhece isso: o apóstolo João, ao falar da incredulidade dos judeus, usa o texto de Is 53.1, dizendo: “... para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (Cf. Jo 12.38). Mateus, referindo-se às curas milagrosas de Jesus, diz: “... para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.” (Mt 8.17). Nas cartas de Paulo, 1 Pe, são frequentes as citações a Isaías, especialmente a Isaías 53. O hino do servo sofredor para nós cristãos aponta Jesus, o Messias.
2) Elementos do Servo sofredor na vida e ministério de Jesus. Is 53.
Vamos mostrar como o texto forma um "tipo", ao qual Jesus incorpora os traços em sua vida.
a. "Quem creu em nossa pregação?” (Is 53.1)
Isaías não encontrou muitos adeptos em sua mensagem profética e chamou Jerusalém de Sodoma-Gomorra. (Is 1.10). Chamou os sacerdotes de falsos, maus e com as mãos sujas de sangue, dos pobres das viúvas e dos órfãos e exortou-os a: "cessar de fazer o mal". Isaías denunciou a ética maligna que imperava em Israel: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Is 5.20) com a mensagem neste tom, buscando mais agradar a Deus que aos homens, Isaias não conquistou a simpatia dos seus conterrâneos. Por isso, a pergunta que abre o versículo 1, ou seja, um desafio a crer e converter-se e mudar de vida.
Incredulidade é típico da natureza humana, inclusive dos religiosos. Vejamos como Jesus enfrentou isso. No evangelho de João, Jesus tem longas discussões com os religiosos judeus, por causa da incredulidade deles: “Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (Jo 5.45-47). Jesus foi preso, espancado e crucificado por causa da incredulidade dos religiosos, das autoridades e mesmo dos seus discípulos: “Se tu és o Cristo, dize-nos. Então, Jesus lhes respondeu: Se vo-lo disser, não o acreditareis; também, se vos perguntar, de nenhum modo me respondereis.” (Lc 22. 67-68).
Que tipo de mensagem é a nossa? Estamos realmente denunciando o pecado? Chamando ao arrependimento, à conversão, à mudança de vida? Foi isso que Isaías e Jesus, nosso Salvador, pregaram: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse.” (Is 1.18-20). Ou nossa mensagem está sendo mais de promessas e bênçãos, sem conversão, arrependimento e confissão?
b. Não tinha aparência nem formosura... Era desprezado... (Is 52. 2-3)
A sequência mostra o aspecto nada atraente do pregador, do profeta, do servo sofredor, do Messias. Aqui, não se trata de aparência física tão somente, mas o que se enxergava na maneira de viver do profeta. Para ilustrar, tomemos a figura de João Batista . O que diz o texto? “As vestes de João eram feitas de pelos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.” (Mc 1-6). A figura não é atraente, suas vestimentas não eram de linho, nem mesmo de pano de saco, mas de pelo de camelo. Sim, não tinha aparência nem formosura. E hoje? Apóstolos, bispos, pastores correspondem a tal tipo? Ou será que o prioritário para nos é exatamente a aparência? Jesus mesmo vestia-se modestamente, e recomendou a seus seguidores: “...nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.” (Mt 10.10). Quanto aos religiosos judeus, o que Jesus disse não foi nada elogioso: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas, interiormente, estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23.27).
A própria ética do mundo é seduzir as pessoas ao consumo. enfeitando os produtos, criando necessidades que não temos. Vivemos cercados de propaganda enganosa. Para consumir. nos endividamos nos cartões de crédito, e uma conta de R$ 1.000,00, devido aos altos juros, logo se transforma em R$ 2.000,00, tudo por causa do encantamento da aparência. O dinheiro, o consumismo nos engole e ficamos cativos, ajuntando "tesouros" na terra e não no céu, como ensinou Jesus.
c."... ele tomou sobre si as nossas enfermidades [...] o castigo que nos traz a paz estava sobre ele..." (Is 53. 4-6)..
Esta foi a tarefa do servo sofredor, do messias Jesus. Tomar sobre si as dores do povo, as enfermidades, os pecados. Afinal, já dissera o salmista: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.” (Sl 32.3). Jesus encarnou isto: o pecado que torna enfermo o ser humano foi assumido por Jesus através de sua morte que o acompanhou por todo o seu ministério. Jesus lidou com a doença e com o pecado sempre com amor e misericórdia, assim foi com a mulher sirio-felicia, com a mulher adúltera, com Zaqueu e tantos outros. A Igreja primitiva viu nas curas que Jesus operava um aspecto do perfil do servo sofredor como o Messias. Sobre isso, reafirma Mateus: “... para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.” (Mt 8.17). Atos dos Apóstolos demonstra também o uso de Isaías 53 de modo claro: “Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador, assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?” (At 8. 32-34).
Paulo, sobre o sacrifício expiatório de Jesus e a justificação dele decorrente, constrói a sua teologia da salvação; vejam os textos seguintes: “E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” (Rm 4.23-25), e “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Co 15. 3-4). O próprio apóstolo demonstra sua comunhão dos sofrimentos de Cristo: “Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.” (Gl 6.17). Por fim , faço minhas palavras as palavras do apóstolo Pedro: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados”. (1 Pe 2.21-24).
Que Deus continue abençoando a sua vida, esta é minha oração.

Em Cristo,

Bispo Paulo Lockmann

Obrigado Bispo Paulo,

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

Fonte: http://www.metodista-rio.org.br/conteudo.xhtml?c=25

As calorias da Santa Ceia

Um estudo sobre a obesidade realizado nos Estados Unidos descobriu que o tamanho e a quantidade das refeições nas diversas pinturas da "Última Ceia" aumentaram com o passar dos anos. Foram analisadas 52 pinturas famosas deste quadro bíblico criadas no último milênio, entre elas a obra de Leonardo Da Vinci, e a conclusão foi de que os alimentos colocados diante de Jesus e dos apóstolos carregam mais tinta em até dois terços. "Não há razões religiosas para as refeições ficarem maiores”, comentou um professor de estudos religiosos – conforme li numa matéria sobre o assunto. Mas, tenho lá minhas dúvidas...

Se os quadros da Santa Ceia “engordaram”, concluo que não seja por uma simples questão cultural destes tempos modernos, hábitos que aparecem na balança. Penso que é um aspecto religioso, e que interfere no colesterol espiritual entupindo as artérias da alma. Começando por aquilo que disse Jesus ao Diabo, que “o ser humano não vive só de pão” (Lucas 4.4), ou à multidão que pensava apenas na barriga: “Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna” (João 6.27). Por outro lado, quando o alimento é motivo para divisões, Paulo sugere um ingrediente: “O Reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente, em paz e com alegria que o Espírito Santo dá” (Romanos 14.17). Julgo por aí que, ao exagerarem nas calorias da Santa Ceia, os artistas cozinharam, sim, religião. Agora, se ela é servida num prato proporcional ao das Escrituras, isto já pertence a outro livro de receitas.

O assunto deveria, no entanto, aguçar o nariz nas delícias da Santa Ceia – estas que foram oferecidas pelo Senhor Jesus na medida certa. Caso contrário, esta ceia até pode provocar indigestão. Ou como disse Paulo aos coríntios: “Quando vocês se reúnem, não é a Ceia do Senhor que vocês comem. Pois, na hora de comer, cada um trata de tomar a sua própria refeição. E assim, enquanto uns ficam com fome, outros chegam até a ficar bêbados”. É que os primeiros cristãos celebravam a Santa Ceia durante uma refeição completa, mas a falta de etiqueta, o egoísmo e a extravagância queimaram a panela da comunhão. Por isto o recado: “A pessoa que comer do pão ou beber do cálice sem reconhecer que se trata do corpo do Senhor, estará sendo julgada ao comer e beber para o seu próprio castigo” (1 Coríntios 11.20,21,29).

Na verdade, quando a Bíblia diz que no cálice e no pão, o comungante toma parte no sangue e no corpo de Cristo (1 Coríntios 10.16), isto mostra que a Santa Ceia é muito mais que uma degustação simbólica. Junto, com e sob o pão e o vinho, está presente o próprio Cristo, que disse: - “Toma e come, isto é o meu corpo, isto é o meu sangue”. Um alimento que vem direto da fonte – daquele que convidou: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome” (João 6.35). Portanto, uma pintura real da salvação que não precisa de acréscimos nas porções dos alimentos.

Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
1º de abril de 2010

Mais uma vez, um brilhante comentário.
Obrigado amigo.

Abrças,

Pr. Thiago Pacheco

terça-feira, 23 de março de 2010

O Sonho de Deus

Atos 2. 42-47; 4.32-35; Fp 2.1-5

Parece estranho dizer-se que “Deus Sonha”. Semelhantemente a nós, que somos “imagem e semelhança do Criador”, Ele sonha. O Seu Sonho é cheio de graça, amor, reconciliação e perdão. É desejoso de paz, relacionamentos afetivos pessoais, familiares e na Igreja.

É bom ter sonhos. Buscar segui-los e alcançá-los. Desde que o “ser humano” não aceitou o seu relacionamento com o Seu Criador, Deus começou a sonhar como “reconciliar-se com o mundo, as pessoas, o Universo”.

Quando eu vejo, analiso e penso na realidade da Igreja vejo que ela está longe do Sonho de Deus. Deus sonhou ter uma Igreja – Corpo Vivo de Cristo – unidade, com respeito uns pelos outros; uma comunidade onde flui o amor e o perdão; ninguém é superior à outra pessoa. Uma “Comunidade”, mais do que Instituição, com menos “burocracia” e mais vida. Comunidade de Fé. Adoração. Solidariedade. Serviço.

Um espaço de “acolhimento”, de levar os fardos uns dos outros, onde busca-se receber, ouvir, não impor, mas testemunhar o Evangelho da graça, do Perdão e da vida que há em Cristo.

Comunidade terapêutica, de cura das memórias, dos relacionamentos, do ser total. Comunidade que não se isola, mas tem a “porta aberta” para receber e sair em encontro das pessoas marginalizadas, abandonadas, sem vida e esperança.

Ele sonha com uma igreja cujo centro da fé é Cristo, a palavra dele seja o fundamento e ele seja o Senhor.

Deus sabe que não há magia... que tudo se consegue com luta e participação de forma progressiva e que o grande desejo Dele – a “nossa santificação pessoal, relacional e social” é conquistada sob a ação do Espírito Santo e o respeito, perdão e mútua cooperação de uns para com os outros.

Nesse momento especial da Igreja Metodista em Pinheiros, Deus está sonhando com vocês... que belo sonho!

Oração – Pai, dá a graça de ser uma igreja conforme os teus princípios, a tua vontade, o teu projeto e os teus sonhos. Isso somente é possível com a tua graça e a plena presença de Cristo em nós e em ter nós. Por Jesus, nosso Senhor, amém!

Reflexão: Como tenho entendido o sonho divino para a minha vida, família, igreja e sociedade?

Revmo. Nelson Luiz Campos Leite

Bispo Honorário da Igreja Metodista

Obrigado Bispo Nelson.

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

domingo, 21 de março de 2010

Carta de Repúdio

Nós, Conselheiras e Conselheiros do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - CNPIR vimos através desta, repudiar a opinião expressada pelo excelentíssimo senador da república sr. Demóstenes Torres, Presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania do Senado Federal, no seu pronunciamento durante a Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF), no dia 03 de Março de 2010, que analisava o recurso instituído pelo Partido Democratas contra as Cotas para Negros na Universidade de Brasília.

Na oportunidade o mesmo afirmou que: as mulheres negras não foram vítimas dos abusos sexuais, dos estupros cometidos pelos Senhores de Escravos e, que houve sim consentimento por parte destas mulheres. Na sua opinião: Tudo era consensual!. O excelentíssimo senador da república Demóstenes Torres, continua sua fala descartando a possibilidade da violência física e sexual vivida por negras africanas neste período supracitado. Relembra-nos a frase: Estupra, mas não mata!!!.

O excelentíssimo senador Demóstenes aprofunda mais ainda seu discurso machista e racista, quando afirma que as mulheres negras usam de um discurso vitimizado ao afirmarem que são as vítimas diretas dos maus tratos e discriminações no que se refere ao atendimento destas na saúde pública. Que as pesquisas apresentadas para justificar a necessidade de políticas públicas específicas, são duvidosas e que nem sempre são confiáveis, pois podem ser burladas e conter números falsos.
Enquanto o estado brasileiro reconhece a situação de violência física e sexual sofrida pelas mulheres brasileiras, criando mecanismos de proteção como a Lei Maria da Penha, quando neste ano comemoramos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, o excelentíssimo senador, vem na contramão da história e dos fatos expressando o mais refinado preconceito, machismo e racismo incrustado na sociedade brasileira.
Por isso, vimos através desta carta ao Povo Brasileiro repudiar a atitude do excelentíssimo senador Demóstenes Torres.

Ao tempo em que resgatamos a dignidade das mulheres negras e indígenas, que durante a formação desta grande nação, foram SIM abusadas, foram SIM estupradas, foram SIM torturadas, foram SIM violentadas em seu físico e sua dignidade. Aos filhos dos seus algozes, o leite do seu peito, aos seus filhos, o chicote. Não nos curvaremos ao discurso machista e racista do Senador! É inaceitável, que o pensamento dos Senhores de Engenho se expresse em atitudes no Parlamento Brasileiro.

Brasília, 05 de Março de 2010.

Amigos/as eu assino em baixo! Não se esqueçam que este ano é ano de eleição. Que tal darmos a resposta nas urnas?

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

A confiança em Deus traz paz ao coração.

"Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti".

Isaías 26. 3


Pra. Miriam Pacheco Loureiro Reis

Obrigado cara colega.

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

sábado, 20 de março de 2010

ERA TUDO O QUE EU GOSTARIA...

No dia do/a pastor/a

Eu desejo abraçar os/as amigos/as, ovelhas, sentir o calor humano que aquece a alma e o coração e recordar os afetos e o carinho de pessoas que se comprometem num “companheirismo de jugo”...

Eu desejo ver o sorriso das crianças, a alegria dos avós e a serenidade dos/as servos/as de Deus que conseguem enxergar a ação divina nas pequenas atitudes...



No dia do/a pastor/a

Eu queria chorar a dor que possa ter provocado em pessoas que pastoreei e chorar a dor, a maldade e a impiedade com que algumas ovelhas me trataram...

Eu queria lamentar como os salmistas fizeram no passado e reafirmar a minha fé e esperança no futuro sob graça de Deus...



No dia do/a pastor/a

Eu não espero ser homenageado, mas chamado de pastor, tão simplesmente chamado de pastor, ou mesmo de bispo, não pelo encargo do cargo, mas pelo carisma do ministério...

Eu desejo ouvir a voz das ovelhas que tão carinhosamente e confiadamente me chamam de pastor...



No dia do/a pastor/a

Eu queria ter a certeza de que as crianças de hoje, bem como meus filhos e futuros netos, que espero ter, encontrem a Igreja Metodista “metodista” e não precisem de inúmeras justificativas para explicar o inexplicável e tampouco terem que buscar outra comunidade de fé que evidencie uma vivência mais saudável e salutar do Evangelho...

Eu gostaria de dizer com toda a tranqüilidade e confiança que a graça de Deus, e não as gracinhas do homem e da mulher, é a base da doutrina, da vida e da missão da “nossa Igreja”...



No dia do/a pastor/a

Eu gostaria de aconselhar as minhas ovelhas para terem cuidado com os falsificadores, os falsificados, os dissimulados e os impiedosos que se vestem de espirituais para enganar e roubar a ingenuidade e a simplicidade das pessoas...

Eu gostaria de expressar sem medo de retaliações e perseguições que alguns modelos estereotipados que se instalaram em nossos apriscos são cismáticos e antagônicos ao modo de ser Igreja Metodista....

Eu gostaria de falar do estilo de liderança autoritário, calculista, frio, ameaçador... Falar de modelos de discipulado... modelos de práticas pastorais... e pedir para que Jesus seja o principal modelo de pastoreio...



No dia do/a pastor/a

Eu espero ver uma igreja acolhedora, terapêutica, solidária, educadora, missionária, libertadora, ministerial e inserida na realidade, ofertando amor em todo o tempo e para todos/as...

Eu espero encontrar os carvalhos de justiça plantados na casa do Senhor, como afirma o profeta Isaías em seus oráculos...



Revmo.Bispo Josué Adam Lazier

Obrigado bispo!

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9825

sexta-feira, 19 de março de 2010

Tempo de gratidão!

“... Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de jubilo, então entre as nações se dizia: grandes coisas o Senhor tem feito por eles, com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós por isso estamos alegres”.

Salmo 126. 2-3

Um momento gostoso em nossas vidas é viver um tempo de festa, alegria e acima de tudo gratidão! Você é capaz de pensar quantas coisas Deus tem feito por você, sua família e pela nossa igreja? Seja grato, isto vai fazer toda a diferença na sua vida! Agradecer é sempre bom! Preste atenção no que Deus está fazendo na sua vida, com certeza você se alegrará!

Rev. Marcos Antonio Garcia

Obrigado caro colega.

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

terça-feira, 16 de março de 2010

A Quem Você Presta Contas?

Prestar contas a alguém significa abrir a sua vida para alguns amigos cuidadosamente escolhidos e de confiança, que lhe dirão a verdade. Eles conquistaram o direito de examinar, de questionar e de aconselhá-lo. Salomão disse: “As feridas feitas por um amigo são melhores do que muitos beijos de um inimigo” (Pv 27:6 NLT). Pense nisso!

“O que se requer destes encarregados é que sejam fiéis.” 1 Coríntios 4:2 NVI

As pessoas que aceitamprestar contas geralmente possuem quatro qualidades. Verifique e veja se você as possui:

1) São vulneráveis – são capazes de saber quando estão erradas e de admiti-lo, mesmo antes de serem confrontadas.

2) São ensináveis – estão dispostas a ouvir, são rápidas em aprender, e estão abertas para receber conselhos.

3) Estão disponíveis – elas são acessíveis; você sempre pode encontrá-las.

4) São sinceras – elas odeiam tudo que é falso; são comprometidas com a verdade independente do quanto ela possa ferir alguém.

Você diz: “Este padrão é muito alto”. Você está certo. É um padrão com o qual o orgulho não consegue lidar e que os egos frágeis não tolerarão. Esses preferem parecer bons em lugar de serem bons!

Não me entenda mal – não estou sugerindo que qualquer pessoa tenha acesso à sua vida. Não, isto é perigoso. Eu disse alguns amigos escolhidos, confiáveis, discipuladores, mentores espirituais, pessoas que conquistaram o direito de andarem ao seu lado, e de fazerem, no momento oportuno, as perguntas certas. Elas darão a você uma nova perspectiva e com sabedoria, ajudarão a manter você nos trilhos. Paulo confrontou Pedro. Samuel confrontou Davi. Quem confronta você?

Fonte: Boletim O Atalaia - CRP12 (Enviado para o site do MAPI por Edson Lapa, presidente do conselho de pastores de Itapevi, SC).

Vivendo esperançosamente

“Quero trazer a memória o que me pode dar esperança”

Lamentações 3.21

A esperança do cristão está fundada na fé, é nela que nos agarramos quando as tempestades se agigantam. Ela nos dá uma certeza ativa e combativa, pois confiamos na força que vem do nosso Senhor e Salvador. Temos a possibilidade de olhar o passado e “trazer a memória” os grandes feitos de Deus em nossas vidas, relembrar quantas foram às vezes em que a fidelidade, e a “misericórdia de Deus são a causa de não sermos consumidos” (Lm 3.22).

Viva sua fé com alegria e esperança, pois o Senhor caminha ao teu lado.

Rev. Ronald da Silva Lima

Obrigado caro colega,

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

segunda-feira, 15 de março de 2010

Colocar-se a serviço do Senhor

"Então disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra.” Lucas 1.38a


O diálogo com Deus deu discernimento a Maria. Com o discernimento ela tomou a melhor decisão: colocar-se a serviço do Senhor! Isto fez dela a mais agraciada mãe.


Revmo. Bispo Stanley da Silva Moraes
Bispo da Igreja Metodista

Obrigado Revmo. Bispo.

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

“Se tu uma bênção”!

“E ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!" Gênesis 12.2

Deus, muito antes de chamar alguém para fundar uma igreja, chama a cada um e cada uma para ser bênção na família, no trabalho, entre os amigos, na sociedade e na igreja.

Nós, cristãos do nosso tempo, não somos nem melhores nem piores que os de ontem ou os que hão de vir. Só precisamos ser cristãos, só precisamos ser bênção!

Revda. Cristiane Capeleti Pereira
Igreja Metodista em Pinheiros - SP

Obrigado cara colega,

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

sábado, 13 de março de 2010

A parábola Avatar

Fui com a família assistir o filme Avatar. Junto com a pipoca, refrigerante, estacionamento, deu uns 70 reais. Meio salgado para a maioria. Mas de vez em quando a gente precisa sair da rotina e sentar na poltrona do cinema. Ainda mais quando trata-se de uma super produção que ganhou três Oscars em categorias técnicas - efeitos visuais, fotografia e direção de arte. Foi a primeira vez que coloquei os óculos futurísticos para ver um filme 3D – efeito três dimensões. A ficção científica resume-se numa guerra entre colonizadores humanos e nativos humanoides pelas riquezas naturais num planeta distante. É o ano 2154 no meio de uma crise energética na Terra. A solução é um mineral no planeta Pandora colonizado pelo ser humano. Mas o minério está no território sagrado dos nativos, e como a atmosfera de Pandora é tóxica para os terráqueos, o jeito foi inventar o avatar – uma criação hibrida que mistura ser humano e nativo do planeta. O avatar tinha a missão de espionar e facilitar a expulsão dos nativos. Mas tudo deu errado quando o ser humano Jake, que virou um avatar, “vira a casaca”, e lidera a revolta dos nativos. No final, Jake transforma-se em herói, salvando Pandora dos gananciosos e cruéis seres humanos.

O filme foi acusado nos Estados Unidos de ser propaganda contra o seu governo, onde os vilões são o general, o exército americano e as companhias exploradoras de minério do subsolo. Os heróis são os nativos, o "povo da floresta", que enfrentam o invasor americano. O recado parece ser este mesmo, sobretudo por aquilo que acontece no Iraque. Na verdade, em qualquer filme, novela, livro, sempre existe uma mente que tenta passar alguma mensagem. E dependendo de quem está no outro lado, a mensagem é interpretada de uma forma bem diferente. No meu caso, filtrei o filme na minha concepção teológica. Bem coisa de pastor. E assim criei no meu imaginário um avatar – Jesus Cristo.

Em Filipenses (2.6,7) está escrito: “Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos”. Acho que foi o diretor James Cameron que se inspirou em Jesus para escrever e dirigir Avatar. Com algumas diferenças, é claro. Mas as semelhanças são interessantes. Jesus deixa o seu reino, torna-se um “híbrido” Deus-homem, vence e expulsa os inimigos – o general Satanás, o exército da morte com suas armas nocivas, e as companhias exploradoras do subsolo da natureza humana. Se para alguns é pura ficção, mito, isto tem explicação: este também é um filme com efeito tridimensional. Sem os óculos da fé apenas se enxerga as imagens da dimensão material. Por isto Jesus disse: “Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos vêem” (Mateus 13.16).

Valeu a pena assistir Avatar. Na saída devolvemos os óculos especiais e voltamos a enxergar as batalhas da dimensão terrena – os perigos do trânsito, a violência, o desrespeito, a ganância... Fiquei pensando: - Ah, como seria diferente se todos tivessem os óculos para enxergar a dimensão do amor de Deus. Mas está já é outra batalha...

Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
11 de março de 2010

Obrigado amigo por compartilhar

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

terça-feira, 9 de março de 2010

Eu sou o Bom Pastor

Texto base: João 10.11

1) Deus, o Pastor do seu povo.

Estamos chegando ao tempo de celebração da Páscoa, e seu memorial recorda que, no Êxodo, Deus demonstrou sua disposição de libertar e salvar o seu povo. Deus restaura a promessa; a Páscoa recorda o cuidado de Deus, por isso Ele é chamado o Pastor de Israel. O Salmo 23 declara isso: "O Senhor é o meu Pastor".

O profeta Isaías, ao anunciar o novo êxodo do exílio, reafirma a figura protetora, libertadora e consoladora do Pastor de Israel: "Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seio; as que amamentam, ele guiará mansamente." (Is 40.11).

Diante desta figura é que Jesus se apresentou como o bom pastor - João 10. Jesus, além de advertir sobre o falso pastor, que é ladrão, que usa, explora, rouba e mata as ovelhas, anuncia quais as características do bom pastor. Tais características são úteis à Igreja hoje, especialmente quando muitos tornam-se pastores da noite para o dia, falam na rádio, na televisão, etc. Precisamos conhecer o(a) verdadeiro(a) pastor(a), para podermos distingui-lo do falso.

No retiro com os Superintendentes Distritais, ouvi algo que sabemos, mas nem sempre praticamos: o grande diferencial da Igreja Metodista em relação a outras Igrejas é o pastoreio. Cuidar das vidas, discipulá-las, resgatar-lhes a Esperança que só Jesus dá. Dar-lhes uma comunidade de fé.

Vejamos:

2) "As ovelhas ouvem a sua voz".

Esta afirmação nos coloca numa situação muito difícil, pois há líderes que não reconhecemos como pastor, mas que têm um "grande rebanho", ou seria grande público? Há diferença? Com certeza. Jesus, por exemplo, teve um grande público, mas poucos seguidores. Há muitas pessoas que não querem ser ovelhas, não querem compromissos, preferem ser enganadas e irem enganando. O bom pastor fala em nome de Deus; não fala para agradar aos seus ouvintes, mas a Deus; a este, as verdadeiras ovelhas, as que de fato querem ser discípulos, querem ter compromisso com Deus, ouvem a sua voz; pois sabem que o bom pastor não fala só de cura e prosperidade, mas também de cruz, sofrimento, luta e vitória. Do caminho estreito que leva à vida, mas também da certeza da vitória em Cristo.



3) Ele conhece, pelos nomes, todas as suas ovelhas.

Aqui está o grande diferencial: Jesus conhece as suas ovelhas. O bom pastor também precisa conhecer as suas ovelhas. Isso significa conhecer qual é a fraca, a enferma, isto é, sabe das necessidades de cada uma, tratando-as com amor. Hoje, o culto para muitos é um show, onde muitos pastores se tornaram animadores de auditório e as ovelhas platéia; são rostos disformes e distantes: como conhecê-los? Como chamá-las pelos nomes? Para esses pastores, acabou-se o pastorado e o pastoreio; seus interesses são outros: a lã, a pele, a carne das ovelhas; são mercenários. Mas o bom pastor continua existindo. O bom pastor conhece as ovelhas pelos nomes, cultiva intimidade, chora com elas, alegra-se com elas. Este é o modelo metodista de pastorado. Pastores que apascentam o rebanho, que amam o seu rebanho, e, se necessário, deixam as 99 no aprisco e vão em busca da que se perdeu.

4) Ele guia as suas ovelhas pelas veredas da justiça.

Cabe ao pastor cuidar e guiar as suas ovelhas. Cuidar é conhecer as necessidades e supri-las, é impedir que a ovelha seja atingida; caso atingida, cuidar das feridas. Mas o bom pastor tem também o cuidado de ensinar o caminho seguro para as ovelhas e conduzi-las ao lugar de alimento abundante: a Palavra de Deus. O bom pastor precisa, como Jesus, ser portador de palavras de vida eterna. (cf. Jo 6.68). O bom pastor, ao conduzir as ovelhas, escolhe o caminho, pois sabe que o certo é estreito, difícil, porém é o caminho da verdade que conduz para a vida (cf. Mt 7.13-14). O bom pastor não ilude a ovelha, deixando-a andar por onde quer, antes, a adverte quanto às suas escolhas na vida; sejam escolhas boas ou más.


5) Ele vai adiante delas e elas o seguem.

O bom pastor é o exemplo de tudo o que ensina. Isso nos recorda o Apóstolo Paulo, quando, falando às suas ovelhas da Ásia Menor, diz: "Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,..." (At 20.18). Ou ainda o que ele recomendou à igreja em Filipos: "O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco." (Fp 4.9). Tenho ensinado e me imbuído que não basta aos pastores e líderes terem a reta doutrina, precisam acompanhá-la da reta prática. Este era o diferencial de Jesus: "Ele ensinava como quem tem autoridade".

As ovelhas não vão seguir um(a) pastor(a) cuja vida não confirma o seu ensino; não basta lançarem desafios de oração, jejum, vida santa, se tais ensino não podem ser vistos em suas próprias vidas. Ele é vanguarda, ele abre caminho para as ovelhas, e as conduz às águas tranquilas, mesmo no vale da sombra da morte ele as acompanha, e mais, vai à frente, mostrando o caminho seguro.



6) Ele dá a vida pelas ovelhas.

O bom pastor tem por prioridade o rebanho. O bem-estar, a cura, a salvação das ovelhas é a prioridade do bom pastor. Quando os guardas vieram para levar Jesus e os discípulos, Jesus se colocou à frente, impedindo que seu rebanho fosse preso em seu lugar: "Sabendo, pois, Jesus todas as cousas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?" (Jo 18.4). "Então lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes; para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste". (Jo 18.8-9).

O bom pastor não somente dá a vida pelas ovelhas, como dá a vida às ovelhas. Quando nos tornamos parte do rebanho de Cristo, deixamos a vida sem perspectiva própria para ganharmos a vida abundante, eterna. Temos futuro também, pois além de desfrutarmos de uma nova vida agora, não tememos mais a morte, pois temos vida eterna, ou como disse o Apóstolo Paulo: "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Rm 8.38-39).

Eis o desafio do ministério pastoral metodista, assim como de cada igreja local: pastorear o povo, o bairro, ao estilo de Jesus, cuidando, amando e, se necessário, dando a própria vida pelas ovelhas, pois: "... quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á". (Mt 16.25).

Bispo Paulo Lockmann

Obrigado Bispo Paulo,

Pr. Thiago Pacheco

Fonte: http://www.metodista-rio.org.br/conteudo.xhtml?c=211

domingo, 7 de março de 2010

Nem com uma flor!

Vivemos tempos terríveis e vergonhosos. Com grande freqüência assistimos a reportagens e, porque não dizer, testemunhamos manifestações de violência contra a mulher. Sem dúvida alguma conhecemos mulheres que já sofreram algum tipo de violência velada ou explícita, física, emocional ou psicológica. Crescem assustadoramente os casos registrados, porém, não podemos nos esquecer daqueles que não são mencionados pela vergonha, o medo e a coerção. Diante disso, o que temos feito? Como você e sua Igreja têm se posicionado sobre essa questão?

Trago essa reflexão com base no cotidiano da vida, de situações que conhecemos; mas também, apresento essa reflexão, esse estudo, com base na Palavra de Deus e na iminente responsabilidade que ela nos apresenta de propagarmos os princípios do Reino de Deus, no qual todos e todas são merecedores de respeito, dignidade e vida plena. Por fim, apresento essas palavras no intuito de relembrar que o Dia Internacional da Mulher (08/03) é mais que uma data comemorativa; esse dia representa a homenagem às aproximadamente 130 mulheres que morreram carbonizadas pela intolerância androcêntrica e pela ganância capitalista desenfreada; bem como, às inúmeras anônimas que diariamente confrontam as adversidades da vida para manter suas famílias, lares e igrejas vivas.
Assim sendo, relembro o que nos diz a carta aos Efésios em seu capítulo 5 versículos de 22 a 33:

As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.

Penso que, antes de tudo, seja necessário ressaltar que este texto foi, infelizmente, interpretado, e ainda o é, de forma errada. Ele não justifica a escravidão, a violência, a anulação de direitos, ou a subserviência da mulher ao homem, da esposa ao marido, da noiva ao noivo, da namorada ao namorado. Penso, também, que seja importante ressaltar que as manifestações impulsivas acerca de tendências machistas sobre o texto, colaboram para que o mesmo seja deixado de lado, o que nos impede de entender os mistérios contidos nas palavras bíblicas. Portanto, eu convido a você que está lendo esse estudo a se despir de conceitos e preconceitos para experimentar a revelação da graça de Deus em você e através de você, sob a perspectiva do Reino de Deus.

O autor bíblico nos oferece uma magnífica construção literária acerca do relacionamento entre a mulher e o homem, entre o marido e a esposa; e ele o faz usando uma ferramenta que nos auxilia a compreender esse mistério, que é a comparação. Ele usa a relação entre Cristo e a Igreja para exemplificar como deve ser a relação entre o casal.

As mulheres, portanto, devem “ser submissas” (υποτασσω) , ou seja, devem render-se ao conselho e organizar-se sob “o controle”, a proteção de seu próprio marido, numa atitude voluntária de cooperação, assumindo a responsabilidade que lhe é devida, rendendo-se à admoestação benévola do esposo, mutuamente concordando sobre a organização e os apontamentos a serem seguidos. Ela deve se sujeitar ao próprio marido da mesma maneira que faz ao Senhor, Cristo, que é o cabeça da mulher e da Igreja; pois o marido é como Cristo, ou seja, ele reflete as qualidades de Cristo, age da mesma forma que o Senhor. Assim, como a Igreja está sujeita a Cristo, esteja também a mulher sujeita ao seu próprio marido, pois este é o “salvador”, o preservador (σωτηρ) do corpo.

Essa primeira parte do texto, e do nosso estudo, já nos aponta alguns caminhos que devemos seguir para testemunharmos os princípios do Reino de Deus. Devemos combater toda e qualquer forma de violência, pois assim como Cristo protege e preserva a Igreja, os maridos devem proteger e preservar o corpo de suas mulheres. Creio que nesse momento seja necessário apresentar um conceito importante: somos seres holísticos . Isso significa que a violência emocional e psicológica são tão nocivas e repulsivas quanto a física. Suas marcas são tão dolorosas quanto as que podemos perceber, ver e tocar, no corpo.

O texto bíblico continua e direciona suas palavras ao marido especificamente. Este deve amar sua mulher tendo por base a mesma maneira que Cristo amou sua Igreja e o amor que ele tem por si mesmo. São dois os parâmetros, o primeiro se revela na relação com Cristo, o Senhor; o segundo na relação consigo mesmo, no mistério do amor ao próximo (Mt 22.37-40). Esse amor (αγαπαω) está relacionado ao gostar muito de alguém, acolhendo e recebendo com alegria e satisfação.

Dessa forma, o marido se entregará (παραδιδωμι) , ou seja, se apresentará em lugar dela, fornecendo o que lhe é necessário, suprindo suas necessidades, doando-se por sua esposa para: Santificá-la (αγιαζω) – consagrá-la e dedicá-la a Deus, como algo sublime; Purificá-la (καθαριζω) pela lavagem (καθαρος) de água pela Palavra (ρημα) – anunciar em viva voz que ela é digna e respeitosa, livre de toda culpa e que suas feridas estão sendo tratadas; Apresentar a si mesmo igreja (καλεω – que recebeu o nome de) gloriosa – alegrar-se em razão de a esposa ser idônea e sem deformidade moral (σπιλος – mácula, ruga e coisas semelhantes).

Essa segunda parte do texto, e deste estudo, nos apresenta a relação intrínseca entre o marido, Cristo e a esposa, sob a perspectiva do mandamento deixado pelo Senhor da Igreja e o cabeça da mulher, o qual é, também, o modelo do marido. O amor acolhedor tem como propósito a consagração, a defesa pública e a auto-satisfação pela idoneidade da esposa. Assim sendo, ambos, mutuamente, se amam, suprem as necessidades e cuidam do relacionamento entre si e com Cristo.

Por fim, o texto apresenta a finalidade pela qual tais palavras foram escritas: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.” O casamento é a maravilhosa ação de compartilhar a vida a dois, sem reservas e sem medo. O ensino bíblico não está motivando ninguém a rejeitar sua herança familiar, nem a renegar pai e mãe, mas está mostrando um caminho excelente no qual a vida é re-criada pela união sadia do marido e da esposa. Serão os dois uma só carne, mostra que suas peculiaridades, as características individuais de cada ser mantém-se, mas são harmoniosamente amoldadas ao novo estado de vida, no qual não são dois, mas um. Nesse processo, a esposa descansa segura sob a orientação do marido e lhe dá a importância e atenção devidas, pois este reflete Cristo.

Finalizando este estudo, desejo reafirmar firmemente que nós, Igreja Metodista, rejeitamos veementemente toda e qualquer forma de violência, velada ou explícita, e que temos um compromisso com o Reino de Deus de proclamar e defender as Boas Novas de salvação para todas as pessoas.

Que o Senhor da vida nos abençoe e conceda a revelação plena da Sua graça, que restaura em nós e através de nós a vida completa que Jesus Cristo deseja nos dar.

Em Cristo,
Pr. Thiago Pacheco
Igreja Metodista em Jardim América
Pastor Titular

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O mundo negro também é nossa paróquia

O Mundo é minha paróquia

“O mundo é minha paróquia", esta frase de Wesley nos inspira a afirmar que neste mês de novembro para nós metodistas: "O mundo negro também é nossa paróquia".

Neste tempo sua igreja pode oportunizar momentos de reflexão para conhecer e ir ao encontro das questões que afetam o povo negro.

O tema que elegemos como Ministério AA-AFRO-3RE é JUVENTUDE NEGRA: mutilada pelas forças dos preconceitos e vulnerável à violência e à criminalidade é o eixo das nossas reflexões, orações e ações.

As organizações de defesa dos Direitos humanos denunciam que está ocorrendo no Brasil um genocídio da Juventude negra. Eis alguns dados:

• A juventude negra consumida pelas forças da exclusão social tem encontrado lugar na periferia das periferias. Nas periferias das escolas, das escolas profissionais e técnicas, das universidades, do mercado de trabalho, dos espaços culturais e de lazer, do sistema de saúde.
• A maioria das mortes por assassinatos é de jovens negros, na faixa de 15 a 24 anos.
• A gravidez precoce ocorre em maior proporção às meninas negras.
• A abordagem policial é racializada e o perfil é o homem negro, ou seja, os jovens negros são mais abordados nas ruas pela polícia do que os jovens brancos.

A exclusão educacional e do trabalho contribui para a marginalidade e sedução das organizações criminosas como também para a ausência de melhores perspectivas de vidas.

As políticas públicas de ações afirmativas para estudantes negros/as é um dos instrumentos de reparação – com 120 anos de atraso - desta situação decorrente da ausência de políticas positivas que deveriam acompanhar a Lei que institui a abolição da escravatura.

Jovens negros/as lutam a cada momento para vencer os desafios impostos por uma sociedade racista e preconceituosa. Alguns, poucos, conseguem entrar e se manter nas escolas e nas universidades. Alguns poucos conseguem um trabalho e salário de melhor qualidade.

A Igreja Metodista pode ser uma voz que anuncia boas novas a esta juventude, pode ser a voz de incentivo e apoio a inclusão educacional da juventude negra.

Não perca esta oportunidade. Proponha atividades voltadas para a conscientização da Igreja sobre sua responsabilidade social e espiritual para com a população negra. Ir ao encontro das questões que afetam o povo negro e declarar que “O mundo negro também é nossa paróquia".

Texto de:
Diná da S. Branchini
Telma Cezar Martins

Fonte: http://3re.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9545

Tragédia no Haiti

A notícia do terremoto que arrasou o Haiti no último dia 12 de janeiro de 2010, especialmente, a capital, Porto Príncipe, chegou fortemente em minha vida. Estive no Haiti há cerca de cinco anos compondo uma comitiva internacional denominada: “Missão de Paz”, sob a liderança de Adolfo Esquivel - Prêmio Nobel da Paz – e, nesse sentido, percorri os principais espaços políticos e sociais desta nação que vem sofrendo há anos uma qualidade de vida subumana.
Foi uma viagem marcante, em especial, pelas experiências adquiridas com esse povo sofrido, mas esperançoso com um dia melhor.

Igualmente, ouvindo os segmentos representativos do país sobre a sua história, de maneira especial, as intervenções, ocupações, o embargo político e intelectual e, nessa esteira, comprometendo a chamada autodeterminação dos povos.

Tenho na minha memória as crianças pelas ruas da cidade à procura de um pedaço de alimento, o impacto da visita aos presídios da capital, a insegurança do povo andando pelas ruas ao som dos tiros disparados, a ansiedade da juventude na busca de uma melhor qualidade educacional e, ainda, a rede hospitalar insuficiente para atender às necessidades básicas da população. Há muita gente morrendo antes da hora e, ainda, uma população marginalizada e sem a dignidade de sua cidadania.

Assim sendo, deparei-me com um título de uma reportagem num dos jornais de grande circulação nacional: “O Haiti já estava de joelhos; agora, está prostrado”. Realmente, este é o cenário deste país que sofre a profunda dor do apagamento de mais de 150 mil pessoas e incontável número de feridos e, do mesmo modo, com uma profunda sensação do desaparecimento de uma nação.

A tragédia registrou a morte de lideranças internacionais importantes que estavam lá prestando solidariedade ao povo haitiano e buscando intensificar parcerias para uma melhor qualidade de vida pessoal, social e ambiental para esse povo. Entre elas destacam-se a médica Dra. Zilda Arns Neumann, idealizadora e coordenadora da Pastoral da Criança e, ultimamente, Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e dois líderes metodistas em missão no Haiti: o Reverendo Dr. Sam Dixon, diretor da Agência de Socorro Humanitário da Igreja Unida (UNCOR) e o Reverendo Clint Rabb, Coordenador dos Voluntários em Missão da Igreja Metodista Unida.
Ainda no ardor dessa tragédia algumas rápidas considerações:

a) Num desastre com essa proporção muitas são as interpretações apocalípticas sobre a tragédia.Devemos ter muito cuidado com as explanações teológicas que estão sendo dadas a esse acontecimento e, na verdade, muitos cercados de preconceitos e descaracterizando o fundamento bíblico do Deus da justiça, da paz, da reconciliação e mesmo com as contingências humanas é o Deus que revela em Jesus Cristo o seu amor à humanidade. Foi muito oportuna a reflexão do Pr. Ricardo Gondim quando ele sublinha: “acredito em um Deus que se relaciona com a humanidade em outras bases. Deus é amor. A bonança e a tempestade são elementos da contingência, espaços para a liberdade. Não creio na teologia da Providência. Aceito que Deus amorosamente participa nas iniciativas de bondade e nos movimentos de justiça que um cataclismo possa desencadear. Não imagino que o Deus de Jesus Cristo possa estar por detrás de um acidente tão horrendo. Ele é luz e interpela homens e mulheres de bem que se façam presentes na catástrofe, minorando o sofrimento dos pobres. Descreio das lógicas que transformam os pensamentos divinos em maldição, Deus é o Deus da paz.”

b) Assim sendo, é quase impossível encontrar palavras para apresentar a tragédia no território haitiano. As notícias que chegam e as imagens que são exibidas dão conta da profunda agonia e do total estado de caos da população no Haiti. Comentando sobre o terremoto no Haiti, o Pr. Israel Belo de Azevedo, em sua mensagem “Prazer da Palavra” de 21 de janeiro de 2010 diz assim: “A chamada “peste negra” devastou a Inglaterra no começo do século 17. De seu escritório na igreja, o pastor John Donne (1572-1631) via os corpos sendo carregados para serem sepultados em valas comuns, como no Haiti de 2010. Então escreveu:

“Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma. Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo. Se uma porção de terra é levada pelo mar, a Europa é levada, como se um penhasco fosse, como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse. Toda a morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade. Então, não queiram saber por quem os sinos dobram: eles dobram por ti” (John Donne – Devotions Upon EmergentOccasions, 1623).

c) No cenário dessa agonia, uma luz brilha, ou seja, a luz da solidariedade de agências humanitárias, ONGs, Igrejas, empresas, voluntários se apresentando de toda a parte do mundo, governos etc. se articulam para oferecer ao povo haitiano a dignidade da vida. Com certeza, somente a solidariedade ativa poderá tirar o povo dessa prostração e colocá-lo em pé para sonhar com o novo dia.

Nessa perspectiva, o povo chamado metodista está sendo convocado para participar desse movimento de solidariedade em favor do povo haitiano e a reconstrução desse País.
Igualmente, reafirmamos a nossa confiança na graça transformadora de Deus, mesmo diante da ambigüidade da vida.
Em oração em favor dessa nação.
Com fé, esperança, solidariedade e amor.

Adriel de Souza Maia - Bispo na 3ª Região Eclesiástica

Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9771

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Coisas estranhas

No domingo do Carnaval assisti “O Estranho Caso de Benjamin Button” – filme que conta a vida de um sujeito que nasce envelhecido e com o passar do tempo rejuvenesce. A bizarra história deste homem que vive uma vida inversa no tempo, até virar bebê e morrer no colo da mulher amada, faz a gente ver que é melhor assim, nascer novo e morrer velho. Diferente da propaganda que passa a idéia da eterna juventude. Por isto tanta gente de corpo sarado mas lelé da cuca. Não que seja errado proteger-se do envelhecimento. Mas chega a hora que nenhuma mágica, botox ou plástica resolve. E daí a realidade do Salmo 90: “Só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições” (v.10).

Por isto a oração neste salmo: “Senhor, faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (v.12). No entanto, por ser a vida curta, muita gente faz o contrário – deixa de ter um coração sábio. E tenta aproveitar o que pode de Carnaval a Carnaval, sem se dar conta que o obeso Momo deixa na avenida as cinzas de inconseqüências, insanidades, loucuras. Mas ele faz o que lhe compete, pois, segundo a mitologia grega o deus Momo foi expulso do Olimpo para ser na Terra o rei dos loucos e zombar dos humanos. Foi isto outra vez neste trágico feriadão.

E então outra estranheza: as Cinzas após o Carnaval – esse período religioso da Quaresma que contempla um rei coroado no Calvário. Não é uma absurda contrariedade? A festa da folia versus a contemplação da cruz? Não é esquisita a coroa da glória na cabeça do rei da loucura, enquanto a coroa de espinhos ferindo aquele que espontaneamente envelhece para oferecer nova vida? Não é maluquice o deus zombador escolhido como anfitrião do maior espetáculo da Terra, enquanto o Senhor da Terra ser zombado e rejeitado? Troca-se o duradouro pelo fugaz, a eternidade pela finitude.

Mas o apóstolo Paulo reconhece que os seguidores do Momo têm a mesma impressão sobre os seguidores de Cristo: “De fato”, diz ele, “a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para os que estão sendo salvos, é poder de Deus” (1 Coríntios 1.18). Mas então, quem está certo da cabeça? Paulo responde: “Pois aquilo que parece ser loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte que a força humana” (1 Coríntios 1.25).

E aí vejo Jesus parecido com Benjamin Button, que nasce velho e fraco, fica bonito e morre novo. Isaías lembra: “Ele não era bonito nem simpático (...) Era alguém que não queremos ver” (53.2,3). Jesus percorre o caminho inverso da vida, do velho para o novo, morre quando deveria estar nascendo. Tudo para ser a própria ressurreição e o maior espetáculo do mundo. Pois “quando o corpo é sepultado, é feio e fraco; mas quando for ressuscitado, será bonito e forte” (1 Coríntios 15.43).

São ou não são coisas estranhas que faz a gente pensar?

Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
18 de fevereiro de 2010

Obrigado colega pela inteligente publicação.

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Há lei? Ô, se há!

No último dia 24 Celebramos o dia da Constituição. É bem possível que você nem soubesse que esse dia existe, nem mesmo que ele é lembrado e celebrado nos calendários litúrgicos. Sem dúvida, o fato de termos reservado em nossas agendas um dia como este nos impele a refletir sobre o que é a Constituição, para que e quem ela serve, e se de fato celebrar o seu dia é uma mera formalidade ou um gesto pátrio de homens e mulheres que reconhecem em suas propostas o desejo ímpar de promover e defender a vida de todas e todos. Concomitantemente, temos muito próximo o Dia da Não-Violência, celebrado em 31 de janeiro. Penso que não é coincidência que esses dois dias sejam lembrados tão próximos um do outro. Fato é que suas menções são importantes, principalmente como fonte de esperança de dias melhores à todas as pessoas que acreditam que este ano que se inicia será melhor, mais proveitoso, mais generoso e acalentador. Por isso, ao dizermos: “Há lei? Ô, se há!”, reafirmamos que acreditamos na vida e em todos aqueles que a defendem e promovem, não pela imposição da lei, mas com o auxílio dela.

Acredito que o Artigo 5 da nossa Constituição seja o mais conhecido, não só no meio jurídico, mas entre todos nós que somos leigos no assunto das leis, mas que de alguma maneira nos importamos com ela, pois vemos nela um poderoso instrumento de promoção e defesa da vida digna e igualitária para todas as pessoas. Não desejo citar cansativamente o texto da nossa Constituição, porém apenas o artigo 50 e seu inciso III dado o motivo deste artigo. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da lei: (...) ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;”

Um ano que se inicia traz consigo o desejo e a esperança de dias melhores. Costumamos dizer que as coisas por aqui no Brasil só começam mesmo após o Carnaval, sei que para muitas pessoas em muitas situações isso é verdade, todavia, este ano já começou para milhões de brasileiros e brasileiras que, privados da abrangência das tão belas palavras acima citadas, são alvo da violência velada ou explícita e, em razão disso, se perguntam: Há lei? Talvez por desconhecimento de seus direitos e do texto constitucional, talvez por negligência das autoridades competentes; fato é que essas irmãs e irmãos de pátria precisam de palavras de esperança e solidariedade no momento da dor, da perda, do sofrimento e do luto. Essas pessoas precisam que homens e mulheres que acreditam e defendem a vida, assim como a promovem , pela ação cidadã, a retirada das palavras constitucionais do papel, implementando-as à realidade cotidiana das famílias brasileiras.

Isto é a Constituição Federal, uma fonte de vida e esperança descrita na forma de lei. Por isso ela foi escrita, para garantir que a justiça restauradora suplante a coerciva e gere assim incontáveis situações de Não-Violência para aquelas e aqueles que são alvo dessa justiça, ou seja, todas as mulheres e todos os homens desta “Pátria amada, mãe gentil”. Celebrar esses dias tão importantes não é mera formalidade, mas um ato de recordar que a vida supera a morte e que juntos podemos construir um ano melhor, um país melhor, uma vida melhor para todos nós.

Que Deus seja conosco!

Um abraço fraternal,
Pr. Thiago Pacheco

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Jesus vem ao nosso encontro.

Texto: Lc 4.16-30

O evangelho de hoje conta que Jesus foi para Nazaré, lugar onde ele foi criado desde a sua infância até os 30 anos. Ali, ao longo de todo esse tempo, acompanhou sua mãe nos afazeres de casa e, seu pai, na carpintaria. Ele era conhecido de todos e esteve em contato com todos ao longo de todos aqueles anos. Depois do milagre das bodas em Caná, ele desceu com sua família para Cafarnaum, onde passou não muitos dias. Agora, ele retornou a Nazaré com a fama dos seus feitos já correndo entre eles.
Assim que chegou em Nazaré, foi à sinagoga conforme seu costume. As sinagogas tinham leitores oficiais: Normalmente era um homem competente, membro da sinagoga, que fazia as leituras. Eles liam primeiro uma porção do Pentateuco e, depois, uma dos Profetas. O Pentateuco era lido, sem comentários; mas, a leitura dos Profetas poderia ser seguida de comentários, se o leitor assim o quisesse. O leitor ficava em pé, enquanto lia e, assentado, quando fazia seus comentários.
Os livros estavam em pergaminhos, e eram conservados em rolos. Jesus leu o rolo do profeta Isaías. Ele não pediu esse rolo; este foi-lhe dado. É uma divina coincidência ler o profeta Isaías, que é considerado o evangelista entre os profetas. Ele procurou a porção que queria ler. A leitura era feita pausadamente em hebraico e, depois, era feita a tradução para o aramaico.
Jesus começou a ler: O Espírito do Senhor está sobre mim. Isso foi visto, de modo excepcional, no seu batismo, quando o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba. Jesus foi Ungido para o mais elevado trabalho: Pregar as boas novas aos pobres. Os pobres aos quais o termo aqui se refere são aqueles que têm a atitude de profunda humildade e vazio diante de Deus, que sabem que nada podem oferecer a Deus e que só podem parar diante da graça de Deus e serem enchidos por ela. É a atitude da verdadeira contrição da qual falou João Batista e na qual Jesus tanto insistiu em todo o seu ministério.
Depois, na seqüência do texto, os pobres são comparados a cativos. A imagem não é a de prisioneiros numa jaula; mas de prisioneiros de guerra que são levados ao exílio pelos conquistadores. Assim, o texto descreve a ação do diabo, que toma os homens como cativos, de maneira que não podem escapar por meios próprios. Jesus tem a missão de proclamar libertação a esses cativos. A palavra libertação usada aqui é empregada em todo o novo testamento para designar perdão dos pecados. O anúncio da mensagem de Jesus não é o de uma mensagem vazia, de uma promessa falsa, fantasiosa, não é uma palavra de ordem e de lei que os cativos têm que cumprir; não requer esforço deles, pois eles não podem fazer nada. É uma sentença, uma notícia, que transfere esses cativos de Satanás para o reino de Deus, por causa da obra redentora de Cristo.
“A restauração da vista aos cegos” é uma outra figura que traduz o estado de pobreza do ser humano diante de Deus. Aquelas pessoas para as quais Jesus estava falando conheciam a palavra de Deus, mas que foram obscurecidas pelo pecado e conduzidas às trevas do paganismo.
A figura dos pobres ainda é qualificada como quem é comprimido e estilhaçado pelo pecado. O pecado é o fascínio mais ilusório que alguém pode ter, pois não faz o ser humano feliz; não o promove, nem liberta; mas, aprisiona, aperta e estilhaça a vida da pessoa. Por isso, o trabalho do Salvador é garantir perdão, fortalecer a fé e dar liberdade. Ele restaura a alegria e dá a paz. Isso é o que significa pôr em liberdade os oprimidos.
Jesus veio para Apregoar o ano aceitável do Senhor. Essa era a tarefa áurea do Messias. O ano aceitável do Senhor é uma referência ao fato que, no Antigo Testamento, a cada 50 anos, as dívidas eram perdoadas, os escravos eram libertados, as propriedades vendidas sob penhor eram devolvidas. Era chamado de ano da graça de Iahweh. Isaías chama de ano aceitável. Isso é o resultado do que Jesus veio trazer: Ele veio pregar que o ano aceitável do Senhor chegou, e Ele estava ali para levá-lo a efeito. É por isso que ele disse: Hoje se cumpriu as Escrituras que acabais de ouvir. O que estava acontecendo é que a própria Palavra, Cristo, estava lendo a Palavra para eles.
Jesus passou a ensinar-lhes. O que ele estava falando, certamente, era conhecido deles; mas, a incredulidade tinha fechado seus corações. O que fez com que aqueles homens rejeitassem a Jesus foi o fato que as palavras de graça e sabedoria incomparáveis que ouviram vieram dos lábios de um nazareno que eles conheciam muito bem, tanto que eles mencionaram a família de Jesus e a ocupação de José. Apesar de todas as suas palavras atrativas, eles não poderiam crer que ele era o Messias.
Jesus, então, colocou o dedo na ferida da sua insatisfação. Ele demonstrou a sua onisciência, conhecendo os pensamentos de rejeição e incredulidade deles. Em outras palavras, ele disse: Está mais uma vez provado por vocês, nazarenos, que um profeta não é aceito na sua própria terra, como não estou sendo aceito por vocês aqui, onde eu vivi. Vocês deveriam ser os primeiros a crêem em mim, mas são os primeiros a me rejeitar por completo.
Ele continuou falando. Lembrou a história de dois grandes profetas do Antigo Testamento: Elias e Eliseu, por meio dos quais Deus fez dois grandes milagres que beneficiaram pessoas estrangeiras. E isso quer dizer que as dádivas da graça de Deus não são recebidas por causa da nacionalidade ou qualquer outra coisa externa. Nada, nem ninguém, vão coagir Deus a agir. Ele distribui as suas dádivas não de acordo com o mérito humano, mas de graça e por bondade.
Jesus tinha vindo para Nazaré com propósitos claros de anunciar a palavra de Deus ali. Mas, os nazarenos eram presunçosos e concluíram por levar Jesus para fora, para o alto de um monte, para de lá o precipitarem. É interessante que eles não se incomodaram de tentar matar Jesus num sábado. O texto nos dá a entender que Jesus andou calmamente pela multidão sem ser molestado por ela. Como ele fez isso? Com o seu poder onipotente. O evangelista Mateus acrescenta que Jesus não pôde fazer sinais ali por causa da incredulidade deles. O texto conclui, dizendo que Jesus se retirou dali. Esse fato é dramático! Depois disso ele desceu para Cafarnaum e ensinava a palavra de Deus. Baseados no texto do evangelho, queremos meditar sobre o tema: Jesus vem ao nosso encontro.
O sermão de Jesus denunciou a situação de pobreza dos nazarenos. As palavras que leu dirigiam-se a eles. O seu convite de graça, misericórdia e amor também. Jesus os chamou – pobres, cativos, cegos e oprimidos - a virem a ele em sincera humildade e penitência. Qual foi a reação daqueles homens? Rejeitaram por completo a Jesus e ao seu convite. Mostraram seu coração arrogante, presunçoso, de quem não se acha pobre e carente diante de Deus, de quem pensa que não precisa do salvador. Jesus queria que a sua palavra se cumprisse não apenas nos ouvidos, mas nos corações daquelas pessoas. Infelizmente, seus corações estavam endurecidos. Qual a desculpa com a qual rotularam a sua incredulidade e rejeição a Jesus? Ele era Nazareno, conhecido de todos. A inveja, a arrogância e a dureza de coração daquelas pessoas vieram à tona. Eles estragaram o resultado das palavras de graça de Jesus, rejeitando-a totalmente.
Que atitudes nossas nos assemelham aos nazarenos do texto? O fato de não nos reconhecermos pobres, cativos, cegos e oprimidos, e não reconhecermos que Jesus vem ao nosso encontro para nos socorrer e ajudar. Por vezes, nossos corações são tomados de dureza, impenitência, incredulidade. Também, por vezes, rejeitamos o convite de Jesus de vir a ele vazios e nos colocarmos diante da sua graça para sermos por ela preenchidos. Impedimos que a palavra de Jesus se realize em nosso coração, deixamos de ouvi-la com reverência, atenção e regularidade, e nos escondemos atrás de desculpas, tentando diminuir nossa condição pecaminosa. Assim, também estragamos os resultados da palavra de Jesus.
Os nazarenos foram lembrados por Jesus que, seus antepassados, rejeitaram os profetas de Deus. O problema é que eles não estavam rejeitando a pessoa que prega a palavra, mas o próprio Deus. Também agimos assim quando não aproveitamos as oportunidades de ouvir a palavra de Deus, quando deixamos de vir a Igreja para participar dos cultos, quando deixamos passar momentos importantes nos quais Deus quer falar ao nosso coração pela palavra. Assim o povo de Nazaré, que tinha o Salvador diante dos seus olhos, fechou as portas para
a pregação de Jesus, e Jesus retirou-se dali. Por isso, não tinham que culpar ninguém, senão a si mesmos, caso a condenação lhes sobreviesse. Nós também temos o Salvador diante dos nossos olhos nas muitíssimas oportunidades que Deus nos dá de termos acesso à palavra e sacramentos, e se o rejeitarmos, não temos que culpar ninguém outro, senão a nós mesmos, caso a condenação nos sobrevenha.
Jesus foi a Nazaré com o propósito específico de anunciar a boa notícia da salvação aos nazarenos. Ele foi levar a mais excelente notícia aos pobres: Eles tinham, diante de si o Salvador, que veio libertar os cativos, dar a vista aos cegos, dar liberdade aos oprimidos e anunciar que a graça e o amor de Deus estavam ali, diante dos seus olhos. Essa mais maravilhosa notícia também vale para nós: Jesus vem ao nosso encontro! Aquele nazareno é o Salvador do mundo, que deu a sua vida para resgatar, livrar e salvar todos nós. A incredulidade e dureza de coração, tão comuns ao nosso coração, são arrancados pelo poder extirpador do perdão dos pecados, conseguido pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ali estava o Verbo que se fez carne e que deu a sua vida à morte de cruz e ressuscitou para que os pobres, os cegos, os cativos, os oprimidos – todos nós – recebamos perdão, vida e salvação.
Jesus vem ao nosso encontro. Como ele faz isso? Através dos meios que ele escolheu: O Batismo, a Pregação da palavra de Deus e a Santa Ceia. Ele nos dá muitas e ricas oportunidades para termos acesso a esses meios: Cada culto, estudo bíblico, cada momento de leitura da palavra de Deus, é uma oportunidade extraordinária para ouvir o Salvador falar ao nosso coração. A maior motivação para virmos a Igreja e para mantermos um programa de leitura diária da palavra não é cumprir uma formalidade religiosa ou fazer boa obra para conquistar o favor de Deus; mas aproveitar da melhor maneira o momento rico de encontro com o nosso salvador; nós - pobres, cativos, cegos, oprimidos, - com o Salvador, que se fez pobre para nos enriquecer, que nos liberta de toda a escravidão que o pecado quer nos impor, que nos livra da cegueira da incredulidade e nos dá a liberdade das amarras do pecado que tanto nos oprimem e estilhaçam.
Assim, Jesus foi ao encontro dos nazarenos e manifestou a sua glória a eles. Eles o rejeitaram, e Jesus retirou-se dali. Jesus vem diariamente ao nosso encontro, na palavra e sacramentos. Qual será a nossa reação? Queremos acolhê-lo em sincera humildade, arrependimento e fé, suplicando que ele permaneça entre nós e realize em nós o seu trabalho: Perdoar nossos pecados, fortalecer a nossa fé, dirigir e guiar a nossa vida e equipar-nos para o serviço em seu reino. Que Deus nos ajude. Amém!

Rev. Silvio F. da Silva Filho
Igreja Evangélica Luterana do Brasil - Paróquia Paz de Vila Velha
Cristo para Todos - Compartilhando Experiências da Vida Com Deus
Vila Velha - ES

Obrigado caro colega.

Abraços,

Pr. Thiago Pacheco