domingo, 15 de novembro de 2009

SOBRE O ESPÍRITO SANTO - parte 1

Pregado na Igreja de St. Mary, Oxford, no Domingo de Pentecostes, 1736.
"Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade".
(2 Coríntios 3.17)

O Apóstolo mostrou como a ministração do Evangelho foi superior àquela da lei: O tempo agora chegou, quando tipos e traços deverão ser colocados à parte, e nós seremos convidados, para nosso dever, através dos motivos valorosos e sinceros de uma revelação clara e completa, da parte de Deus, franco e livre, e não, afinal, dissimulado por seus embaixadores. Mas o que ele principalmente insiste é, não na maneira, mas no assunto da ministração deles: "Quem nos torna ministros capazes", diz ele, "do Novo Testamento: Não da letra, mas do Espírito: Porque a letra mata, mas o Espírito dá vida". Aqui se coloca a grande diferença entre as duas dispensações: Que a lei foi, de fato, espiritual em suas reivindicações, requerendo uma vida consagrada a Deus, na observância de muitas regras; mas, não transportando assistência espiritual, seus efeitos foram apenas matar e mortificar o homem, fazendo com que ele entendesse que ele necessitaria estar em um estado de grande depravação, uma vez que ele achou difícil obedecer a Deus; e que, assim como as mortes pessoais foram, através daquela instituição infligida para os pecados pessoais, assim a morte, em geral, foi conseqüência de sua pecaminosidade universal.

Mas a ministração do Novo Testamento foi a de um "Espírito que dá vida", - um Espírito, não apenas prometido, mas verdadeiramente concedido; que tanto capacitaria cristãos agora a viverem junto a Deus, e cumprirem os preceitos, ainda mais espirituais do que o primeiro, quanto restaurá-los, daqui por diante, para a vida perfeita, depois das ruínas do pecado e morte. A encarnação, pregação, e morte de Jesus Cristo foram designadas a representar, proclamar, e nos adquirir este dom do Espírito; e, portanto, diz o Apóstolo: "O Senhor é este Espírito", ou o Espírito.
Esta descrição de Cristo foi uma persuasão apropriada para o judeu acreditar nele; e é ainda uma instrução necessária para os cristãos, para regularem suas expectativas com respeito a ele. Mas [nós] pensamos que esta época foi particularmente necessária para ficar bem assegurado o que Cristo é para nós: Quando aquela questão é tão diferentemente resolvida pelo devoto, a não ser pelos relatos fracos de alguns pretendentes à fé, de um lado, e pelos mais aparentes, mas não perfeitamente cristãos; relatos de alguns pretendentes à razão, por outro: Enquanto alguns derivam dele uma "justiça de Deus", mas, em um sentido, de certa forma, impróprio e figurativo; e outros, não mais do que um privilégio do perdão, e um sistema de moralidade: Enquanto alguns assim interpretam o Evangelho, como a estabelecer a santidade, pelo qual deverão ser salvos, através de alguma coisa divina, mas exterior a si mesmos; e outros, de maneira a colocá-la nas coisas realmente dentro de si mesmos, mas não mais do que humanas. Agora, a cura apropriada de tal confusão, de uma maneira, e de tal infidelidade, em outra, parece estar contida na doutrina do meu texto: "O Senhor é aquele Espírito".

Ao tratar de tais palavras, eu considerarei:
I. A natureza de nossa queda em Adão; pelo qual parecerá que, se "o Senhor" não fosse "aquele Espírito", não seria dito que Ele veio nos salvar ou nos redimir de nossa condição de queda.
II. Eu considerarei a pessoa de Jesus Cristo; pelo que aparecerá que "o Senhor é este Espírito".
III. Inquirirei dentro da natureza e operação do Espírito Santo, quando concedido junto aos cristãos.

Sermão de John Wesley

Que Deus nos abençoe,
Pr. Thiago Pacheco

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