“E ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!" Gênesis 12.2
Deus, muito antes de chamar alguém para fundar uma igreja, chama a cada um e cada uma para ser bênção na família, no trabalho, entre os amigos, na sociedade e na igreja.
Nós, cristãos do nosso tempo, não somos nem melhores nem piores que os de ontem ou os que hão de vir. Só precisamos ser cristãos, só precisamos ser bênção!
Revda. Cristiane Capeleti Pereira
Igreja Metodista em Pinheiros - SP
Obrigado cara colega,
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
segunda-feira, 15 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
A parábola Avatar
Fui com a família assistir o filme Avatar. Junto com a pipoca, refrigerante, estacionamento, deu uns 70 reais. Meio salgado para a maioria. Mas de vez em quando a gente precisa sair da rotina e sentar na poltrona do cinema. Ainda mais quando trata-se de uma super produção que ganhou três Oscars em categorias técnicas - efeitos visuais, fotografia e direção de arte. Foi a primeira vez que coloquei os óculos futurísticos para ver um filme 3D – efeito três dimensões. A ficção científica resume-se numa guerra entre colonizadores humanos e nativos humanoides pelas riquezas naturais num planeta distante. É o ano 2154 no meio de uma crise energética na Terra. A solução é um mineral no planeta Pandora colonizado pelo ser humano. Mas o minério está no território sagrado dos nativos, e como a atmosfera de Pandora é tóxica para os terráqueos, o jeito foi inventar o avatar – uma criação hibrida que mistura ser humano e nativo do planeta. O avatar tinha a missão de espionar e facilitar a expulsão dos nativos. Mas tudo deu errado quando o ser humano Jake, que virou um avatar, “vira a casaca”, e lidera a revolta dos nativos. No final, Jake transforma-se em herói, salvando Pandora dos gananciosos e cruéis seres humanos.
O filme foi acusado nos Estados Unidos de ser propaganda contra o seu governo, onde os vilões são o general, o exército americano e as companhias exploradoras de minério do subsolo. Os heróis são os nativos, o "povo da floresta", que enfrentam o invasor americano. O recado parece ser este mesmo, sobretudo por aquilo que acontece no Iraque. Na verdade, em qualquer filme, novela, livro, sempre existe uma mente que tenta passar alguma mensagem. E dependendo de quem está no outro lado, a mensagem é interpretada de uma forma bem diferente. No meu caso, filtrei o filme na minha concepção teológica. Bem coisa de pastor. E assim criei no meu imaginário um avatar – Jesus Cristo.
Em Filipenses (2.6,7) está escrito: “Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos”. Acho que foi o diretor James Cameron que se inspirou em Jesus para escrever e dirigir Avatar. Com algumas diferenças, é claro. Mas as semelhanças são interessantes. Jesus deixa o seu reino, torna-se um “híbrido” Deus-homem, vence e expulsa os inimigos – o general Satanás, o exército da morte com suas armas nocivas, e as companhias exploradoras do subsolo da natureza humana. Se para alguns é pura ficção, mito, isto tem explicação: este também é um filme com efeito tridimensional. Sem os óculos da fé apenas se enxerga as imagens da dimensão material. Por isto Jesus disse: “Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos vêem” (Mateus 13.16).
Valeu a pena assistir Avatar. Na saída devolvemos os óculos especiais e voltamos a enxergar as batalhas da dimensão terrena – os perigos do trânsito, a violência, o desrespeito, a ganância... Fiquei pensando: - Ah, como seria diferente se todos tivessem os óculos para enxergar a dimensão do amor de Deus. Mas está já é outra batalha...
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
11 de março de 2010
Obrigado amigo por compartilhar
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
O filme foi acusado nos Estados Unidos de ser propaganda contra o seu governo, onde os vilões são o general, o exército americano e as companhias exploradoras de minério do subsolo. Os heróis são os nativos, o "povo da floresta", que enfrentam o invasor americano. O recado parece ser este mesmo, sobretudo por aquilo que acontece no Iraque. Na verdade, em qualquer filme, novela, livro, sempre existe uma mente que tenta passar alguma mensagem. E dependendo de quem está no outro lado, a mensagem é interpretada de uma forma bem diferente. No meu caso, filtrei o filme na minha concepção teológica. Bem coisa de pastor. E assim criei no meu imaginário um avatar – Jesus Cristo.
Em Filipenses (2.6,7) está escrito: “Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos”. Acho que foi o diretor James Cameron que se inspirou em Jesus para escrever e dirigir Avatar. Com algumas diferenças, é claro. Mas as semelhanças são interessantes. Jesus deixa o seu reino, torna-se um “híbrido” Deus-homem, vence e expulsa os inimigos – o general Satanás, o exército da morte com suas armas nocivas, e as companhias exploradoras do subsolo da natureza humana. Se para alguns é pura ficção, mito, isto tem explicação: este também é um filme com efeito tridimensional. Sem os óculos da fé apenas se enxerga as imagens da dimensão material. Por isto Jesus disse: “Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos vêem” (Mateus 13.16).
Valeu a pena assistir Avatar. Na saída devolvemos os óculos especiais e voltamos a enxergar as batalhas da dimensão terrena – os perigos do trânsito, a violência, o desrespeito, a ganância... Fiquei pensando: - Ah, como seria diferente se todos tivessem os óculos para enxergar a dimensão do amor de Deus. Mas está já é outra batalha...
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
11 de março de 2010
Obrigado amigo por compartilhar
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
terça-feira, 9 de março de 2010
Eu sou o Bom Pastor
Texto base: João 10.11
1) Deus, o Pastor do seu povo.
Estamos chegando ao tempo de celebração da Páscoa, e seu memorial recorda que, no Êxodo, Deus demonstrou sua disposição de libertar e salvar o seu povo. Deus restaura a promessa; a Páscoa recorda o cuidado de Deus, por isso Ele é chamado o Pastor de Israel. O Salmo 23 declara isso: "O Senhor é o meu Pastor".
O profeta Isaías, ao anunciar o novo êxodo do exílio, reafirma a figura protetora, libertadora e consoladora do Pastor de Israel: "Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seio; as que amamentam, ele guiará mansamente." (Is 40.11).
Diante desta figura é que Jesus se apresentou como o bom pastor - João 10. Jesus, além de advertir sobre o falso pastor, que é ladrão, que usa, explora, rouba e mata as ovelhas, anuncia quais as características do bom pastor. Tais características são úteis à Igreja hoje, especialmente quando muitos tornam-se pastores da noite para o dia, falam na rádio, na televisão, etc. Precisamos conhecer o(a) verdadeiro(a) pastor(a), para podermos distingui-lo do falso.
No retiro com os Superintendentes Distritais, ouvi algo que sabemos, mas nem sempre praticamos: o grande diferencial da Igreja Metodista em relação a outras Igrejas é o pastoreio. Cuidar das vidas, discipulá-las, resgatar-lhes a Esperança que só Jesus dá. Dar-lhes uma comunidade de fé.
Vejamos:
2) "As ovelhas ouvem a sua voz".
Esta afirmação nos coloca numa situação muito difícil, pois há líderes que não reconhecemos como pastor, mas que têm um "grande rebanho", ou seria grande público? Há diferença? Com certeza. Jesus, por exemplo, teve um grande público, mas poucos seguidores. Há muitas pessoas que não querem ser ovelhas, não querem compromissos, preferem ser enganadas e irem enganando. O bom pastor fala em nome de Deus; não fala para agradar aos seus ouvintes, mas a Deus; a este, as verdadeiras ovelhas, as que de fato querem ser discípulos, querem ter compromisso com Deus, ouvem a sua voz; pois sabem que o bom pastor não fala só de cura e prosperidade, mas também de cruz, sofrimento, luta e vitória. Do caminho estreito que leva à vida, mas também da certeza da vitória em Cristo.
3) Ele conhece, pelos nomes, todas as suas ovelhas.
Aqui está o grande diferencial: Jesus conhece as suas ovelhas. O bom pastor também precisa conhecer as suas ovelhas. Isso significa conhecer qual é a fraca, a enferma, isto é, sabe das necessidades de cada uma, tratando-as com amor. Hoje, o culto para muitos é um show, onde muitos pastores se tornaram animadores de auditório e as ovelhas platéia; são rostos disformes e distantes: como conhecê-los? Como chamá-las pelos nomes? Para esses pastores, acabou-se o pastorado e o pastoreio; seus interesses são outros: a lã, a pele, a carne das ovelhas; são mercenários. Mas o bom pastor continua existindo. O bom pastor conhece as ovelhas pelos nomes, cultiva intimidade, chora com elas, alegra-se com elas. Este é o modelo metodista de pastorado. Pastores que apascentam o rebanho, que amam o seu rebanho, e, se necessário, deixam as 99 no aprisco e vão em busca da que se perdeu.
4) Ele guia as suas ovelhas pelas veredas da justiça.
Cabe ao pastor cuidar e guiar as suas ovelhas. Cuidar é conhecer as necessidades e supri-las, é impedir que a ovelha seja atingida; caso atingida, cuidar das feridas. Mas o bom pastor tem também o cuidado de ensinar o caminho seguro para as ovelhas e conduzi-las ao lugar de alimento abundante: a Palavra de Deus. O bom pastor precisa, como Jesus, ser portador de palavras de vida eterna. (cf. Jo 6.68). O bom pastor, ao conduzir as ovelhas, escolhe o caminho, pois sabe que o certo é estreito, difícil, porém é o caminho da verdade que conduz para a vida (cf. Mt 7.13-14). O bom pastor não ilude a ovelha, deixando-a andar por onde quer, antes, a adverte quanto às suas escolhas na vida; sejam escolhas boas ou más.
5) Ele vai adiante delas e elas o seguem.
O bom pastor é o exemplo de tudo o que ensina. Isso nos recorda o Apóstolo Paulo, quando, falando às suas ovelhas da Ásia Menor, diz: "Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,..." (At 20.18). Ou ainda o que ele recomendou à igreja em Filipos: "O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco." (Fp 4.9). Tenho ensinado e me imbuído que não basta aos pastores e líderes terem a reta doutrina, precisam acompanhá-la da reta prática. Este era o diferencial de Jesus: "Ele ensinava como quem tem autoridade".
As ovelhas não vão seguir um(a) pastor(a) cuja vida não confirma o seu ensino; não basta lançarem desafios de oração, jejum, vida santa, se tais ensino não podem ser vistos em suas próprias vidas. Ele é vanguarda, ele abre caminho para as ovelhas, e as conduz às águas tranquilas, mesmo no vale da sombra da morte ele as acompanha, e mais, vai à frente, mostrando o caminho seguro.
6) Ele dá a vida pelas ovelhas.
O bom pastor tem por prioridade o rebanho. O bem-estar, a cura, a salvação das ovelhas é a prioridade do bom pastor. Quando os guardas vieram para levar Jesus e os discípulos, Jesus se colocou à frente, impedindo que seu rebanho fosse preso em seu lugar: "Sabendo, pois, Jesus todas as cousas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?" (Jo 18.4). "Então lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes; para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste". (Jo 18.8-9).
O bom pastor não somente dá a vida pelas ovelhas, como dá a vida às ovelhas. Quando nos tornamos parte do rebanho de Cristo, deixamos a vida sem perspectiva própria para ganharmos a vida abundante, eterna. Temos futuro também, pois além de desfrutarmos de uma nova vida agora, não tememos mais a morte, pois temos vida eterna, ou como disse o Apóstolo Paulo: "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Rm 8.38-39).
Eis o desafio do ministério pastoral metodista, assim como de cada igreja local: pastorear o povo, o bairro, ao estilo de Jesus, cuidando, amando e, se necessário, dando a própria vida pelas ovelhas, pois: "... quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á". (Mt 16.25).
Bispo Paulo Lockmann
Obrigado Bispo Paulo,
Pr. Thiago Pacheco
Fonte: http://www.metodista-rio.org.br/conteudo.xhtml?c=211
1) Deus, o Pastor do seu povo.
Estamos chegando ao tempo de celebração da Páscoa, e seu memorial recorda que, no Êxodo, Deus demonstrou sua disposição de libertar e salvar o seu povo. Deus restaura a promessa; a Páscoa recorda o cuidado de Deus, por isso Ele é chamado o Pastor de Israel. O Salmo 23 declara isso: "O Senhor é o meu Pastor".
O profeta Isaías, ao anunciar o novo êxodo do exílio, reafirma a figura protetora, libertadora e consoladora do Pastor de Israel: "Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seio; as que amamentam, ele guiará mansamente." (Is 40.11).
Diante desta figura é que Jesus se apresentou como o bom pastor - João 10. Jesus, além de advertir sobre o falso pastor, que é ladrão, que usa, explora, rouba e mata as ovelhas, anuncia quais as características do bom pastor. Tais características são úteis à Igreja hoje, especialmente quando muitos tornam-se pastores da noite para o dia, falam na rádio, na televisão, etc. Precisamos conhecer o(a) verdadeiro(a) pastor(a), para podermos distingui-lo do falso.
No retiro com os Superintendentes Distritais, ouvi algo que sabemos, mas nem sempre praticamos: o grande diferencial da Igreja Metodista em relação a outras Igrejas é o pastoreio. Cuidar das vidas, discipulá-las, resgatar-lhes a Esperança que só Jesus dá. Dar-lhes uma comunidade de fé.
Vejamos:
2) "As ovelhas ouvem a sua voz".
Esta afirmação nos coloca numa situação muito difícil, pois há líderes que não reconhecemos como pastor, mas que têm um "grande rebanho", ou seria grande público? Há diferença? Com certeza. Jesus, por exemplo, teve um grande público, mas poucos seguidores. Há muitas pessoas que não querem ser ovelhas, não querem compromissos, preferem ser enganadas e irem enganando. O bom pastor fala em nome de Deus; não fala para agradar aos seus ouvintes, mas a Deus; a este, as verdadeiras ovelhas, as que de fato querem ser discípulos, querem ter compromisso com Deus, ouvem a sua voz; pois sabem que o bom pastor não fala só de cura e prosperidade, mas também de cruz, sofrimento, luta e vitória. Do caminho estreito que leva à vida, mas também da certeza da vitória em Cristo.
3) Ele conhece, pelos nomes, todas as suas ovelhas.
Aqui está o grande diferencial: Jesus conhece as suas ovelhas. O bom pastor também precisa conhecer as suas ovelhas. Isso significa conhecer qual é a fraca, a enferma, isto é, sabe das necessidades de cada uma, tratando-as com amor. Hoje, o culto para muitos é um show, onde muitos pastores se tornaram animadores de auditório e as ovelhas platéia; são rostos disformes e distantes: como conhecê-los? Como chamá-las pelos nomes? Para esses pastores, acabou-se o pastorado e o pastoreio; seus interesses são outros: a lã, a pele, a carne das ovelhas; são mercenários. Mas o bom pastor continua existindo. O bom pastor conhece as ovelhas pelos nomes, cultiva intimidade, chora com elas, alegra-se com elas. Este é o modelo metodista de pastorado. Pastores que apascentam o rebanho, que amam o seu rebanho, e, se necessário, deixam as 99 no aprisco e vão em busca da que se perdeu.
4) Ele guia as suas ovelhas pelas veredas da justiça.
Cabe ao pastor cuidar e guiar as suas ovelhas. Cuidar é conhecer as necessidades e supri-las, é impedir que a ovelha seja atingida; caso atingida, cuidar das feridas. Mas o bom pastor tem também o cuidado de ensinar o caminho seguro para as ovelhas e conduzi-las ao lugar de alimento abundante: a Palavra de Deus. O bom pastor precisa, como Jesus, ser portador de palavras de vida eterna. (cf. Jo 6.68). O bom pastor, ao conduzir as ovelhas, escolhe o caminho, pois sabe que o certo é estreito, difícil, porém é o caminho da verdade que conduz para a vida (cf. Mt 7.13-14). O bom pastor não ilude a ovelha, deixando-a andar por onde quer, antes, a adverte quanto às suas escolhas na vida; sejam escolhas boas ou más.
5) Ele vai adiante delas e elas o seguem.
O bom pastor é o exemplo de tudo o que ensina. Isso nos recorda o Apóstolo Paulo, quando, falando às suas ovelhas da Ásia Menor, diz: "Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,..." (At 20.18). Ou ainda o que ele recomendou à igreja em Filipos: "O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco." (Fp 4.9). Tenho ensinado e me imbuído que não basta aos pastores e líderes terem a reta doutrina, precisam acompanhá-la da reta prática. Este era o diferencial de Jesus: "Ele ensinava como quem tem autoridade".
As ovelhas não vão seguir um(a) pastor(a) cuja vida não confirma o seu ensino; não basta lançarem desafios de oração, jejum, vida santa, se tais ensino não podem ser vistos em suas próprias vidas. Ele é vanguarda, ele abre caminho para as ovelhas, e as conduz às águas tranquilas, mesmo no vale da sombra da morte ele as acompanha, e mais, vai à frente, mostrando o caminho seguro.
6) Ele dá a vida pelas ovelhas.
O bom pastor tem por prioridade o rebanho. O bem-estar, a cura, a salvação das ovelhas é a prioridade do bom pastor. Quando os guardas vieram para levar Jesus e os discípulos, Jesus se colocou à frente, impedindo que seu rebanho fosse preso em seu lugar: "Sabendo, pois, Jesus todas as cousas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?" (Jo 18.4). "Então lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes; para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste". (Jo 18.8-9).
O bom pastor não somente dá a vida pelas ovelhas, como dá a vida às ovelhas. Quando nos tornamos parte do rebanho de Cristo, deixamos a vida sem perspectiva própria para ganharmos a vida abundante, eterna. Temos futuro também, pois além de desfrutarmos de uma nova vida agora, não tememos mais a morte, pois temos vida eterna, ou como disse o Apóstolo Paulo: "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Rm 8.38-39).
Eis o desafio do ministério pastoral metodista, assim como de cada igreja local: pastorear o povo, o bairro, ao estilo de Jesus, cuidando, amando e, se necessário, dando a própria vida pelas ovelhas, pois: "... quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á". (Mt 16.25).
Bispo Paulo Lockmann
Obrigado Bispo Paulo,
Pr. Thiago Pacheco
Fonte: http://www.metodista-rio.org.br/conteudo.xhtml?c=211
domingo, 7 de março de 2010
Nem com uma flor!
Vivemos tempos terríveis e vergonhosos. Com grande freqüência assistimos a reportagens e, porque não dizer, testemunhamos manifestações de violência contra a mulher. Sem dúvida alguma conhecemos mulheres que já sofreram algum tipo de violência velada ou explícita, física, emocional ou psicológica. Crescem assustadoramente os casos registrados, porém, não podemos nos esquecer daqueles que não são mencionados pela vergonha, o medo e a coerção. Diante disso, o que temos feito? Como você e sua Igreja têm se posicionado sobre essa questão?
Trago essa reflexão com base no cotidiano da vida, de situações que conhecemos; mas também, apresento essa reflexão, esse estudo, com base na Palavra de Deus e na iminente responsabilidade que ela nos apresenta de propagarmos os princípios do Reino de Deus, no qual todos e todas são merecedores de respeito, dignidade e vida plena. Por fim, apresento essas palavras no intuito de relembrar que o Dia Internacional da Mulher (08/03) é mais que uma data comemorativa; esse dia representa a homenagem às aproximadamente 130 mulheres que morreram carbonizadas pela intolerância androcêntrica e pela ganância capitalista desenfreada; bem como, às inúmeras anônimas que diariamente confrontam as adversidades da vida para manter suas famílias, lares e igrejas vivas.
Assim sendo, relembro o que nos diz a carta aos Efésios em seu capítulo 5 versículos de 22 a 33:
As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Penso que, antes de tudo, seja necessário ressaltar que este texto foi, infelizmente, interpretado, e ainda o é, de forma errada. Ele não justifica a escravidão, a violência, a anulação de direitos, ou a subserviência da mulher ao homem, da esposa ao marido, da noiva ao noivo, da namorada ao namorado. Penso, também, que seja importante ressaltar que as manifestações impulsivas acerca de tendências machistas sobre o texto, colaboram para que o mesmo seja deixado de lado, o que nos impede de entender os mistérios contidos nas palavras bíblicas. Portanto, eu convido a você que está lendo esse estudo a se despir de conceitos e preconceitos para experimentar a revelação da graça de Deus em você e através de você, sob a perspectiva do Reino de Deus.
O autor bíblico nos oferece uma magnífica construção literária acerca do relacionamento entre a mulher e o homem, entre o marido e a esposa; e ele o faz usando uma ferramenta que nos auxilia a compreender esse mistério, que é a comparação. Ele usa a relação entre Cristo e a Igreja para exemplificar como deve ser a relação entre o casal.
As mulheres, portanto, devem “ser submissas” (υποτασσω) , ou seja, devem render-se ao conselho e organizar-se sob “o controle”, a proteção de seu próprio marido, numa atitude voluntária de cooperação, assumindo a responsabilidade que lhe é devida, rendendo-se à admoestação benévola do esposo, mutuamente concordando sobre a organização e os apontamentos a serem seguidos. Ela deve se sujeitar ao próprio marido da mesma maneira que faz ao Senhor, Cristo, que é o cabeça da mulher e da Igreja; pois o marido é como Cristo, ou seja, ele reflete as qualidades de Cristo, age da mesma forma que o Senhor. Assim, como a Igreja está sujeita a Cristo, esteja também a mulher sujeita ao seu próprio marido, pois este é o “salvador”, o preservador (σωτηρ) do corpo.
Essa primeira parte do texto, e do nosso estudo, já nos aponta alguns caminhos que devemos seguir para testemunharmos os princípios do Reino de Deus. Devemos combater toda e qualquer forma de violência, pois assim como Cristo protege e preserva a Igreja, os maridos devem proteger e preservar o corpo de suas mulheres. Creio que nesse momento seja necessário apresentar um conceito importante: somos seres holísticos . Isso significa que a violência emocional e psicológica são tão nocivas e repulsivas quanto a física. Suas marcas são tão dolorosas quanto as que podemos perceber, ver e tocar, no corpo.
O texto bíblico continua e direciona suas palavras ao marido especificamente. Este deve amar sua mulher tendo por base a mesma maneira que Cristo amou sua Igreja e o amor que ele tem por si mesmo. São dois os parâmetros, o primeiro se revela na relação com Cristo, o Senhor; o segundo na relação consigo mesmo, no mistério do amor ao próximo (Mt 22.37-40). Esse amor (αγαπαω) está relacionado ao gostar muito de alguém, acolhendo e recebendo com alegria e satisfação.
Dessa forma, o marido se entregará (παραδιδωμι) , ou seja, se apresentará em lugar dela, fornecendo o que lhe é necessário, suprindo suas necessidades, doando-se por sua esposa para: Santificá-la (αγιαζω) – consagrá-la e dedicá-la a Deus, como algo sublime; Purificá-la (καθαριζω) pela lavagem (καθαρος) de água pela Palavra (ρημα) – anunciar em viva voz que ela é digna e respeitosa, livre de toda culpa e que suas feridas estão sendo tratadas; Apresentar a si mesmo igreja (καλεω – que recebeu o nome de) gloriosa – alegrar-se em razão de a esposa ser idônea e sem deformidade moral (σπιλος – mácula, ruga e coisas semelhantes).
Essa segunda parte do texto, e deste estudo, nos apresenta a relação intrínseca entre o marido, Cristo e a esposa, sob a perspectiva do mandamento deixado pelo Senhor da Igreja e o cabeça da mulher, o qual é, também, o modelo do marido. O amor acolhedor tem como propósito a consagração, a defesa pública e a auto-satisfação pela idoneidade da esposa. Assim sendo, ambos, mutuamente, se amam, suprem as necessidades e cuidam do relacionamento entre si e com Cristo.
Por fim, o texto apresenta a finalidade pela qual tais palavras foram escritas: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.” O casamento é a maravilhosa ação de compartilhar a vida a dois, sem reservas e sem medo. O ensino bíblico não está motivando ninguém a rejeitar sua herança familiar, nem a renegar pai e mãe, mas está mostrando um caminho excelente no qual a vida é re-criada pela união sadia do marido e da esposa. Serão os dois uma só carne, mostra que suas peculiaridades, as características individuais de cada ser mantém-se, mas são harmoniosamente amoldadas ao novo estado de vida, no qual não são dois, mas um. Nesse processo, a esposa descansa segura sob a orientação do marido e lhe dá a importância e atenção devidas, pois este reflete Cristo.
Finalizando este estudo, desejo reafirmar firmemente que nós, Igreja Metodista, rejeitamos veementemente toda e qualquer forma de violência, velada ou explícita, e que temos um compromisso com o Reino de Deus de proclamar e defender as Boas Novas de salvação para todas as pessoas.
Que o Senhor da vida nos abençoe e conceda a revelação plena da Sua graça, que restaura em nós e através de nós a vida completa que Jesus Cristo deseja nos dar.
Em Cristo,
Pr. Thiago Pacheco
Igreja Metodista em Jardim América
Pastor Titular
Trago essa reflexão com base no cotidiano da vida, de situações que conhecemos; mas também, apresento essa reflexão, esse estudo, com base na Palavra de Deus e na iminente responsabilidade que ela nos apresenta de propagarmos os princípios do Reino de Deus, no qual todos e todas são merecedores de respeito, dignidade e vida plena. Por fim, apresento essas palavras no intuito de relembrar que o Dia Internacional da Mulher (08/03) é mais que uma data comemorativa; esse dia representa a homenagem às aproximadamente 130 mulheres que morreram carbonizadas pela intolerância androcêntrica e pela ganância capitalista desenfreada; bem como, às inúmeras anônimas que diariamente confrontam as adversidades da vida para manter suas famílias, lares e igrejas vivas.
Assim sendo, relembro o que nos diz a carta aos Efésios em seu capítulo 5 versículos de 22 a 33:
As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Penso que, antes de tudo, seja necessário ressaltar que este texto foi, infelizmente, interpretado, e ainda o é, de forma errada. Ele não justifica a escravidão, a violência, a anulação de direitos, ou a subserviência da mulher ao homem, da esposa ao marido, da noiva ao noivo, da namorada ao namorado. Penso, também, que seja importante ressaltar que as manifestações impulsivas acerca de tendências machistas sobre o texto, colaboram para que o mesmo seja deixado de lado, o que nos impede de entender os mistérios contidos nas palavras bíblicas. Portanto, eu convido a você que está lendo esse estudo a se despir de conceitos e preconceitos para experimentar a revelação da graça de Deus em você e através de você, sob a perspectiva do Reino de Deus.
O autor bíblico nos oferece uma magnífica construção literária acerca do relacionamento entre a mulher e o homem, entre o marido e a esposa; e ele o faz usando uma ferramenta que nos auxilia a compreender esse mistério, que é a comparação. Ele usa a relação entre Cristo e a Igreja para exemplificar como deve ser a relação entre o casal.
As mulheres, portanto, devem “ser submissas” (υποτασσω) , ou seja, devem render-se ao conselho e organizar-se sob “o controle”, a proteção de seu próprio marido, numa atitude voluntária de cooperação, assumindo a responsabilidade que lhe é devida, rendendo-se à admoestação benévola do esposo, mutuamente concordando sobre a organização e os apontamentos a serem seguidos. Ela deve se sujeitar ao próprio marido da mesma maneira que faz ao Senhor, Cristo, que é o cabeça da mulher e da Igreja; pois o marido é como Cristo, ou seja, ele reflete as qualidades de Cristo, age da mesma forma que o Senhor. Assim, como a Igreja está sujeita a Cristo, esteja também a mulher sujeita ao seu próprio marido, pois este é o “salvador”, o preservador (σωτηρ) do corpo.
Essa primeira parte do texto, e do nosso estudo, já nos aponta alguns caminhos que devemos seguir para testemunharmos os princípios do Reino de Deus. Devemos combater toda e qualquer forma de violência, pois assim como Cristo protege e preserva a Igreja, os maridos devem proteger e preservar o corpo de suas mulheres. Creio que nesse momento seja necessário apresentar um conceito importante: somos seres holísticos . Isso significa que a violência emocional e psicológica são tão nocivas e repulsivas quanto a física. Suas marcas são tão dolorosas quanto as que podemos perceber, ver e tocar, no corpo.
O texto bíblico continua e direciona suas palavras ao marido especificamente. Este deve amar sua mulher tendo por base a mesma maneira que Cristo amou sua Igreja e o amor que ele tem por si mesmo. São dois os parâmetros, o primeiro se revela na relação com Cristo, o Senhor; o segundo na relação consigo mesmo, no mistério do amor ao próximo (Mt 22.37-40). Esse amor (αγαπαω) está relacionado ao gostar muito de alguém, acolhendo e recebendo com alegria e satisfação.
Dessa forma, o marido se entregará (παραδιδωμι) , ou seja, se apresentará em lugar dela, fornecendo o que lhe é necessário, suprindo suas necessidades, doando-se por sua esposa para: Santificá-la (αγιαζω) – consagrá-la e dedicá-la a Deus, como algo sublime; Purificá-la (καθαριζω) pela lavagem (καθαρος) de água pela Palavra (ρημα) – anunciar em viva voz que ela é digna e respeitosa, livre de toda culpa e que suas feridas estão sendo tratadas; Apresentar a si mesmo igreja (καλεω – que recebeu o nome de) gloriosa – alegrar-se em razão de a esposa ser idônea e sem deformidade moral (σπιλος – mácula, ruga e coisas semelhantes).
Essa segunda parte do texto, e deste estudo, nos apresenta a relação intrínseca entre o marido, Cristo e a esposa, sob a perspectiva do mandamento deixado pelo Senhor da Igreja e o cabeça da mulher, o qual é, também, o modelo do marido. O amor acolhedor tem como propósito a consagração, a defesa pública e a auto-satisfação pela idoneidade da esposa. Assim sendo, ambos, mutuamente, se amam, suprem as necessidades e cuidam do relacionamento entre si e com Cristo.
Por fim, o texto apresenta a finalidade pela qual tais palavras foram escritas: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.” O casamento é a maravilhosa ação de compartilhar a vida a dois, sem reservas e sem medo. O ensino bíblico não está motivando ninguém a rejeitar sua herança familiar, nem a renegar pai e mãe, mas está mostrando um caminho excelente no qual a vida é re-criada pela união sadia do marido e da esposa. Serão os dois uma só carne, mostra que suas peculiaridades, as características individuais de cada ser mantém-se, mas são harmoniosamente amoldadas ao novo estado de vida, no qual não são dois, mas um. Nesse processo, a esposa descansa segura sob a orientação do marido e lhe dá a importância e atenção devidas, pois este reflete Cristo.
Finalizando este estudo, desejo reafirmar firmemente que nós, Igreja Metodista, rejeitamos veementemente toda e qualquer forma de violência, velada ou explícita, e que temos um compromisso com o Reino de Deus de proclamar e defender as Boas Novas de salvação para todas as pessoas.
Que o Senhor da vida nos abençoe e conceda a revelação plena da Sua graça, que restaura em nós e através de nós a vida completa que Jesus Cristo deseja nos dar.
Em Cristo,
Pr. Thiago Pacheco
Igreja Metodista em Jardim América
Pastor Titular
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Violência
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
O mundo negro também é nossa paróquia
O Mundo é minha paróquia
“O mundo é minha paróquia", esta frase de Wesley nos inspira a afirmar que neste mês de novembro para nós metodistas: "O mundo negro também é nossa paróquia".
Neste tempo sua igreja pode oportunizar momentos de reflexão para conhecer e ir ao encontro das questões que afetam o povo negro.
O tema que elegemos como Ministério AA-AFRO-3RE é JUVENTUDE NEGRA: mutilada pelas forças dos preconceitos e vulnerável à violência e à criminalidade é o eixo das nossas reflexões, orações e ações.
As organizações de defesa dos Direitos humanos denunciam que está ocorrendo no Brasil um genocídio da Juventude negra. Eis alguns dados:
• A juventude negra consumida pelas forças da exclusão social tem encontrado lugar na periferia das periferias. Nas periferias das escolas, das escolas profissionais e técnicas, das universidades, do mercado de trabalho, dos espaços culturais e de lazer, do sistema de saúde.
• A maioria das mortes por assassinatos é de jovens negros, na faixa de 15 a 24 anos.
• A gravidez precoce ocorre em maior proporção às meninas negras.
• A abordagem policial é racializada e o perfil é o homem negro, ou seja, os jovens negros são mais abordados nas ruas pela polícia do que os jovens brancos.
A exclusão educacional e do trabalho contribui para a marginalidade e sedução das organizações criminosas como também para a ausência de melhores perspectivas de vidas.
As políticas públicas de ações afirmativas para estudantes negros/as é um dos instrumentos de reparação – com 120 anos de atraso - desta situação decorrente da ausência de políticas positivas que deveriam acompanhar a Lei que institui a abolição da escravatura.
Jovens negros/as lutam a cada momento para vencer os desafios impostos por uma sociedade racista e preconceituosa. Alguns, poucos, conseguem entrar e se manter nas escolas e nas universidades. Alguns poucos conseguem um trabalho e salário de melhor qualidade.
A Igreja Metodista pode ser uma voz que anuncia boas novas a esta juventude, pode ser a voz de incentivo e apoio a inclusão educacional da juventude negra.
Não perca esta oportunidade. Proponha atividades voltadas para a conscientização da Igreja sobre sua responsabilidade social e espiritual para com a população negra. Ir ao encontro das questões que afetam o povo negro e declarar que “O mundo negro também é nossa paróquia".
Texto de:
Diná da S. Branchini
Telma Cezar Martins
Fonte: http://3re.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9545
“O mundo é minha paróquia", esta frase de Wesley nos inspira a afirmar que neste mês de novembro para nós metodistas: "O mundo negro também é nossa paróquia".
Neste tempo sua igreja pode oportunizar momentos de reflexão para conhecer e ir ao encontro das questões que afetam o povo negro.
O tema que elegemos como Ministério AA-AFRO-3RE é JUVENTUDE NEGRA: mutilada pelas forças dos preconceitos e vulnerável à violência e à criminalidade é o eixo das nossas reflexões, orações e ações.
As organizações de defesa dos Direitos humanos denunciam que está ocorrendo no Brasil um genocídio da Juventude negra. Eis alguns dados:
• A juventude negra consumida pelas forças da exclusão social tem encontrado lugar na periferia das periferias. Nas periferias das escolas, das escolas profissionais e técnicas, das universidades, do mercado de trabalho, dos espaços culturais e de lazer, do sistema de saúde.
• A maioria das mortes por assassinatos é de jovens negros, na faixa de 15 a 24 anos.
• A gravidez precoce ocorre em maior proporção às meninas negras.
• A abordagem policial é racializada e o perfil é o homem negro, ou seja, os jovens negros são mais abordados nas ruas pela polícia do que os jovens brancos.
A exclusão educacional e do trabalho contribui para a marginalidade e sedução das organizações criminosas como também para a ausência de melhores perspectivas de vidas.
As políticas públicas de ações afirmativas para estudantes negros/as é um dos instrumentos de reparação – com 120 anos de atraso - desta situação decorrente da ausência de políticas positivas que deveriam acompanhar a Lei que institui a abolição da escravatura.
Jovens negros/as lutam a cada momento para vencer os desafios impostos por uma sociedade racista e preconceituosa. Alguns, poucos, conseguem entrar e se manter nas escolas e nas universidades. Alguns poucos conseguem um trabalho e salário de melhor qualidade.
A Igreja Metodista pode ser uma voz que anuncia boas novas a esta juventude, pode ser a voz de incentivo e apoio a inclusão educacional da juventude negra.
Não perca esta oportunidade. Proponha atividades voltadas para a conscientização da Igreja sobre sua responsabilidade social e espiritual para com a população negra. Ir ao encontro das questões que afetam o povo negro e declarar que “O mundo negro também é nossa paróquia".
Texto de:
Diná da S. Branchini
Telma Cezar Martins
Fonte: http://3re.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9545
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Tragédia no Haiti
A notícia do terremoto que arrasou o Haiti no último dia 12 de janeiro de 2010, especialmente, a capital, Porto Príncipe, chegou fortemente em minha vida. Estive no Haiti há cerca de cinco anos compondo uma comitiva internacional denominada: “Missão de Paz”, sob a liderança de Adolfo Esquivel - Prêmio Nobel da Paz – e, nesse sentido, percorri os principais espaços políticos e sociais desta nação que vem sofrendo há anos uma qualidade de vida subumana.
Foi uma viagem marcante, em especial, pelas experiências adquiridas com esse povo sofrido, mas esperançoso com um dia melhor.
Igualmente, ouvindo os segmentos representativos do país sobre a sua história, de maneira especial, as intervenções, ocupações, o embargo político e intelectual e, nessa esteira, comprometendo a chamada autodeterminação dos povos.
Tenho na minha memória as crianças pelas ruas da cidade à procura de um pedaço de alimento, o impacto da visita aos presídios da capital, a insegurança do povo andando pelas ruas ao som dos tiros disparados, a ansiedade da juventude na busca de uma melhor qualidade educacional e, ainda, a rede hospitalar insuficiente para atender às necessidades básicas da população. Há muita gente morrendo antes da hora e, ainda, uma população marginalizada e sem a dignidade de sua cidadania.
Assim sendo, deparei-me com um título de uma reportagem num dos jornais de grande circulação nacional: “O Haiti já estava de joelhos; agora, está prostrado”. Realmente, este é o cenário deste país que sofre a profunda dor do apagamento de mais de 150 mil pessoas e incontável número de feridos e, do mesmo modo, com uma profunda sensação do desaparecimento de uma nação.
A tragédia registrou a morte de lideranças internacionais importantes que estavam lá prestando solidariedade ao povo haitiano e buscando intensificar parcerias para uma melhor qualidade de vida pessoal, social e ambiental para esse povo. Entre elas destacam-se a médica Dra. Zilda Arns Neumann, idealizadora e coordenadora da Pastoral da Criança e, ultimamente, Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e dois líderes metodistas em missão no Haiti: o Reverendo Dr. Sam Dixon, diretor da Agência de Socorro Humanitário da Igreja Unida (UNCOR) e o Reverendo Clint Rabb, Coordenador dos Voluntários em Missão da Igreja Metodista Unida.
Ainda no ardor dessa tragédia algumas rápidas considerações:
a) Num desastre com essa proporção muitas são as interpretações apocalípticas sobre a tragédia.Devemos ter muito cuidado com as explanações teológicas que estão sendo dadas a esse acontecimento e, na verdade, muitos cercados de preconceitos e descaracterizando o fundamento bíblico do Deus da justiça, da paz, da reconciliação e mesmo com as contingências humanas é o Deus que revela em Jesus Cristo o seu amor à humanidade. Foi muito oportuna a reflexão do Pr. Ricardo Gondim quando ele sublinha: “acredito em um Deus que se relaciona com a humanidade em outras bases. Deus é amor. A bonança e a tempestade são elementos da contingência, espaços para a liberdade. Não creio na teologia da Providência. Aceito que Deus amorosamente participa nas iniciativas de bondade e nos movimentos de justiça que um cataclismo possa desencadear. Não imagino que o Deus de Jesus Cristo possa estar por detrás de um acidente tão horrendo. Ele é luz e interpela homens e mulheres de bem que se façam presentes na catástrofe, minorando o sofrimento dos pobres. Descreio das lógicas que transformam os pensamentos divinos em maldição, Deus é o Deus da paz.”
b) Assim sendo, é quase impossível encontrar palavras para apresentar a tragédia no território haitiano. As notícias que chegam e as imagens que são exibidas dão conta da profunda agonia e do total estado de caos da população no Haiti. Comentando sobre o terremoto no Haiti, o Pr. Israel Belo de Azevedo, em sua mensagem “Prazer da Palavra” de 21 de janeiro de 2010 diz assim: “A chamada “peste negra” devastou a Inglaterra no começo do século 17. De seu escritório na igreja, o pastor John Donne (1572-1631) via os corpos sendo carregados para serem sepultados em valas comuns, como no Haiti de 2010. Então escreveu:
“Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma. Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo. Se uma porção de terra é levada pelo mar, a Europa é levada, como se um penhasco fosse, como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse. Toda a morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade. Então, não queiram saber por quem os sinos dobram: eles dobram por ti” (John Donne – Devotions Upon EmergentOccasions, 1623).
c) No cenário dessa agonia, uma luz brilha, ou seja, a luz da solidariedade de agências humanitárias, ONGs, Igrejas, empresas, voluntários se apresentando de toda a parte do mundo, governos etc. se articulam para oferecer ao povo haitiano a dignidade da vida. Com certeza, somente a solidariedade ativa poderá tirar o povo dessa prostração e colocá-lo em pé para sonhar com o novo dia.
Nessa perspectiva, o povo chamado metodista está sendo convocado para participar desse movimento de solidariedade em favor do povo haitiano e a reconstrução desse País.
Igualmente, reafirmamos a nossa confiança na graça transformadora de Deus, mesmo diante da ambigüidade da vida.
Em oração em favor dessa nação.
Com fé, esperança, solidariedade e amor.
Adriel de Souza Maia - Bispo na 3ª Região Eclesiástica
Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9771
Foi uma viagem marcante, em especial, pelas experiências adquiridas com esse povo sofrido, mas esperançoso com um dia melhor.
Igualmente, ouvindo os segmentos representativos do país sobre a sua história, de maneira especial, as intervenções, ocupações, o embargo político e intelectual e, nessa esteira, comprometendo a chamada autodeterminação dos povos.
Tenho na minha memória as crianças pelas ruas da cidade à procura de um pedaço de alimento, o impacto da visita aos presídios da capital, a insegurança do povo andando pelas ruas ao som dos tiros disparados, a ansiedade da juventude na busca de uma melhor qualidade educacional e, ainda, a rede hospitalar insuficiente para atender às necessidades básicas da população. Há muita gente morrendo antes da hora e, ainda, uma população marginalizada e sem a dignidade de sua cidadania.
Assim sendo, deparei-me com um título de uma reportagem num dos jornais de grande circulação nacional: “O Haiti já estava de joelhos; agora, está prostrado”. Realmente, este é o cenário deste país que sofre a profunda dor do apagamento de mais de 150 mil pessoas e incontável número de feridos e, do mesmo modo, com uma profunda sensação do desaparecimento de uma nação.
A tragédia registrou a morte de lideranças internacionais importantes que estavam lá prestando solidariedade ao povo haitiano e buscando intensificar parcerias para uma melhor qualidade de vida pessoal, social e ambiental para esse povo. Entre elas destacam-se a médica Dra. Zilda Arns Neumann, idealizadora e coordenadora da Pastoral da Criança e, ultimamente, Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e dois líderes metodistas em missão no Haiti: o Reverendo Dr. Sam Dixon, diretor da Agência de Socorro Humanitário da Igreja Unida (UNCOR) e o Reverendo Clint Rabb, Coordenador dos Voluntários em Missão da Igreja Metodista Unida.
Ainda no ardor dessa tragédia algumas rápidas considerações:
a) Num desastre com essa proporção muitas são as interpretações apocalípticas sobre a tragédia.Devemos ter muito cuidado com as explanações teológicas que estão sendo dadas a esse acontecimento e, na verdade, muitos cercados de preconceitos e descaracterizando o fundamento bíblico do Deus da justiça, da paz, da reconciliação e mesmo com as contingências humanas é o Deus que revela em Jesus Cristo o seu amor à humanidade. Foi muito oportuna a reflexão do Pr. Ricardo Gondim quando ele sublinha: “acredito em um Deus que se relaciona com a humanidade em outras bases. Deus é amor. A bonança e a tempestade são elementos da contingência, espaços para a liberdade. Não creio na teologia da Providência. Aceito que Deus amorosamente participa nas iniciativas de bondade e nos movimentos de justiça que um cataclismo possa desencadear. Não imagino que o Deus de Jesus Cristo possa estar por detrás de um acidente tão horrendo. Ele é luz e interpela homens e mulheres de bem que se façam presentes na catástrofe, minorando o sofrimento dos pobres. Descreio das lógicas que transformam os pensamentos divinos em maldição, Deus é o Deus da paz.”
b) Assim sendo, é quase impossível encontrar palavras para apresentar a tragédia no território haitiano. As notícias que chegam e as imagens que são exibidas dão conta da profunda agonia e do total estado de caos da população no Haiti. Comentando sobre o terremoto no Haiti, o Pr. Israel Belo de Azevedo, em sua mensagem “Prazer da Palavra” de 21 de janeiro de 2010 diz assim: “A chamada “peste negra” devastou a Inglaterra no começo do século 17. De seu escritório na igreja, o pastor John Donne (1572-1631) via os corpos sendo carregados para serem sepultados em valas comuns, como no Haiti de 2010. Então escreveu:
“Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma. Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo. Se uma porção de terra é levada pelo mar, a Europa é levada, como se um penhasco fosse, como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse. Toda a morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade. Então, não queiram saber por quem os sinos dobram: eles dobram por ti” (John Donne – Devotions Upon EmergentOccasions, 1623).
c) No cenário dessa agonia, uma luz brilha, ou seja, a luz da solidariedade de agências humanitárias, ONGs, Igrejas, empresas, voluntários se apresentando de toda a parte do mundo, governos etc. se articulam para oferecer ao povo haitiano a dignidade da vida. Com certeza, somente a solidariedade ativa poderá tirar o povo dessa prostração e colocá-lo em pé para sonhar com o novo dia.
Nessa perspectiva, o povo chamado metodista está sendo convocado para participar desse movimento de solidariedade em favor do povo haitiano e a reconstrução desse País.
Igualmente, reafirmamos a nossa confiança na graça transformadora de Deus, mesmo diante da ambigüidade da vida.
Em oração em favor dessa nação.
Com fé, esperança, solidariedade e amor.
Adriel de Souza Maia - Bispo na 3ª Região Eclesiástica
Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9771
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Coisas estranhas
No domingo do Carnaval assisti “O Estranho Caso de Benjamin Button” – filme que conta a vida de um sujeito que nasce envelhecido e com o passar do tempo rejuvenesce. A bizarra história deste homem que vive uma vida inversa no tempo, até virar bebê e morrer no colo da mulher amada, faz a gente ver que é melhor assim, nascer novo e morrer velho. Diferente da propaganda que passa a idéia da eterna juventude. Por isto tanta gente de corpo sarado mas lelé da cuca. Não que seja errado proteger-se do envelhecimento. Mas chega a hora que nenhuma mágica, botox ou plástica resolve. E daí a realidade do Salmo 90: “Só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições” (v.10).
Por isto a oração neste salmo: “Senhor, faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (v.12). No entanto, por ser a vida curta, muita gente faz o contrário – deixa de ter um coração sábio. E tenta aproveitar o que pode de Carnaval a Carnaval, sem se dar conta que o obeso Momo deixa na avenida as cinzas de inconseqüências, insanidades, loucuras. Mas ele faz o que lhe compete, pois, segundo a mitologia grega o deus Momo foi expulso do Olimpo para ser na Terra o rei dos loucos e zombar dos humanos. Foi isto outra vez neste trágico feriadão.
E então outra estranheza: as Cinzas após o Carnaval – esse período religioso da Quaresma que contempla um rei coroado no Calvário. Não é uma absurda contrariedade? A festa da folia versus a contemplação da cruz? Não é esquisita a coroa da glória na cabeça do rei da loucura, enquanto a coroa de espinhos ferindo aquele que espontaneamente envelhece para oferecer nova vida? Não é maluquice o deus zombador escolhido como anfitrião do maior espetáculo da Terra, enquanto o Senhor da Terra ser zombado e rejeitado? Troca-se o duradouro pelo fugaz, a eternidade pela finitude.
Mas o apóstolo Paulo reconhece que os seguidores do Momo têm a mesma impressão sobre os seguidores de Cristo: “De fato”, diz ele, “a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para os que estão sendo salvos, é poder de Deus” (1 Coríntios 1.18). Mas então, quem está certo da cabeça? Paulo responde: “Pois aquilo que parece ser loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte que a força humana” (1 Coríntios 1.25).
E aí vejo Jesus parecido com Benjamin Button, que nasce velho e fraco, fica bonito e morre novo. Isaías lembra: “Ele não era bonito nem simpático (...) Era alguém que não queremos ver” (53.2,3). Jesus percorre o caminho inverso da vida, do velho para o novo, morre quando deveria estar nascendo. Tudo para ser a própria ressurreição e o maior espetáculo do mundo. Pois “quando o corpo é sepultado, é feio e fraco; mas quando for ressuscitado, será bonito e forte” (1 Coríntios 15.43).
São ou não são coisas estranhas que faz a gente pensar?
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
18 de fevereiro de 2010
Obrigado colega pela inteligente publicação.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
Por isto a oração neste salmo: “Senhor, faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (v.12). No entanto, por ser a vida curta, muita gente faz o contrário – deixa de ter um coração sábio. E tenta aproveitar o que pode de Carnaval a Carnaval, sem se dar conta que o obeso Momo deixa na avenida as cinzas de inconseqüências, insanidades, loucuras. Mas ele faz o que lhe compete, pois, segundo a mitologia grega o deus Momo foi expulso do Olimpo para ser na Terra o rei dos loucos e zombar dos humanos. Foi isto outra vez neste trágico feriadão.
E então outra estranheza: as Cinzas após o Carnaval – esse período religioso da Quaresma que contempla um rei coroado no Calvário. Não é uma absurda contrariedade? A festa da folia versus a contemplação da cruz? Não é esquisita a coroa da glória na cabeça do rei da loucura, enquanto a coroa de espinhos ferindo aquele que espontaneamente envelhece para oferecer nova vida? Não é maluquice o deus zombador escolhido como anfitrião do maior espetáculo da Terra, enquanto o Senhor da Terra ser zombado e rejeitado? Troca-se o duradouro pelo fugaz, a eternidade pela finitude.
Mas o apóstolo Paulo reconhece que os seguidores do Momo têm a mesma impressão sobre os seguidores de Cristo: “De fato”, diz ele, “a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para os que estão sendo salvos, é poder de Deus” (1 Coríntios 1.18). Mas então, quem está certo da cabeça? Paulo responde: “Pois aquilo que parece ser loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte que a força humana” (1 Coríntios 1.25).
E aí vejo Jesus parecido com Benjamin Button, que nasce velho e fraco, fica bonito e morre novo. Isaías lembra: “Ele não era bonito nem simpático (...) Era alguém que não queremos ver” (53.2,3). Jesus percorre o caminho inverso da vida, do velho para o novo, morre quando deveria estar nascendo. Tudo para ser a própria ressurreição e o maior espetáculo do mundo. Pois “quando o corpo é sepultado, é feio e fraco; mas quando for ressuscitado, será bonito e forte” (1 Coríntios 15.43).
São ou não são coisas estranhas que faz a gente pensar?
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
18 de fevereiro de 2010
Obrigado colega pela inteligente publicação.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
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