quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Câmara Municipal de São Paulo celebra o centenário do Credo Social Metodista

A solenidade ocorreu no Dia Internacional dos Direitos Humanos

O Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, tornou-se uma data ainda mais especial para a Igreja Metodista no Brasil. A Câmara Municipal da cidade de São Paulo escolheu esse dia significativo para realizar uma Sessão Solene em homenagem ao centenário do Credo Social Metodista. O vereador José Ferreira, o “Zelão”, que propôs a realização da solenidade, destacou que o Credo Social, documento que expressa a doutrina social metodista, antecedeu em 40 anos e certamente inspirou o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos assinado em 1948.

A homenagem na Câmara Municipal nasceu da publicação de um livro e do desejo de que a Igreja e o poder público possam unir esforços em favor do bem comum. No início deste ano, a Editora da Faculdade de Teologia publicou o livro Sal da Terra e Luz do Mundo: 100 anos do Credo Social Metodista, com o registro das palestras da 57ª Semana Wesleyana, que celebrou o centenário do Credo Social. Este livro, oferecido a lideranças políticas brasileiras, a fim de estimular o necessário diálogo entre Igreja e sociedade, chegou às mãos do vereador Zelão por intermédio do pastor Alcides Barros. “Ao receber este livro, que expressa o diálogo da Igreja Metodista com a sociedade, me senti no dever de prestar uma homenagem, reconhecendo os valores sociais da Igreja e estreitando os laços de solidariedade e compromisso com as causas sociais”, afirmou o vereador, ao presidir a cerimônia.

A solenidade realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal contou com a presença de várias lideranças da Igreja Metodista. A mesa (acima, à direita), presidida pelo vereador, incluiu os bispos Adriel de Souza Maia, Nelson Luiz Campos Leite e Geoval Jacinto da Silva; o reitor da Faculdade de Teologia, Rev. Rui Josgrilberg; o secretário da Associação da Igreja Metodista, Dr Alexandre Rocha Maia; o pastor Alcides Barros, co-fundador da Comunidade Metodista do Povo de Rua; a secretária de Ação Social da 3ª Região Eclesiástica, Jairma de Assis Guello; a coordenadora do Ministério de Ações Afirmativas para Afro-descendentes, Diná da Silva Branchini e o reitor da Universidade Metodista de São Paulo, Márcio de Moraes. Prestigiando a cerimônia, havia pastores(as) e seus familiares, membros de igrejas, professores e alunos da Faculdade de Teologia.

Vários políticos que não puderam comparecer à solenidade enviaram mensagens de felicitações, incluindo o governador do estado de São Paulo, José Serra; prefeito Gilberto Kassab, secretários de estado, vereadores e o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas.

O evento foi aberto pela execução do Hino Nacional Brasileiro, pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.Contou também com a participação do coral Canto da Terra, da Faculdade de Teologia, que encantou os presentes com cânticos expressando esperança e o anseio por justiça, sentimentos presentes no movimento metodista desde os tempos de John Wesley, como destacou o bispo Adriel de Souza Maia em seu pronunciamento. O bispo Adriel lembrou, ainda, de uma máxima que pautava a vida e o ministério de John Wesley: Tornar o cristianismo uma religião solitária é destruí-lo. “Assim, reafirmamos que o Credo Social é mais que um documento, mas estilo de vida, partindo dos valores do Evangelho”, disse o bispo. “Nossa oração nessa casa, que é o ´altar do povo´, é que Deus nos ajude a fazer um novo Brasil justo e solidário. Ajuda-nos a ser realmente ´comunidade missionária a serviço do povo´. Oramos também em favor da Câmara, a fim de que a fé desse colegiado possa estar a serviço da dignidade da vida”.

O Rev. Rui Josgrilberg, reitor da FaTeo, também expressou o seu desejo de que a Igreja Metodista siga reafirmando, com sua ação missionária, os princípios de seu Credo Social. Após a exibição de um vídeo com alguns exemplos de projetos sociais desenvolvidos pela Igreja Metodista, ele destacou algumas ações históricas, como a criação do também centenário Instituto Central do Povo, primeira organização social do país e o apoio ao Projeto Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo do Campo, que teve papel marcante na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. “Quero agradecer de modo especial ao vereador Zelão não apenas por propor essa homenagem, mas por sua sensibilidade em perceber que uma Igreja Metodista que tem um Credo Social de 100 anos precisa assinalar esse evento para ela mesma e para a sociedade. Já tivemos maior presença pública e profética. Vivemos hoje momentos de hesitação. Sua homenagem serve de incentivo para retomarmos nossa vocação profética”.

Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9658

sábado, 26 de dezembro de 2009

Feliz Natal

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" Isaias 9.6

Isaias testemunhou várias manifestações de recusa e ignorância acerca da pessoa de Jesus Cristo e de sua obra redentora. Sem dúvida, o profeta mais conhecido dentre os que passaram por Israel, Isaias registrou em suas profecias a promessa do plano de redenção máximo de Deus: o envio de Seu filho ao mundo, Jesus Cristo, a revelação plena, inconfundível e irrefutável do amor e da graça do Senhor da vida.

Mas, como a profecia de Isaias se relacionam conosco? Eu proponho algumas definições do que seja o que chamamos de Feliz Natal.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu”

A profecia de Isaias traz uma revolução à forma, ao estilo de vida que o povo tinha. As celebrações, as festas tinham se transformado em ritos, repetidos e sem significado real. Repetições sem sentido. A esperança da chegada e manifestação do Messias se perdia pelo decorrer dos anos e a figura que emergia era de um enviado da parte de Deus que, pela guerra, destruiria os impérios que assolavam o povo judeu e restauraria o domínio político-social e econômico-religioso de Israel. Todavia, a Palavra revelada de Deus veio ao povo dizendo que o Messias seria um menino, um herdeiro se lhes daria.

É possível dizermos que não vivemos um tempo tão diferente assim. O Cristianismo e a pregação do Evangelho se espalham rapidamente. Nunca tivemos tantos programas de tantas igrejas na televisão e no rádio. Artistas, políticos, anônimos aderem ao Cristianismo e aos ritos que celebramos, como o Natal. Mas, qual é o sentido desse Feliz Natal? Será nós entendemos o que significa essa expressão? A figura do menino e não do rei, da manjedoura e não do trono, dá-nos pistas da maneira como Deus deseja se revelar a nós. Um Deus que está próximo, que se relaciona de forma íntima conosco e que nos assegura uma herança como co-herdeiros de Seu filho. A plena revelação de Sua graça e amor, a salvação e vida eterna com Cristo nos céus.

Somos chacoalhados por essa mensagem a despertar nossa vocação profética e declarar, por nossas palavras e atitudes que esse menino que nasceu, esse filho que nos foi dado é o caminho para a reconciliação de toda a humanidade e criação com esse Deus de amor e graça. Somos motivados por essa mensagem a trabalhar com irmãos e irmãs brasileiros que sofrem, vivem sem esperança, sem a alegria, justiça e paz que o Reino de Deus nos promete dar.

“O governo está sobre os seus ombros”

É bem provável que essa parte da profecia parecesse uma incoerência, algo antagônico para o povo. Afinal de contas, dizer que a autoridade estava sobre os ombros de alguém era afirmar que a decisão de vida e morte que somente os imperadores da época tinham, o controle sobre a vida das pessoas, do direito de ir e vir, e tudo mais estava assegurado ao bel prazer de um menino. Colocar o manto, a capa sobre os ombros de alguém simbolizava que aquela pessoa possuía autoridade e destaque. Assim, apesar de ser apenas um menino, o enviado da parte de Deus era alguém que tinha a marca da autoridade dada pelo próprio Deus.

Nós costumamos dizer que: “Manda que pode e obedece (...)”. Possivelmente é mesmo assim. Vivemos uma época em que o “poder” é disputado e destacado. Seu reconhecimento é auto-intitulado e não originário da comunidade. A cada dia surgem novas titulações dentro da igreja evangélica brasileira. São novos/as pastores/as, novos/as bispos/as, já temos os/as apóstolos/as. Pergunto-me qual será o novo título daqui há um ou dois anos? Anjo? Messias?

A mistura entre a criança e a autoridade é um fator primordial na caminhada cristã, principalmente quando celebramos o Natal, o nascimento dessa criança tão especial, Jesus Cristo, o Senhor. A nós cabe sermos dependentes e humildes como uma criança. Ao Senhor da vida cabe colocar sobre nossos ombros Sua autoridade para exercermos o ministério da reconciliação, para sermos testemunhas fiéis, como labaredas de fogo nas mãos de Deus para transformar as situações de morte, que assolam o nosso mundo, as nossas famílias e mesmo as nossas casas, em situações de vida, abundante e plena, em Cristo, por Cristo e para Cristo.

“e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”

Essas quatro características acerca do Messias, apresentadas pelo profeta Isaias, fecham o versículo e fundamentam a certeza de que Deus haveria de se manifestar em tempo oportuno, renovando a esperança para todo o povo de Israel. O admirável orientador! O Messias que seria enviado da parte de Deus era Aquele que guiaria o povo, de forma esplêndida por entre as dificuldades e lutas que eles enfrentavam. A encarnação da fortaleza! Jesus seria a própria revelação daquilo que todos os grandes nomes em Israel experimentaram como o auxílio divino, a ajuda, resgate e proteção diante das mais diversas situações de medo e morte. O gerador imortalidade! Cristo, que “desde os tempos antigos, dos dias da eternidade”, como nos diz o profeta Miquéias, existia e por meio de quem tudo se fez e permanece, traria uma esperança a mais, que transcenderia a vida na terra, numa vida sem fim com Deus, em Seu Reino. O senhor da serenidade! O Messias que haveria de vir ao mundo, transformaria as situações de medo e incertezas, em momentos de tranqüilidade e paz; uma ação que começaria imediatamente, mas que continuaria para sempre, se revelando plenamente na glória vindoura.

Quantas pessoas hoje precisam ouvir essa mensagem? A correria do dia-a-dia, os muitos cuidados que temos, as compras de Natal, a ceia que preparamos, os presentes que ganhamos e tudo mais que a sociedade nos diz que é o significado do Feliz Natal que dizemos e recebemos tentam nos fazer esquecer que já recebemos e temos em nós a marca, o selo do que seja o sentido do Natal. Jesus Cristo, nosso senhor e salvador é Aquele que nos dirige e guia nas decisões simples e complicadas que precisamos tomar; Aquele nos sustenta e nos mantém em pé diante das tribulações e provações que enfrentamos e que tentam nos derrubar e destruir; é Ele que nos assegura a certeza de que o crente não encerra sua vida aqui, mas tem em Cristo a certeza de que nos céus há lugar preparado para si, onde a morte e a dor e o sofrimento não existirão, onde O veremos e conheceremos, não como em espelho, mas face-a-face; o Messias que nos estende a mão, nos segura, nos firma os passos e acalma os nossos corações, mesmo que todas as situações ao nosso redor pareçam não ter solução.

Hoje nós somos motivados/as pela Palavra de Deus a reavivar em nossos corações e mentes a firme convicção de que esse Jesus tem características incríveis e que podem nos promover de forma plena, inconfundível e irrefutável, vida abundante para a glória de Deus. Somos impulsionados pelo Espírito Santo a efetivamente falar e agir conforme bons despenseiros da graça e do amor de Deus, revelados em Cristo Jesus para a salvação de toda a humanidade.

O que nós faremos a respeito disso? Você precisa reavivar isso no seu coração e mente? Jesus é somente um bonequinho num presépio bonito? Um discurso belo que o pastor apresenta? Qual o significado do Feliz Natal que você diz às pessoas? Deus quer que você, primeiramente, entenda qual o significado dessa expressão, para que então, certo de que seja no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, seja com algum irmão ou irmã daqui, ou com alguém tenha vindo de outro país, a essência do menino que governa, Sua humildade e autoridade, Sua direção, proteção, salvação e vida permeiem e sejam o significado mais profundo e real do seu: Feliz Natal!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A lida na igreja

“Eu, pois, com todas as minhas forças já preparei para a casa de meu Deus ouro para as obras de ouro, prata para as de prata, bronze para as de bronze, ferro para as de ferro e madeira para as de madeira; pedras de ônix, pedras de engaste, pedras de várias cores, de mosaicos e toda sorte de pedras preciosas, e mármore, e tudo em abundância.” 1 Crônicas 29.2

Quando pensamos nas atividades que temos na igreja somos tomados por compreensões diversas e, às vezes, diferentes. É possível que as encaremos como mais uma ou algumas tarefas a serem realizadas em nossas agendas; podemos tê-las como atividades rotineiras, às quais regularmente fazemos como se atendêssemos a um clube; podemos ainda percebê-las como espaço no qual pomos em prática o dom que recebemos de Deus, como bons despenseiros da graça divina.

Empenhar-se nas atividades na igreja é sempre um prazer quando “preparamos ouro para as obras de ouro”, ou seja, quando nos dedicamos a fazer a coisa certa, no lugar certo, na hora certa. A Igreja de Cristo é formada por pessoas diferentes, com diferentes dons, por isso, não precisamos e não devemos nos preocupar em fazer tudo, o tempo todo. Deus suprirá com homens e mulheres de boa vontade as necessidades de Sua missão. Todavia, há um lembrete do qual não podemos nos esquecer: É preciso abundar em tudo o que fazemos! Quando nos dedicamos com afinco às atividades na igreja e o fazemos de coração, nossas obras abundam em virtude e graça na vida de nossos irmãos e irmãs da comunidade de fé.

Que o Senhor da vida te ajude a perceber que cooperar na missão de Deus não é desgastante, mas uma dádiva que se revela no compartilhar o dom que Deus te deu.

Pr. Thiago Pacheco

Renovando a alegria

“Deus te dê do orvalho do céu, e da exuberância da terra, e fartura de trigo e de mosto” Gênesis 27.28

As promessas de Deus são sempre fonte de alegria em nós. Certamente todas as vezes que ouvimos alguma delas sendo recitadas ou ditas a nós, percebemos em nossos corações um gostoso sentimento chamado esperança. De fato, precisamos manter esse sentimento constante em nossas vidas, sabendo que o próprio Deus é que o gera em nós.

As manhãs de Primavera são fascinantes nesse ponto, pois ao olharmos os jardins, ou ainda um pequeno vaso de flor posto à beira de uma janela, percebemos que o orvalho que desceu do céu durante a noite renova a exuberância daquela plantinha ou daquele jardim, fazendo-o despontar maravilhosamente.

Às vezes acordamos desanimados e desesperançados, mas que a certeza de que o Senhor da vida nos fartará de trigo e mosto, ou seja, suprirá todas as nossas necessidades e nos fará despontar novamente, se alegrar de novo, guarde nossos corações e mentes nesse dia.

Que Deus conceda a você o renovo da alegria.

Pr. Thiago Pacheco

domingo, 6 de dezembro de 2009

O retorno

É tempo de retornar!

Foram anos maravilhosos, repletos de desafios e alegrias. É verdade que alguns momentos tristes tentaram apagar a chama que arde em nossos corações, mas não prevaleceram. Foram anos de aprendizado e ensino, tempo de compartilhar e de reter, viver o novo e recordar com esperança o que passou. Foram anos em que Deus manifestou sua graça invisível de forma visível, como refrigério para almas cansadas e, algumas vezes, sobrecarregadas.

Serão anos maravilhosos, repletos de desafios e alegrias. Um novo tempo de experimentar do cuidado de Deus e de sua revelação plena e graciosa em nós. Serão anos em que o melhor de Deus se revelará.

Em rumo ao ministério pastoral!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Oração de louvor pelo TCC

Nós te louvamos ó Deus porque desde de nossas introduções tu nos inspirastes com tua criatividade.

Te exaltamos porque a revelação plena da tua graça invisível, Jesus Cristo nosso Senhor, se fez visível

em nós, de forma que nos capítulos das nossas vidas, nos tornamos mais que vencedores em seu amor.

Nós te bendizemos ó Santo Espírito de Deus porque tu sopraste favoravelmente sobre nós, e por isso as conclusões à que chegamos, e às que chegaremos, são e serão fontes de vida.

Por Cristo Jesus, autor de nós, em nós e através de nós. Amém!

Abraços ...rs

Pr. Thiago Pacheco

domingo, 15 de novembro de 2009

SOBRE O ESPÍRITO SANTO - parte 4

Pregado na Igreja de St. Mary, Oxford, no Domingo de Pentecostes, 1736.
"Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade".
(2 Coríntios 3.17)

III
Eu prossigo agora para a terceira coisa proposta, a saber, inquirir dentro da natureza e operação do Espírito Santo, como conferido junto aos cristãos.
E aqui eu devo ignorar os dons extraordinários concedidos para as primeiras épocas da edificação da Igreja e apenas considerar que o Espírito Santo é para todo crente, para sua santificação e salvação pessoal. Não é garantido para todos ressuscitar dos mortos, e curar o doente. O que é mais necessário é estar certo, quanto a nós mesmos, que "passamos da morte para a vida", manter nossos corpos puros e imaculados, e deixá-los colher os frutos daquela saúde que flui de uma paciência magnânima, e das alegrias serenas da devoção. O Espírito Santo tem capacitado os homens a falar em línguas, e a profetizar; mas a luz que mais necessariamente atende a ele é a luz para discernir as falácias da carne e sangue, para rejeitar as máximas descrentes do mundo, e praticar aqueles graus de confiança em Deus e amor aos homens, cujo alicerce não é tanto nas aparências presentes das coisas, quanto em alguma que ainda virá. O objeto que esta luz nos faz mais imediatamente conhecer é nós mesmos; e em virtude disto, alguém que é nascido de Deus e tem a esperança viva pode, de fato, ver além, nos caminhos da Providencia, e mais além ainda, nas Escrituras Santas; porque as Santas Escrituras, exceto algumas partes acidentais e menos necessárias, são apenas a história daquele novo homem que ele mesmo é; a Providência é apenas uma sábia disposição de eventos para o despertar de pessoas específicas, e aprimorando o mundo em geral para a vinda do reino de Cristo.
Mas eu penso que a noção verdadeira do Espírito é que Ele é alguma porção, assim como preparação para a vida em Deus, que nós devemos desfrutar daqui por diante. O dom do Espírito Santo olha satisfeito para a ressurreição; porque, então, a vida de Deus está completa em nós.

Então, depois do homem ter passado por todas as penalidades do pecado, pelo trabalho penoso e vaidade da vida humana, pelas reflexões dolorosas de uma mente desperta, pelas enfermidades e dissolução do corpo, e todos os sofrimentos e mortificações, um Deus justo se colocará em seu caminho; quando, por estes meios, ele conhecer a Deus e a si mesmo, seguramente ele será confiado com a vida verdadeira; com a liberdade e ornamentos de um filho de Deus; porque ele não mais irá se apropriar de qualquer coisa. Então, o Espírito Santo será completamente conferido, quando a carne não deverá resistir mais tempo a Ele, mas ser em si mesma transformada em uma condição angelical; vestida com a não corrupção do Espírito Santo; quando o corpo, nascido com a alma, e vivendo através dela, poderia ser chamado de animal, deverá agora se tornar espiritual, enquanto pelo Espírito, ele se ergue na eternidade.
Todas as coisas no Cristianismo são algum tipo de antecipação de alguma coisa que acontecerá no final do mundo. Se os Apóstolos fossem pregar, através do comando de seu Mestre, "que o reino de Deus se aproxima", o significado seria, que dali por diante, todos os homens deveriam fixar seus olhos naquele tempo feliz, predito pelos profetas, quando o Messias viria e restauraria todas as coisas; isto, pela renuncia de seu modo de vida mundano, e submetendo-se à instituição do Evangelho, eles poderiam adequar-se, apressando-se para aquela bênção. "Agora somos os filhos de Deus", como João nos diz; ainda assim o que ele nos concede, no momento, dificilmente justificará aquele título, sem tomar na plenitude da sua imagem que deverá, então, ser manifestada em nós, quando deveremos ser "os filhos de Deus, sendo os filhos da ressurreição".

Crentes verdadeiros, então, entraram em uma vida, cuja seqüência, eles não conhecem; porque ela é "uma vida oculta com Cristo em Deus". Ele, o precursor, alcançou a finalidade dela, tendo ido junto ao Pai; mas nós podemos saber não mais dela do que apareceu Nele, enquanto esteve sobre a terra. E mesmo isto, nós não podemos saber, a não ser seguindo seus passos; que, se nós o fizermos, deveremos ser tão fortalecidos e restaurados dia-a-dia, no homem interior, que não teremos desejo de conforto, para o mundo presente, através de um sentido de "alegria colocada diante de nós"; embora que, quanto ao homem exterior, nós estaremos sujeitos a aflições e ruínas, e tratados como o refugo de todas as coisas.

Bem pode um homem perguntar a seu próprio coração, se ele é capaz de aceitar o Espírito de Deus. Porque, onde aquele Convidado divino entra, as leis de outro mundo devem ser observadas: O corpo deve ser oferecido em martírio, ou ser consumido pela luta cristã, tão despreocupadamente, quanto se a alma já tivesse providenciado sua casa do céu; os bens deste mundo devem ser deixados, tão livremente, quanto se o último fogo fosse apoderar-se deles amanhã; nosso próximo deve ser amado, tão ternamente, como se ele estivesse lavado de todos os seus pecados, e demonstrado ser um filho de Deus, pela ressurreição. Os frutos deste Espírito não devem ser meras virtudes carnais, calculadas para o conforto e decência da vida presente; mas disposições santas, adequadas aos instintos de uma vida superior já começada.
Assim, para pressionar adiante, até onde a promessa de vida o chama, - o voltar suas costas ao mundo, e confortar-se em Deus, - todos que têm fé observam que é justo e necessário e o forçam a fazer isto: Todos que têm esperança fazem isto alegremente e zelosamente, embora não sem dificuldade; mas ele que tem amor faz isto com facilidade e simplicidade de coração.

A condição do amor, sendo atendida com "alegria inexprimível e cheia de glória", com descanso das paixões e vaidades do homem; com a integridade de um julgamento imutável, e uma vontade indivisível, é, em grande medida, sua própria recompensa; ainda assim, não tanto a substituir o desejo de outro mundo. Porque embora tal homem, tendo um livre e insaciável amor por aquilo que é bom, pode raramente ter necessidade expressamente, para propor a si mesmo as esperanças da retribuição, com o objetivo de dominar sua repugnância a seu dever; ainda assim, certamente, ele deve esperar por aquilo que é melhor, afinal; e sentir uma atração clara, em direção àquela região, na qual ele tem seu lugar e situação já atribuída a ele; e juntar-se à expectativa sincera de todas as criaturas, que esperam pela manifestação dos filhos de Deus. Porque agora nós obtemos, apenas alguma parte de Espírito, para moldar e nos adequar para a integridade, para que possamos, por graus, estarmos acostumados a receber e levar Deus dentro de nós; e, portanto, o Apóstolo chama isto: "a sinceridade do Espírito"; ou seja, uma parte daquela honra que é prometida a nós pelo Senhor. Se, portanto, a sinceridade, habitando em nós, nos torna espirituais, até mesmo agora, e aquilo que é mortal é, por assim dizer, tragado pela imortalidade, como deverá ser quando, ressuscitando, devamos vê-lo face a face? Quando todos os nossos membros deverão irromper em canções de triunfo, e glorificar a Ele que os tem ressuscitado, e lhes garantiu vida eterna? Porque, se esta garantia ou penhor, envolvendo o homem em si mesmo, faz com que ele agora clame: "Aba, Pai"; o que devera toda a graça do Espírito fazer, quando sendo dado por fim aos crentes, nos fará como a Deus, e nos aperfeiçoará através da vontade do Pai?

E, assim, eu tenho feito o que foi, a principio, proposto: Eu tenho considerado a natureza de nossa queda em Adão; a pessoa de Jesus Cristo; e as operações do Espírito Santo nos cristãos.

A única inferência que traçarei do que tem sido dito, e, principalmente do relato da queda de um homem, deverá ser a racionalidade desses preceitos da abnegação, sofrimento diário, e renúncia ao mundo, que são tão peculiares ao Cristianismo, e que são o único alicerce em que as outras virtudes, recomendadas no Novo Testamento, podem ser praticadas ou obtidas, no sentido lá pretendido.

Esta inferência é tão natural, que eu não poderia ajudar antecipando isto, em alguma medida todo o momento. Alguém poderia pensar que não seria difícil persuadir uma criatura a abominar os símbolos de suas misérias; a não gostar da condição ou mansão, que apenas a expulsão e desgraça imputou a ele; para tripudiar a grandeza, refutar os confortos, e suspeitar da sabedoria de uma vida, cuja natureza o separa de seu Deus.

Seu Salvador ordena a você que "odeie a sua própria vida". Se você perguntar a razão, entre em seu coração, e veja se ele é santo, e cheio de Deus; ou se, por outro lado, muitas coisas que são contrárias a Ele são forjadas lá, e ele se torna um cultivo de inimigos. Ou, se esta é uma pergunta muito agradável, olhe para seu corpo. Você encontra lá o brilho de um anjo, todo o vigor da imortalidade? Se não, esteja certo de que sua alma está no mesmo grau de pobreza, nudez, e ausência de Deus. É verdade, que sua alma pode mais cedo ser readmitida, para alguns raios de luz do semblante de Deus, do que seu corpo pode; mas se você desse algum passo, afinal, em direção a isto, o deixar de gostar de seu ego presente deverá ser o primeiro.

Você precisa de um motivo, porque você deveria renunciar ao mundo. De fato, você não pode ver o príncipe dele caminhando, para cima e para baixo,
"buscando a quem ele possa devorar"; e você pode ser tão ignorante de seus conselhos, como a não saber que eles tomam lugar, assim como na maioria das medidas ilusórias de trabalho e aprendizagem, quanto nas ocupações mais extravagantes de prazer. Mas isto, no entanto, você não pode deixar de ver, que o mundo não é ainda um paraíso de Deus, guardado e enobrecido com a luz da glória; ele é, na verdade, um lugar onde Deus determinou que Ele não apareceria a você, na melhor das hipóteses, mas deixaria você em um estado de esperança, para que você pudesse ver a face Dele, quando este mundo for dissolvido.

Entretanto, existe um caminho de recuperar a nós mesmo, em grande medida, de todas as conseqüências danosas de nossa escravidão; e nosso Senhor nos tem ensinado este caminho. É através do sofrimento. Nós não devemos apenas "suportar muitas coisas", como ele o fez, e assim entrar na nossa glória; mas devemos também sofrer muitas coisas, para que possamos estar acima de nossa corrupção no presente, e desfrutar do Espírito Santo.

O mundo não tem poder algum sobre nós, mais do que temos uma rápida satisfação com seus confortos; e o sofrimento diminui isto. O sofrimento é, de fato, uma confutação das pretensões que o temperamento deleitoso nos alcança: Porque eu sou uma vida humana; e se esta vida contém tal facilidade, prazer estonteante, eminência gloriosa, como você promete, porque eu estou assim? Será porque eu não tenho ainda adquirido riquezas para tornar-me confortável, ou as realizações presentes para tornar-me considerável? Então, eu me certifico que todo o conforto que você propõe é, conduzindo-me fora de mim mesmo; mas eu antes entrarei profundo em minha própria condição, má como ela é: Talvez, eu deva ficar mais perto de Deus, da Verdade Eterna, no sentir tristezas e misérias que são pessoais e reais, do que em sentir comodidades que não são. Eu já começo a me certificar que todas as minhas queixas centram-se em um único ponto: Existe sempre no fundo, uma grande perda ou imperfeição, que não é a falta de amigos, ou ouro, ou saúde ou filosofia. E a consciência permanente disto pode possivelmente tornar-se uma oração nos ouvidos do Altíssimo; - uma oração não resultante de uma série de noções especulativas, mas de um estado real, não dissimulado de tudo que está dentro de mim; nem, na verdade, uma oração tão explícita como alguma que eu possa fazer; uma vez que, então, o sofrimento me abre uma porta de esperança, eu não o colocarei fora de mim, por quanto tempo eu viva: Ele me ajuda a um verdadeiro descobrimento de um período de minha existência, embora seja um menor; e ordena mais justeza, por ter alguma ligação com um período mais glorioso que eu possa seguir, do que a artimanha da indulgência, os deleites do orgulho e abertura, e toda a diplomacia sombria deste mundo que promove guerra com toda a verdade, para que o homem deva saber e sentir, antes que possa olhar em direção a Deus. Pode ser, enquanto eu continuo na cruz, que eu deva, assim como meu Salvador, dissuadir "principados e potestades"; recuperar-me mais e mais da dependência em que eu estou, de fato, mergulhado (o que ele apenas pareceu estar) nestas regras pecaminosas, e "triunfar sobre elas nisto". Pelo menos, deve parecer, no dia, em que Deus deva visitar, que meu coração, embora crescido indigno de sua residência, eram muito grande para ser confortado por alguma das suas criaturas; e foi mantido para ele, como um lugar originalmente sagrado, embora para o momento, impuro.

Mas, supondo que nosso estado requeira "morrermos diariamente", - sacrificarmos tudo que esta vida presente possa vangloriar-se, ou deleita-se, antes que desistamos da própria vida; supondo também que no momento em que façamos algo deste tipo, recebamos luz e força de Deus, para nos tornarmos superiores às nossas enfermidades, e sermos carregados calmamente em direção a Ele, na alegria do Espírito Santo; ainda assim, como um homem pode ter tais oportunidades freqüentes de sofrimento? Na verdade, martírios não acontecem em todas as épocas, e alguns dias de nossas vidas podem passar, sem a reprovação de homens; podemos estar saudáveis, e não necessitarmos de alimento ou vestimenta; (embora a própria saúde e a própria nutrição nos obriguem à dor de uma constante correção delas); ainda assim, o amor a Deus e a esperança divina não necessitará de alguma coisa para oprimi-las neste mundo.

Que um homem humilhe-se calmamente em seu coração, e veja, se não existe raiz de amargura brotando; se, pelo menos, seus pensamentos, que estão sempre em movimento, algumas vezes, não partem para projetos sugeridos pelo orgulho, ou mergulha em leviandade indolente, ou está emaranhado em ansiedade vã. Ele não encontra um impulso de ira, ou de folia, fermentando-o, num instante, totalmente; privando-o da humildade e discernimento firme que ele trabalhou em busca? Ou que ele não deixe de ter noção, a qualquer tempo, daquela obediência sincera, e zelo vigilante, e dignidade de comportamento, que, são adequados, eu não digo para um anjo, mas para um pecador que tem "a boa esperança, pela graça", e, se esforce para operá-la; e se ele não encontra uma espécie de obstáculo para isto dentro dele, ele tem, de fato, nenhuma oportunidade de sofrimento. Em resumo, se ele é tal espécie abjeta de criatura, como será, exceto se a graça puder causar a ele severidade perpétua, freqüentemente reincidir em um curso de pensamento e ação, inteiramente sem Deus; então, nunca lhe faltará oportunidades de sofrimento, mas se certificará que sua própria natureza é o mesmo fardo para ele, como aquela "geração infiel e perversa" foi para nosso Salvador, da qual Ele disse: "Por quanto tempo eu deve estar com vocês? Por quanto tempo eu devo suportar vocês?”

Eu concluirei tudo com aquele excelente Coleta de nossa Igreja: - "Ó, Deus, que em todas as épocas tem ensinado os corações de teu povo fiel, enviando a eles a luz do teu Espírito Santo; nos conceda, através do mesmo Espírito ter o julgamento correto em todas as coisas, e sempre mais nos regozijarmos em seu santo conforto, através dos méritos de Jesus Cristo, nosso Salvador; que vive e reina contigo, na unidade do mesmo Espírito, um Deus, mundo sem fim. Amém!"

Sermão de John Wesley

Que Deus nos abençoe,
Pr. Thiago Pacheco