O Mundo é minha paróquia
“O mundo é minha paróquia", esta frase de Wesley nos inspira a afirmar que neste mês de novembro para nós metodistas: "O mundo negro também é nossa paróquia".
Neste tempo sua igreja pode oportunizar momentos de reflexão para conhecer e ir ao encontro das questões que afetam o povo negro.
O tema que elegemos como Ministério AA-AFRO-3RE é JUVENTUDE NEGRA: mutilada pelas forças dos preconceitos e vulnerável à violência e à criminalidade é o eixo das nossas reflexões, orações e ações.
As organizações de defesa dos Direitos humanos denunciam que está ocorrendo no Brasil um genocídio da Juventude negra. Eis alguns dados:
• A juventude negra consumida pelas forças da exclusão social tem encontrado lugar na periferia das periferias. Nas periferias das escolas, das escolas profissionais e técnicas, das universidades, do mercado de trabalho, dos espaços culturais e de lazer, do sistema de saúde.
• A maioria das mortes por assassinatos é de jovens negros, na faixa de 15 a 24 anos.
• A gravidez precoce ocorre em maior proporção às meninas negras.
• A abordagem policial é racializada e o perfil é o homem negro, ou seja, os jovens negros são mais abordados nas ruas pela polícia do que os jovens brancos.
A exclusão educacional e do trabalho contribui para a marginalidade e sedução das organizações criminosas como também para a ausência de melhores perspectivas de vidas.
As políticas públicas de ações afirmativas para estudantes negros/as é um dos instrumentos de reparação – com 120 anos de atraso - desta situação decorrente da ausência de políticas positivas que deveriam acompanhar a Lei que institui a abolição da escravatura.
Jovens negros/as lutam a cada momento para vencer os desafios impostos por uma sociedade racista e preconceituosa. Alguns, poucos, conseguem entrar e se manter nas escolas e nas universidades. Alguns poucos conseguem um trabalho e salário de melhor qualidade.
A Igreja Metodista pode ser uma voz que anuncia boas novas a esta juventude, pode ser a voz de incentivo e apoio a inclusão educacional da juventude negra.
Não perca esta oportunidade. Proponha atividades voltadas para a conscientização da Igreja sobre sua responsabilidade social e espiritual para com a população negra. Ir ao encontro das questões que afetam o povo negro e declarar que “O mundo negro também é nossa paróquia".
Texto de:
Diná da S. Branchini
Telma Cezar Martins
Fonte: http://3re.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=9545
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Tragédia no Haiti
A notícia do terremoto que arrasou o Haiti no último dia 12 de janeiro de 2010, especialmente, a capital, Porto Príncipe, chegou fortemente em minha vida. Estive no Haiti há cerca de cinco anos compondo uma comitiva internacional denominada: “Missão de Paz”, sob a liderança de Adolfo Esquivel - Prêmio Nobel da Paz – e, nesse sentido, percorri os principais espaços políticos e sociais desta nação que vem sofrendo há anos uma qualidade de vida subumana.
Foi uma viagem marcante, em especial, pelas experiências adquiridas com esse povo sofrido, mas esperançoso com um dia melhor.
Igualmente, ouvindo os segmentos representativos do país sobre a sua história, de maneira especial, as intervenções, ocupações, o embargo político e intelectual e, nessa esteira, comprometendo a chamada autodeterminação dos povos.
Tenho na minha memória as crianças pelas ruas da cidade à procura de um pedaço de alimento, o impacto da visita aos presídios da capital, a insegurança do povo andando pelas ruas ao som dos tiros disparados, a ansiedade da juventude na busca de uma melhor qualidade educacional e, ainda, a rede hospitalar insuficiente para atender às necessidades básicas da população. Há muita gente morrendo antes da hora e, ainda, uma população marginalizada e sem a dignidade de sua cidadania.
Assim sendo, deparei-me com um título de uma reportagem num dos jornais de grande circulação nacional: “O Haiti já estava de joelhos; agora, está prostrado”. Realmente, este é o cenário deste país que sofre a profunda dor do apagamento de mais de 150 mil pessoas e incontável número de feridos e, do mesmo modo, com uma profunda sensação do desaparecimento de uma nação.
A tragédia registrou a morte de lideranças internacionais importantes que estavam lá prestando solidariedade ao povo haitiano e buscando intensificar parcerias para uma melhor qualidade de vida pessoal, social e ambiental para esse povo. Entre elas destacam-se a médica Dra. Zilda Arns Neumann, idealizadora e coordenadora da Pastoral da Criança e, ultimamente, Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e dois líderes metodistas em missão no Haiti: o Reverendo Dr. Sam Dixon, diretor da Agência de Socorro Humanitário da Igreja Unida (UNCOR) e o Reverendo Clint Rabb, Coordenador dos Voluntários em Missão da Igreja Metodista Unida.
Ainda no ardor dessa tragédia algumas rápidas considerações:
a) Num desastre com essa proporção muitas são as interpretações apocalípticas sobre a tragédia.Devemos ter muito cuidado com as explanações teológicas que estão sendo dadas a esse acontecimento e, na verdade, muitos cercados de preconceitos e descaracterizando o fundamento bíblico do Deus da justiça, da paz, da reconciliação e mesmo com as contingências humanas é o Deus que revela em Jesus Cristo o seu amor à humanidade. Foi muito oportuna a reflexão do Pr. Ricardo Gondim quando ele sublinha: “acredito em um Deus que se relaciona com a humanidade em outras bases. Deus é amor. A bonança e a tempestade são elementos da contingência, espaços para a liberdade. Não creio na teologia da Providência. Aceito que Deus amorosamente participa nas iniciativas de bondade e nos movimentos de justiça que um cataclismo possa desencadear. Não imagino que o Deus de Jesus Cristo possa estar por detrás de um acidente tão horrendo. Ele é luz e interpela homens e mulheres de bem que se façam presentes na catástrofe, minorando o sofrimento dos pobres. Descreio das lógicas que transformam os pensamentos divinos em maldição, Deus é o Deus da paz.”
b) Assim sendo, é quase impossível encontrar palavras para apresentar a tragédia no território haitiano. As notícias que chegam e as imagens que são exibidas dão conta da profunda agonia e do total estado de caos da população no Haiti. Comentando sobre o terremoto no Haiti, o Pr. Israel Belo de Azevedo, em sua mensagem “Prazer da Palavra” de 21 de janeiro de 2010 diz assim: “A chamada “peste negra” devastou a Inglaterra no começo do século 17. De seu escritório na igreja, o pastor John Donne (1572-1631) via os corpos sendo carregados para serem sepultados em valas comuns, como no Haiti de 2010. Então escreveu:
“Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma. Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo. Se uma porção de terra é levada pelo mar, a Europa é levada, como se um penhasco fosse, como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse. Toda a morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade. Então, não queiram saber por quem os sinos dobram: eles dobram por ti” (John Donne – Devotions Upon EmergentOccasions, 1623).
c) No cenário dessa agonia, uma luz brilha, ou seja, a luz da solidariedade de agências humanitárias, ONGs, Igrejas, empresas, voluntários se apresentando de toda a parte do mundo, governos etc. se articulam para oferecer ao povo haitiano a dignidade da vida. Com certeza, somente a solidariedade ativa poderá tirar o povo dessa prostração e colocá-lo em pé para sonhar com o novo dia.
Nessa perspectiva, o povo chamado metodista está sendo convocado para participar desse movimento de solidariedade em favor do povo haitiano e a reconstrução desse País.
Igualmente, reafirmamos a nossa confiança na graça transformadora de Deus, mesmo diante da ambigüidade da vida.
Em oração em favor dessa nação.
Com fé, esperança, solidariedade e amor.
Adriel de Souza Maia - Bispo na 3ª Região Eclesiástica
Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9771
Foi uma viagem marcante, em especial, pelas experiências adquiridas com esse povo sofrido, mas esperançoso com um dia melhor.
Igualmente, ouvindo os segmentos representativos do país sobre a sua história, de maneira especial, as intervenções, ocupações, o embargo político e intelectual e, nessa esteira, comprometendo a chamada autodeterminação dos povos.
Tenho na minha memória as crianças pelas ruas da cidade à procura de um pedaço de alimento, o impacto da visita aos presídios da capital, a insegurança do povo andando pelas ruas ao som dos tiros disparados, a ansiedade da juventude na busca de uma melhor qualidade educacional e, ainda, a rede hospitalar insuficiente para atender às necessidades básicas da população. Há muita gente morrendo antes da hora e, ainda, uma população marginalizada e sem a dignidade de sua cidadania.
Assim sendo, deparei-me com um título de uma reportagem num dos jornais de grande circulação nacional: “O Haiti já estava de joelhos; agora, está prostrado”. Realmente, este é o cenário deste país que sofre a profunda dor do apagamento de mais de 150 mil pessoas e incontável número de feridos e, do mesmo modo, com uma profunda sensação do desaparecimento de uma nação.
A tragédia registrou a morte de lideranças internacionais importantes que estavam lá prestando solidariedade ao povo haitiano e buscando intensificar parcerias para uma melhor qualidade de vida pessoal, social e ambiental para esse povo. Entre elas destacam-se a médica Dra. Zilda Arns Neumann, idealizadora e coordenadora da Pastoral da Criança e, ultimamente, Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e dois líderes metodistas em missão no Haiti: o Reverendo Dr. Sam Dixon, diretor da Agência de Socorro Humanitário da Igreja Unida (UNCOR) e o Reverendo Clint Rabb, Coordenador dos Voluntários em Missão da Igreja Metodista Unida.
Ainda no ardor dessa tragédia algumas rápidas considerações:
a) Num desastre com essa proporção muitas são as interpretações apocalípticas sobre a tragédia.Devemos ter muito cuidado com as explanações teológicas que estão sendo dadas a esse acontecimento e, na verdade, muitos cercados de preconceitos e descaracterizando o fundamento bíblico do Deus da justiça, da paz, da reconciliação e mesmo com as contingências humanas é o Deus que revela em Jesus Cristo o seu amor à humanidade. Foi muito oportuna a reflexão do Pr. Ricardo Gondim quando ele sublinha: “acredito em um Deus que se relaciona com a humanidade em outras bases. Deus é amor. A bonança e a tempestade são elementos da contingência, espaços para a liberdade. Não creio na teologia da Providência. Aceito que Deus amorosamente participa nas iniciativas de bondade e nos movimentos de justiça que um cataclismo possa desencadear. Não imagino que o Deus de Jesus Cristo possa estar por detrás de um acidente tão horrendo. Ele é luz e interpela homens e mulheres de bem que se façam presentes na catástrofe, minorando o sofrimento dos pobres. Descreio das lógicas que transformam os pensamentos divinos em maldição, Deus é o Deus da paz.”
b) Assim sendo, é quase impossível encontrar palavras para apresentar a tragédia no território haitiano. As notícias que chegam e as imagens que são exibidas dão conta da profunda agonia e do total estado de caos da população no Haiti. Comentando sobre o terremoto no Haiti, o Pr. Israel Belo de Azevedo, em sua mensagem “Prazer da Palavra” de 21 de janeiro de 2010 diz assim: “A chamada “peste negra” devastou a Inglaterra no começo do século 17. De seu escritório na igreja, o pastor John Donne (1572-1631) via os corpos sendo carregados para serem sepultados em valas comuns, como no Haiti de 2010. Então escreveu:
“Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma. Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo. Se uma porção de terra é levada pelo mar, a Europa é levada, como se um penhasco fosse, como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse. Toda a morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade. Então, não queiram saber por quem os sinos dobram: eles dobram por ti” (John Donne – Devotions Upon EmergentOccasions, 1623).
c) No cenário dessa agonia, uma luz brilha, ou seja, a luz da solidariedade de agências humanitárias, ONGs, Igrejas, empresas, voluntários se apresentando de toda a parte do mundo, governos etc. se articulam para oferecer ao povo haitiano a dignidade da vida. Com certeza, somente a solidariedade ativa poderá tirar o povo dessa prostração e colocá-lo em pé para sonhar com o novo dia.
Nessa perspectiva, o povo chamado metodista está sendo convocado para participar desse movimento de solidariedade em favor do povo haitiano e a reconstrução desse País.
Igualmente, reafirmamos a nossa confiança na graça transformadora de Deus, mesmo diante da ambigüidade da vida.
Em oração em favor dessa nação.
Com fé, esperança, solidariedade e amor.
Adriel de Souza Maia - Bispo na 3ª Região Eclesiástica
Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9771
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Coisas estranhas
No domingo do Carnaval assisti “O Estranho Caso de Benjamin Button” – filme que conta a vida de um sujeito que nasce envelhecido e com o passar do tempo rejuvenesce. A bizarra história deste homem que vive uma vida inversa no tempo, até virar bebê e morrer no colo da mulher amada, faz a gente ver que é melhor assim, nascer novo e morrer velho. Diferente da propaganda que passa a idéia da eterna juventude. Por isto tanta gente de corpo sarado mas lelé da cuca. Não que seja errado proteger-se do envelhecimento. Mas chega a hora que nenhuma mágica, botox ou plástica resolve. E daí a realidade do Salmo 90: “Só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições” (v.10).
Por isto a oração neste salmo: “Senhor, faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (v.12). No entanto, por ser a vida curta, muita gente faz o contrário – deixa de ter um coração sábio. E tenta aproveitar o que pode de Carnaval a Carnaval, sem se dar conta que o obeso Momo deixa na avenida as cinzas de inconseqüências, insanidades, loucuras. Mas ele faz o que lhe compete, pois, segundo a mitologia grega o deus Momo foi expulso do Olimpo para ser na Terra o rei dos loucos e zombar dos humanos. Foi isto outra vez neste trágico feriadão.
E então outra estranheza: as Cinzas após o Carnaval – esse período religioso da Quaresma que contempla um rei coroado no Calvário. Não é uma absurda contrariedade? A festa da folia versus a contemplação da cruz? Não é esquisita a coroa da glória na cabeça do rei da loucura, enquanto a coroa de espinhos ferindo aquele que espontaneamente envelhece para oferecer nova vida? Não é maluquice o deus zombador escolhido como anfitrião do maior espetáculo da Terra, enquanto o Senhor da Terra ser zombado e rejeitado? Troca-se o duradouro pelo fugaz, a eternidade pela finitude.
Mas o apóstolo Paulo reconhece que os seguidores do Momo têm a mesma impressão sobre os seguidores de Cristo: “De fato”, diz ele, “a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para os que estão sendo salvos, é poder de Deus” (1 Coríntios 1.18). Mas então, quem está certo da cabeça? Paulo responde: “Pois aquilo que parece ser loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte que a força humana” (1 Coríntios 1.25).
E aí vejo Jesus parecido com Benjamin Button, que nasce velho e fraco, fica bonito e morre novo. Isaías lembra: “Ele não era bonito nem simpático (...) Era alguém que não queremos ver” (53.2,3). Jesus percorre o caminho inverso da vida, do velho para o novo, morre quando deveria estar nascendo. Tudo para ser a própria ressurreição e o maior espetáculo do mundo. Pois “quando o corpo é sepultado, é feio e fraco; mas quando for ressuscitado, será bonito e forte” (1 Coríntios 15.43).
São ou não são coisas estranhas que faz a gente pensar?
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
18 de fevereiro de 2010
Obrigado colega pela inteligente publicação.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
Por isto a oração neste salmo: “Senhor, faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio” (v.12). No entanto, por ser a vida curta, muita gente faz o contrário – deixa de ter um coração sábio. E tenta aproveitar o que pode de Carnaval a Carnaval, sem se dar conta que o obeso Momo deixa na avenida as cinzas de inconseqüências, insanidades, loucuras. Mas ele faz o que lhe compete, pois, segundo a mitologia grega o deus Momo foi expulso do Olimpo para ser na Terra o rei dos loucos e zombar dos humanos. Foi isto outra vez neste trágico feriadão.
E então outra estranheza: as Cinzas após o Carnaval – esse período religioso da Quaresma que contempla um rei coroado no Calvário. Não é uma absurda contrariedade? A festa da folia versus a contemplação da cruz? Não é esquisita a coroa da glória na cabeça do rei da loucura, enquanto a coroa de espinhos ferindo aquele que espontaneamente envelhece para oferecer nova vida? Não é maluquice o deus zombador escolhido como anfitrião do maior espetáculo da Terra, enquanto o Senhor da Terra ser zombado e rejeitado? Troca-se o duradouro pelo fugaz, a eternidade pela finitude.
Mas o apóstolo Paulo reconhece que os seguidores do Momo têm a mesma impressão sobre os seguidores de Cristo: “De fato”, diz ele, “a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para os que estão sendo salvos, é poder de Deus” (1 Coríntios 1.18). Mas então, quem está certo da cabeça? Paulo responde: “Pois aquilo que parece ser loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte que a força humana” (1 Coríntios 1.25).
E aí vejo Jesus parecido com Benjamin Button, que nasce velho e fraco, fica bonito e morre novo. Isaías lembra: “Ele não era bonito nem simpático (...) Era alguém que não queremos ver” (53.2,3). Jesus percorre o caminho inverso da vida, do velho para o novo, morre quando deveria estar nascendo. Tudo para ser a própria ressurreição e o maior espetáculo do mundo. Pois “quando o corpo é sepultado, é feio e fraco; mas quando for ressuscitado, será bonito e forte” (1 Coríntios 15.43).
São ou não são coisas estranhas que faz a gente pensar?
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
18 de fevereiro de 2010
Obrigado colega pela inteligente publicação.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Há lei? Ô, se há!
No último dia 24 Celebramos o dia da Constituição. É bem possível que você nem soubesse que esse dia existe, nem mesmo que ele é lembrado e celebrado nos calendários litúrgicos. Sem dúvida, o fato de termos reservado em nossas agendas um dia como este nos impele a refletir sobre o que é a Constituição, para que e quem ela serve, e se de fato celebrar o seu dia é uma mera formalidade ou um gesto pátrio de homens e mulheres que reconhecem em suas propostas o desejo ímpar de promover e defender a vida de todas e todos. Concomitantemente, temos muito próximo o Dia da Não-Violência, celebrado em 31 de janeiro. Penso que não é coincidência que esses dois dias sejam lembrados tão próximos um do outro. Fato é que suas menções são importantes, principalmente como fonte de esperança de dias melhores à todas as pessoas que acreditam que este ano que se inicia será melhor, mais proveitoso, mais generoso e acalentador. Por isso, ao dizermos: “Há lei? Ô, se há!”, reafirmamos que acreditamos na vida e em todos aqueles que a defendem e promovem, não pela imposição da lei, mas com o auxílio dela.
Acredito que o Artigo 5 da nossa Constituição seja o mais conhecido, não só no meio jurídico, mas entre todos nós que somos leigos no assunto das leis, mas que de alguma maneira nos importamos com ela, pois vemos nela um poderoso instrumento de promoção e defesa da vida digna e igualitária para todas as pessoas. Não desejo citar cansativamente o texto da nossa Constituição, porém apenas o artigo 50 e seu inciso III dado o motivo deste artigo. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da lei: (...) ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;”
Um ano que se inicia traz consigo o desejo e a esperança de dias melhores. Costumamos dizer que as coisas por aqui no Brasil só começam mesmo após o Carnaval, sei que para muitas pessoas em muitas situações isso é verdade, todavia, este ano já começou para milhões de brasileiros e brasileiras que, privados da abrangência das tão belas palavras acima citadas, são alvo da violência velada ou explícita e, em razão disso, se perguntam: Há lei? Talvez por desconhecimento de seus direitos e do texto constitucional, talvez por negligência das autoridades competentes; fato é que essas irmãs e irmãos de pátria precisam de palavras de esperança e solidariedade no momento da dor, da perda, do sofrimento e do luto. Essas pessoas precisam que homens e mulheres que acreditam e defendem a vida, assim como a promovem , pela ação cidadã, a retirada das palavras constitucionais do papel, implementando-as à realidade cotidiana das famílias brasileiras.
Isto é a Constituição Federal, uma fonte de vida e esperança descrita na forma de lei. Por isso ela foi escrita, para garantir que a justiça restauradora suplante a coerciva e gere assim incontáveis situações de Não-Violência para aquelas e aqueles que são alvo dessa justiça, ou seja, todas as mulheres e todos os homens desta “Pátria amada, mãe gentil”. Celebrar esses dias tão importantes não é mera formalidade, mas um ato de recordar que a vida supera a morte e que juntos podemos construir um ano melhor, um país melhor, uma vida melhor para todos nós.
Que Deus seja conosco!
Um abraço fraternal,
Pr. Thiago Pacheco
Acredito que o Artigo 5 da nossa Constituição seja o mais conhecido, não só no meio jurídico, mas entre todos nós que somos leigos no assunto das leis, mas que de alguma maneira nos importamos com ela, pois vemos nela um poderoso instrumento de promoção e defesa da vida digna e igualitária para todas as pessoas. Não desejo citar cansativamente o texto da nossa Constituição, porém apenas o artigo 50 e seu inciso III dado o motivo deste artigo. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da lei: (...) ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;”
Um ano que se inicia traz consigo o desejo e a esperança de dias melhores. Costumamos dizer que as coisas por aqui no Brasil só começam mesmo após o Carnaval, sei que para muitas pessoas em muitas situações isso é verdade, todavia, este ano já começou para milhões de brasileiros e brasileiras que, privados da abrangência das tão belas palavras acima citadas, são alvo da violência velada ou explícita e, em razão disso, se perguntam: Há lei? Talvez por desconhecimento de seus direitos e do texto constitucional, talvez por negligência das autoridades competentes; fato é que essas irmãs e irmãos de pátria precisam de palavras de esperança e solidariedade no momento da dor, da perda, do sofrimento e do luto. Essas pessoas precisam que homens e mulheres que acreditam e defendem a vida, assim como a promovem , pela ação cidadã, a retirada das palavras constitucionais do papel, implementando-as à realidade cotidiana das famílias brasileiras.
Isto é a Constituição Federal, uma fonte de vida e esperança descrita na forma de lei. Por isso ela foi escrita, para garantir que a justiça restauradora suplante a coerciva e gere assim incontáveis situações de Não-Violência para aquelas e aqueles que são alvo dessa justiça, ou seja, todas as mulheres e todos os homens desta “Pátria amada, mãe gentil”. Celebrar esses dias tão importantes não é mera formalidade, mas um ato de recordar que a vida supera a morte e que juntos podemos construir um ano melhor, um país melhor, uma vida melhor para todos nós.
Que Deus seja conosco!
Um abraço fraternal,
Pr. Thiago Pacheco
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Jesus vem ao nosso encontro.
Texto: Lc 4.16-30
O evangelho de hoje conta que Jesus foi para Nazaré, lugar onde ele foi criado desde a sua infância até os 30 anos. Ali, ao longo de todo esse tempo, acompanhou sua mãe nos afazeres de casa e, seu pai, na carpintaria. Ele era conhecido de todos e esteve em contato com todos ao longo de todos aqueles anos. Depois do milagre das bodas em Caná, ele desceu com sua família para Cafarnaum, onde passou não muitos dias. Agora, ele retornou a Nazaré com a fama dos seus feitos já correndo entre eles.
Assim que chegou em Nazaré, foi à sinagoga conforme seu costume. As sinagogas tinham leitores oficiais: Normalmente era um homem competente, membro da sinagoga, que fazia as leituras. Eles liam primeiro uma porção do Pentateuco e, depois, uma dos Profetas. O Pentateuco era lido, sem comentários; mas, a leitura dos Profetas poderia ser seguida de comentários, se o leitor assim o quisesse. O leitor ficava em pé, enquanto lia e, assentado, quando fazia seus comentários.
Os livros estavam em pergaminhos, e eram conservados em rolos. Jesus leu o rolo do profeta Isaías. Ele não pediu esse rolo; este foi-lhe dado. É uma divina coincidência ler o profeta Isaías, que é considerado o evangelista entre os profetas. Ele procurou a porção que queria ler. A leitura era feita pausadamente em hebraico e, depois, era feita a tradução para o aramaico.
Jesus começou a ler: O Espírito do Senhor está sobre mim. Isso foi visto, de modo excepcional, no seu batismo, quando o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba. Jesus foi Ungido para o mais elevado trabalho: Pregar as boas novas aos pobres. Os pobres aos quais o termo aqui se refere são aqueles que têm a atitude de profunda humildade e vazio diante de Deus, que sabem que nada podem oferecer a Deus e que só podem parar diante da graça de Deus e serem enchidos por ela. É a atitude da verdadeira contrição da qual falou João Batista e na qual Jesus tanto insistiu em todo o seu ministério.
Depois, na seqüência do texto, os pobres são comparados a cativos. A imagem não é a de prisioneiros numa jaula; mas de prisioneiros de guerra que são levados ao exílio pelos conquistadores. Assim, o texto descreve a ação do diabo, que toma os homens como cativos, de maneira que não podem escapar por meios próprios. Jesus tem a missão de proclamar libertação a esses cativos. A palavra libertação usada aqui é empregada em todo o novo testamento para designar perdão dos pecados. O anúncio da mensagem de Jesus não é o de uma mensagem vazia, de uma promessa falsa, fantasiosa, não é uma palavra de ordem e de lei que os cativos têm que cumprir; não requer esforço deles, pois eles não podem fazer nada. É uma sentença, uma notícia, que transfere esses cativos de Satanás para o reino de Deus, por causa da obra redentora de Cristo.
“A restauração da vista aos cegos” é uma outra figura que traduz o estado de pobreza do ser humano diante de Deus. Aquelas pessoas para as quais Jesus estava falando conheciam a palavra de Deus, mas que foram obscurecidas pelo pecado e conduzidas às trevas do paganismo.
A figura dos pobres ainda é qualificada como quem é comprimido e estilhaçado pelo pecado. O pecado é o fascínio mais ilusório que alguém pode ter, pois não faz o ser humano feliz; não o promove, nem liberta; mas, aprisiona, aperta e estilhaça a vida da pessoa. Por isso, o trabalho do Salvador é garantir perdão, fortalecer a fé e dar liberdade. Ele restaura a alegria e dá a paz. Isso é o que significa pôr em liberdade os oprimidos.
Jesus veio para Apregoar o ano aceitável do Senhor. Essa era a tarefa áurea do Messias. O ano aceitável do Senhor é uma referência ao fato que, no Antigo Testamento, a cada 50 anos, as dívidas eram perdoadas, os escravos eram libertados, as propriedades vendidas sob penhor eram devolvidas. Era chamado de ano da graça de Iahweh. Isaías chama de ano aceitável. Isso é o resultado do que Jesus veio trazer: Ele veio pregar que o ano aceitável do Senhor chegou, e Ele estava ali para levá-lo a efeito. É por isso que ele disse: Hoje se cumpriu as Escrituras que acabais de ouvir. O que estava acontecendo é que a própria Palavra, Cristo, estava lendo a Palavra para eles.
Jesus passou a ensinar-lhes. O que ele estava falando, certamente, era conhecido deles; mas, a incredulidade tinha fechado seus corações. O que fez com que aqueles homens rejeitassem a Jesus foi o fato que as palavras de graça e sabedoria incomparáveis que ouviram vieram dos lábios de um nazareno que eles conheciam muito bem, tanto que eles mencionaram a família de Jesus e a ocupação de José. Apesar de todas as suas palavras atrativas, eles não poderiam crer que ele era o Messias.
Jesus, então, colocou o dedo na ferida da sua insatisfação. Ele demonstrou a sua onisciência, conhecendo os pensamentos de rejeição e incredulidade deles. Em outras palavras, ele disse: Está mais uma vez provado por vocês, nazarenos, que um profeta não é aceito na sua própria terra, como não estou sendo aceito por vocês aqui, onde eu vivi. Vocês deveriam ser os primeiros a crêem em mim, mas são os primeiros a me rejeitar por completo.
Ele continuou falando. Lembrou a história de dois grandes profetas do Antigo Testamento: Elias e Eliseu, por meio dos quais Deus fez dois grandes milagres que beneficiaram pessoas estrangeiras. E isso quer dizer que as dádivas da graça de Deus não são recebidas por causa da nacionalidade ou qualquer outra coisa externa. Nada, nem ninguém, vão coagir Deus a agir. Ele distribui as suas dádivas não de acordo com o mérito humano, mas de graça e por bondade.
Jesus tinha vindo para Nazaré com propósitos claros de anunciar a palavra de Deus ali. Mas, os nazarenos eram presunçosos e concluíram por levar Jesus para fora, para o alto de um monte, para de lá o precipitarem. É interessante que eles não se incomodaram de tentar matar Jesus num sábado. O texto nos dá a entender que Jesus andou calmamente pela multidão sem ser molestado por ela. Como ele fez isso? Com o seu poder onipotente. O evangelista Mateus acrescenta que Jesus não pôde fazer sinais ali por causa da incredulidade deles. O texto conclui, dizendo que Jesus se retirou dali. Esse fato é dramático! Depois disso ele desceu para Cafarnaum e ensinava a palavra de Deus. Baseados no texto do evangelho, queremos meditar sobre o tema: Jesus vem ao nosso encontro.
O sermão de Jesus denunciou a situação de pobreza dos nazarenos. As palavras que leu dirigiam-se a eles. O seu convite de graça, misericórdia e amor também. Jesus os chamou – pobres, cativos, cegos e oprimidos - a virem a ele em sincera humildade e penitência. Qual foi a reação daqueles homens? Rejeitaram por completo a Jesus e ao seu convite. Mostraram seu coração arrogante, presunçoso, de quem não se acha pobre e carente diante de Deus, de quem pensa que não precisa do salvador. Jesus queria que a sua palavra se cumprisse não apenas nos ouvidos, mas nos corações daquelas pessoas. Infelizmente, seus corações estavam endurecidos. Qual a desculpa com a qual rotularam a sua incredulidade e rejeição a Jesus? Ele era Nazareno, conhecido de todos. A inveja, a arrogância e a dureza de coração daquelas pessoas vieram à tona. Eles estragaram o resultado das palavras de graça de Jesus, rejeitando-a totalmente.
Que atitudes nossas nos assemelham aos nazarenos do texto? O fato de não nos reconhecermos pobres, cativos, cegos e oprimidos, e não reconhecermos que Jesus vem ao nosso encontro para nos socorrer e ajudar. Por vezes, nossos corações são tomados de dureza, impenitência, incredulidade. Também, por vezes, rejeitamos o convite de Jesus de vir a ele vazios e nos colocarmos diante da sua graça para sermos por ela preenchidos. Impedimos que a palavra de Jesus se realize em nosso coração, deixamos de ouvi-la com reverência, atenção e regularidade, e nos escondemos atrás de desculpas, tentando diminuir nossa condição pecaminosa. Assim, também estragamos os resultados da palavra de Jesus.
Os nazarenos foram lembrados por Jesus que, seus antepassados, rejeitaram os profetas de Deus. O problema é que eles não estavam rejeitando a pessoa que prega a palavra, mas o próprio Deus. Também agimos assim quando não aproveitamos as oportunidades de ouvir a palavra de Deus, quando deixamos de vir a Igreja para participar dos cultos, quando deixamos passar momentos importantes nos quais Deus quer falar ao nosso coração pela palavra. Assim o povo de Nazaré, que tinha o Salvador diante dos seus olhos, fechou as portas para
a pregação de Jesus, e Jesus retirou-se dali. Por isso, não tinham que culpar ninguém, senão a si mesmos, caso a condenação lhes sobreviesse. Nós também temos o Salvador diante dos nossos olhos nas muitíssimas oportunidades que Deus nos dá de termos acesso à palavra e sacramentos, e se o rejeitarmos, não temos que culpar ninguém outro, senão a nós mesmos, caso a condenação nos sobrevenha.
Jesus foi a Nazaré com o propósito específico de anunciar a boa notícia da salvação aos nazarenos. Ele foi levar a mais excelente notícia aos pobres: Eles tinham, diante de si o Salvador, que veio libertar os cativos, dar a vista aos cegos, dar liberdade aos oprimidos e anunciar que a graça e o amor de Deus estavam ali, diante dos seus olhos. Essa mais maravilhosa notícia também vale para nós: Jesus vem ao nosso encontro! Aquele nazareno é o Salvador do mundo, que deu a sua vida para resgatar, livrar e salvar todos nós. A incredulidade e dureza de coração, tão comuns ao nosso coração, são arrancados pelo poder extirpador do perdão dos pecados, conseguido pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ali estava o Verbo que se fez carne e que deu a sua vida à morte de cruz e ressuscitou para que os pobres, os cegos, os cativos, os oprimidos – todos nós – recebamos perdão, vida e salvação.
Jesus vem ao nosso encontro. Como ele faz isso? Através dos meios que ele escolheu: O Batismo, a Pregação da palavra de Deus e a Santa Ceia. Ele nos dá muitas e ricas oportunidades para termos acesso a esses meios: Cada culto, estudo bíblico, cada momento de leitura da palavra de Deus, é uma oportunidade extraordinária para ouvir o Salvador falar ao nosso coração. A maior motivação para virmos a Igreja e para mantermos um programa de leitura diária da palavra não é cumprir uma formalidade religiosa ou fazer boa obra para conquistar o favor de Deus; mas aproveitar da melhor maneira o momento rico de encontro com o nosso salvador; nós - pobres, cativos, cegos, oprimidos, - com o Salvador, que se fez pobre para nos enriquecer, que nos liberta de toda a escravidão que o pecado quer nos impor, que nos livra da cegueira da incredulidade e nos dá a liberdade das amarras do pecado que tanto nos oprimem e estilhaçam.
Assim, Jesus foi ao encontro dos nazarenos e manifestou a sua glória a eles. Eles o rejeitaram, e Jesus retirou-se dali. Jesus vem diariamente ao nosso encontro, na palavra e sacramentos. Qual será a nossa reação? Queremos acolhê-lo em sincera humildade, arrependimento e fé, suplicando que ele permaneça entre nós e realize em nós o seu trabalho: Perdoar nossos pecados, fortalecer a nossa fé, dirigir e guiar a nossa vida e equipar-nos para o serviço em seu reino. Que Deus nos ajude. Amém!
Rev. Silvio F. da Silva Filho
Igreja Evangélica Luterana do Brasil - Paróquia Paz de Vila Velha
Cristo para Todos - Compartilhando Experiências da Vida Com Deus
Vila Velha - ES
Obrigado caro colega.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
O evangelho de hoje conta que Jesus foi para Nazaré, lugar onde ele foi criado desde a sua infância até os 30 anos. Ali, ao longo de todo esse tempo, acompanhou sua mãe nos afazeres de casa e, seu pai, na carpintaria. Ele era conhecido de todos e esteve em contato com todos ao longo de todos aqueles anos. Depois do milagre das bodas em Caná, ele desceu com sua família para Cafarnaum, onde passou não muitos dias. Agora, ele retornou a Nazaré com a fama dos seus feitos já correndo entre eles.
Assim que chegou em Nazaré, foi à sinagoga conforme seu costume. As sinagogas tinham leitores oficiais: Normalmente era um homem competente, membro da sinagoga, que fazia as leituras. Eles liam primeiro uma porção do Pentateuco e, depois, uma dos Profetas. O Pentateuco era lido, sem comentários; mas, a leitura dos Profetas poderia ser seguida de comentários, se o leitor assim o quisesse. O leitor ficava em pé, enquanto lia e, assentado, quando fazia seus comentários.
Os livros estavam em pergaminhos, e eram conservados em rolos. Jesus leu o rolo do profeta Isaías. Ele não pediu esse rolo; este foi-lhe dado. É uma divina coincidência ler o profeta Isaías, que é considerado o evangelista entre os profetas. Ele procurou a porção que queria ler. A leitura era feita pausadamente em hebraico e, depois, era feita a tradução para o aramaico.
Jesus começou a ler: O Espírito do Senhor está sobre mim. Isso foi visto, de modo excepcional, no seu batismo, quando o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba. Jesus foi Ungido para o mais elevado trabalho: Pregar as boas novas aos pobres. Os pobres aos quais o termo aqui se refere são aqueles que têm a atitude de profunda humildade e vazio diante de Deus, que sabem que nada podem oferecer a Deus e que só podem parar diante da graça de Deus e serem enchidos por ela. É a atitude da verdadeira contrição da qual falou João Batista e na qual Jesus tanto insistiu em todo o seu ministério.
Depois, na seqüência do texto, os pobres são comparados a cativos. A imagem não é a de prisioneiros numa jaula; mas de prisioneiros de guerra que são levados ao exílio pelos conquistadores. Assim, o texto descreve a ação do diabo, que toma os homens como cativos, de maneira que não podem escapar por meios próprios. Jesus tem a missão de proclamar libertação a esses cativos. A palavra libertação usada aqui é empregada em todo o novo testamento para designar perdão dos pecados. O anúncio da mensagem de Jesus não é o de uma mensagem vazia, de uma promessa falsa, fantasiosa, não é uma palavra de ordem e de lei que os cativos têm que cumprir; não requer esforço deles, pois eles não podem fazer nada. É uma sentença, uma notícia, que transfere esses cativos de Satanás para o reino de Deus, por causa da obra redentora de Cristo.
“A restauração da vista aos cegos” é uma outra figura que traduz o estado de pobreza do ser humano diante de Deus. Aquelas pessoas para as quais Jesus estava falando conheciam a palavra de Deus, mas que foram obscurecidas pelo pecado e conduzidas às trevas do paganismo.
A figura dos pobres ainda é qualificada como quem é comprimido e estilhaçado pelo pecado. O pecado é o fascínio mais ilusório que alguém pode ter, pois não faz o ser humano feliz; não o promove, nem liberta; mas, aprisiona, aperta e estilhaça a vida da pessoa. Por isso, o trabalho do Salvador é garantir perdão, fortalecer a fé e dar liberdade. Ele restaura a alegria e dá a paz. Isso é o que significa pôr em liberdade os oprimidos.
Jesus veio para Apregoar o ano aceitável do Senhor. Essa era a tarefa áurea do Messias. O ano aceitável do Senhor é uma referência ao fato que, no Antigo Testamento, a cada 50 anos, as dívidas eram perdoadas, os escravos eram libertados, as propriedades vendidas sob penhor eram devolvidas. Era chamado de ano da graça de Iahweh. Isaías chama de ano aceitável. Isso é o resultado do que Jesus veio trazer: Ele veio pregar que o ano aceitável do Senhor chegou, e Ele estava ali para levá-lo a efeito. É por isso que ele disse: Hoje se cumpriu as Escrituras que acabais de ouvir. O que estava acontecendo é que a própria Palavra, Cristo, estava lendo a Palavra para eles.
Jesus passou a ensinar-lhes. O que ele estava falando, certamente, era conhecido deles; mas, a incredulidade tinha fechado seus corações. O que fez com que aqueles homens rejeitassem a Jesus foi o fato que as palavras de graça e sabedoria incomparáveis que ouviram vieram dos lábios de um nazareno que eles conheciam muito bem, tanto que eles mencionaram a família de Jesus e a ocupação de José. Apesar de todas as suas palavras atrativas, eles não poderiam crer que ele era o Messias.
Jesus, então, colocou o dedo na ferida da sua insatisfação. Ele demonstrou a sua onisciência, conhecendo os pensamentos de rejeição e incredulidade deles. Em outras palavras, ele disse: Está mais uma vez provado por vocês, nazarenos, que um profeta não é aceito na sua própria terra, como não estou sendo aceito por vocês aqui, onde eu vivi. Vocês deveriam ser os primeiros a crêem em mim, mas são os primeiros a me rejeitar por completo.
Ele continuou falando. Lembrou a história de dois grandes profetas do Antigo Testamento: Elias e Eliseu, por meio dos quais Deus fez dois grandes milagres que beneficiaram pessoas estrangeiras. E isso quer dizer que as dádivas da graça de Deus não são recebidas por causa da nacionalidade ou qualquer outra coisa externa. Nada, nem ninguém, vão coagir Deus a agir. Ele distribui as suas dádivas não de acordo com o mérito humano, mas de graça e por bondade.
Jesus tinha vindo para Nazaré com propósitos claros de anunciar a palavra de Deus ali. Mas, os nazarenos eram presunçosos e concluíram por levar Jesus para fora, para o alto de um monte, para de lá o precipitarem. É interessante que eles não se incomodaram de tentar matar Jesus num sábado. O texto nos dá a entender que Jesus andou calmamente pela multidão sem ser molestado por ela. Como ele fez isso? Com o seu poder onipotente. O evangelista Mateus acrescenta que Jesus não pôde fazer sinais ali por causa da incredulidade deles. O texto conclui, dizendo que Jesus se retirou dali. Esse fato é dramático! Depois disso ele desceu para Cafarnaum e ensinava a palavra de Deus. Baseados no texto do evangelho, queremos meditar sobre o tema: Jesus vem ao nosso encontro.
O sermão de Jesus denunciou a situação de pobreza dos nazarenos. As palavras que leu dirigiam-se a eles. O seu convite de graça, misericórdia e amor também. Jesus os chamou – pobres, cativos, cegos e oprimidos - a virem a ele em sincera humildade e penitência. Qual foi a reação daqueles homens? Rejeitaram por completo a Jesus e ao seu convite. Mostraram seu coração arrogante, presunçoso, de quem não se acha pobre e carente diante de Deus, de quem pensa que não precisa do salvador. Jesus queria que a sua palavra se cumprisse não apenas nos ouvidos, mas nos corações daquelas pessoas. Infelizmente, seus corações estavam endurecidos. Qual a desculpa com a qual rotularam a sua incredulidade e rejeição a Jesus? Ele era Nazareno, conhecido de todos. A inveja, a arrogância e a dureza de coração daquelas pessoas vieram à tona. Eles estragaram o resultado das palavras de graça de Jesus, rejeitando-a totalmente.
Que atitudes nossas nos assemelham aos nazarenos do texto? O fato de não nos reconhecermos pobres, cativos, cegos e oprimidos, e não reconhecermos que Jesus vem ao nosso encontro para nos socorrer e ajudar. Por vezes, nossos corações são tomados de dureza, impenitência, incredulidade. Também, por vezes, rejeitamos o convite de Jesus de vir a ele vazios e nos colocarmos diante da sua graça para sermos por ela preenchidos. Impedimos que a palavra de Jesus se realize em nosso coração, deixamos de ouvi-la com reverência, atenção e regularidade, e nos escondemos atrás de desculpas, tentando diminuir nossa condição pecaminosa. Assim, também estragamos os resultados da palavra de Jesus.
Os nazarenos foram lembrados por Jesus que, seus antepassados, rejeitaram os profetas de Deus. O problema é que eles não estavam rejeitando a pessoa que prega a palavra, mas o próprio Deus. Também agimos assim quando não aproveitamos as oportunidades de ouvir a palavra de Deus, quando deixamos de vir a Igreja para participar dos cultos, quando deixamos passar momentos importantes nos quais Deus quer falar ao nosso coração pela palavra. Assim o povo de Nazaré, que tinha o Salvador diante dos seus olhos, fechou as portas para
a pregação de Jesus, e Jesus retirou-se dali. Por isso, não tinham que culpar ninguém, senão a si mesmos, caso a condenação lhes sobreviesse. Nós também temos o Salvador diante dos nossos olhos nas muitíssimas oportunidades que Deus nos dá de termos acesso à palavra e sacramentos, e se o rejeitarmos, não temos que culpar ninguém outro, senão a nós mesmos, caso a condenação nos sobrevenha.
Jesus foi a Nazaré com o propósito específico de anunciar a boa notícia da salvação aos nazarenos. Ele foi levar a mais excelente notícia aos pobres: Eles tinham, diante de si o Salvador, que veio libertar os cativos, dar a vista aos cegos, dar liberdade aos oprimidos e anunciar que a graça e o amor de Deus estavam ali, diante dos seus olhos. Essa mais maravilhosa notícia também vale para nós: Jesus vem ao nosso encontro! Aquele nazareno é o Salvador do mundo, que deu a sua vida para resgatar, livrar e salvar todos nós. A incredulidade e dureza de coração, tão comuns ao nosso coração, são arrancados pelo poder extirpador do perdão dos pecados, conseguido pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ali estava o Verbo que se fez carne e que deu a sua vida à morte de cruz e ressuscitou para que os pobres, os cegos, os cativos, os oprimidos – todos nós – recebamos perdão, vida e salvação.
Jesus vem ao nosso encontro. Como ele faz isso? Através dos meios que ele escolheu: O Batismo, a Pregação da palavra de Deus e a Santa Ceia. Ele nos dá muitas e ricas oportunidades para termos acesso a esses meios: Cada culto, estudo bíblico, cada momento de leitura da palavra de Deus, é uma oportunidade extraordinária para ouvir o Salvador falar ao nosso coração. A maior motivação para virmos a Igreja e para mantermos um programa de leitura diária da palavra não é cumprir uma formalidade religiosa ou fazer boa obra para conquistar o favor de Deus; mas aproveitar da melhor maneira o momento rico de encontro com o nosso salvador; nós - pobres, cativos, cegos, oprimidos, - com o Salvador, que se fez pobre para nos enriquecer, que nos liberta de toda a escravidão que o pecado quer nos impor, que nos livra da cegueira da incredulidade e nos dá a liberdade das amarras do pecado que tanto nos oprimem e estilhaçam.
Assim, Jesus foi ao encontro dos nazarenos e manifestou a sua glória a eles. Eles o rejeitaram, e Jesus retirou-se dali. Jesus vem diariamente ao nosso encontro, na palavra e sacramentos. Qual será a nossa reação? Queremos acolhê-lo em sincera humildade, arrependimento e fé, suplicando que ele permaneça entre nós e realize em nós o seu trabalho: Perdoar nossos pecados, fortalecer a nossa fé, dirigir e guiar a nossa vida e equipar-nos para o serviço em seu reino. Que Deus nos ajude. Amém!
Rev. Silvio F. da Silva Filho
Igreja Evangélica Luterana do Brasil - Paróquia Paz de Vila Velha
Cristo para Todos - Compartilhando Experiências da Vida Com Deus
Vila Velha - ES
Obrigado caro colega.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Pastor Presidente da Assembleia de Deus de Madureira na PB se converte ao Islamismo
Cito a reportagem abaixo e comento depois.
Clilson Júnior
ClickPB/18 de janeiro de 2010
Muitos fatos marcaram a permanência do Pastor João de Deus Cabral a frente da Assembleia de Deus de Madureira na Paraíba. Presidente da Igreja na Paraíba e Secretário Nacional da Igreja no Brasil durante 15 anos, não foram suficientes para ser arrebatado ao Islamismo e servir ao Deus Allah.
A revelação foi feita por João de Deus Cabral durante a madrugada deste sábado ao Programa Sales Dantas na TV Litoral/TV Diário. João de Deus agora tem como principal objetivo de sua vida será servir a Alá e construir uma mesquita nos próximos meses na Paraíba.
João de Deus revelou que durante muito tempo servindo na Assembleia de Deus e proferindo palestras pelo Brasil, sempre era indagado sobre o significado do Natal, sobre a Santa Trindade. Essa busca e interrogações levaram a um estudo interno e a busca pela verdade. Viajou por vários países e chegou a conclusão após 5 anos que não existe a Santa Trindade e que o natal não representava o nascimento de Cristo. Para João de Deus, nome de batismo mesmo, essas datas foram criadas por um imperador de Roma, como forma de estabelecer uma data única que comemorasse dia 25 de dezembro o dia do Deus Sol, mudando logo após para chamarem de nascimento de Cristo, o sol da justiça.
O ex-pastor da Assembleia de Deus na Paraíba agora se diz agora muçulmano porque não é contra os Profetas Abraão, Jacó, Isaac, Ismael, Moisés ou Jesus (que a paz esteja com todos eles), mas porque vai procurar seguir os ensinamentos recebidos por eles revelados pelo nosso Único Deus, o Altíssimo.
Sou muçulmano não por imposição ou submissão a qualquer lei humana, mas porque aprendi a submeter-me voluntariamente a vontade de um Deus amoroso, que embora não seja meu pai, age muitas vezes como tal admoestando-me através de suas palavras presentes em seu Alcorão. Pois Ele é Clemente e Misericordioso. Não porque eu é que seja superior a ele, mas porque Allah é muito superior a nós dois. Allah hu Akbah! (Deus é Maior!).
João de Deus aproveitou para convidar a todos para uma palestra Palestra sobre a Fé e Crenças Islâmicas, que será realizada no próximo dia 30 do mês em curso, no Auditório do Hotel Xênius, localizado na Praia de Cabo Branco, que será proferida pelo Sheikh Mabrouk El Sawy Said, dirigente do Centro Islâmico do Recife.
Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9711
Comento:
É brincadeira? Só pode ser! Confesso que estou chocado!
O problema não é o Islamismo, de forma alguma, eu mesmo já estudei o tema, conversei com um Sheik e assisti a uma reunião numa mesquita. Mais uma vez, meus agradecimentos ao excelente acolhimento que tive. Minha questão é lembrar de um ditado popular muito sábio "não cuspir no prato que comeu".
Se a pessoa quer mudar de opinião, religião etc. que o faça, mas não saia desmerecendo tudo o que viveu anteriormente, afinal, somos fruto daquilo que vivemos, somos seres sociais e formados pela sociedade que nos influencia diretamente. Para isso serve o estudo, aí está a Sociologia para nos esclarecer um pouco mais sobre o assunto. Sem falar que, há também a Cristologia, a Trindade e outros pontos importantes e fundamentais na doutrina cristã que esclarecem dúvidas como estas, que sinceramente, com todo respeito, após 15 anos de ministério: NÃO DÁ PRÁ TER! Deixo inclusive algumas sugestões TILLICH, BARTH, BRUNNER. Pode lê-los que vocês não vão se arrepender.
Abraços do amigo indignado com essa situação.
Pr. Thiago Pacheco
Clilson Júnior
ClickPB/18 de janeiro de 2010
Muitos fatos marcaram a permanência do Pastor João de Deus Cabral a frente da Assembleia de Deus de Madureira na Paraíba. Presidente da Igreja na Paraíba e Secretário Nacional da Igreja no Brasil durante 15 anos, não foram suficientes para ser arrebatado ao Islamismo e servir ao Deus Allah.
A revelação foi feita por João de Deus Cabral durante a madrugada deste sábado ao Programa Sales Dantas na TV Litoral/TV Diário. João de Deus agora tem como principal objetivo de sua vida será servir a Alá e construir uma mesquita nos próximos meses na Paraíba.
João de Deus revelou que durante muito tempo servindo na Assembleia de Deus e proferindo palestras pelo Brasil, sempre era indagado sobre o significado do Natal, sobre a Santa Trindade. Essa busca e interrogações levaram a um estudo interno e a busca pela verdade. Viajou por vários países e chegou a conclusão após 5 anos que não existe a Santa Trindade e que o natal não representava o nascimento de Cristo. Para João de Deus, nome de batismo mesmo, essas datas foram criadas por um imperador de Roma, como forma de estabelecer uma data única que comemorasse dia 25 de dezembro o dia do Deus Sol, mudando logo após para chamarem de nascimento de Cristo, o sol da justiça.
O ex-pastor da Assembleia de Deus na Paraíba agora se diz agora muçulmano porque não é contra os Profetas Abraão, Jacó, Isaac, Ismael, Moisés ou Jesus (que a paz esteja com todos eles), mas porque vai procurar seguir os ensinamentos recebidos por eles revelados pelo nosso Único Deus, o Altíssimo.
Sou muçulmano não por imposição ou submissão a qualquer lei humana, mas porque aprendi a submeter-me voluntariamente a vontade de um Deus amoroso, que embora não seja meu pai, age muitas vezes como tal admoestando-me através de suas palavras presentes em seu Alcorão. Pois Ele é Clemente e Misericordioso. Não porque eu é que seja superior a ele, mas porque Allah é muito superior a nós dois. Allah hu Akbah! (Deus é Maior!).
João de Deus aproveitou para convidar a todos para uma palestra Palestra sobre a Fé e Crenças Islâmicas, que será realizada no próximo dia 30 do mês em curso, no Auditório do Hotel Xênius, localizado na Praia de Cabo Branco, que será proferida pelo Sheikh Mabrouk El Sawy Said, dirigente do Centro Islâmico do Recife.
Fonte: http://www.metodista.org.br/index.jsp?conteudo=9711
Comento:
É brincadeira? Só pode ser! Confesso que estou chocado!
O problema não é o Islamismo, de forma alguma, eu mesmo já estudei o tema, conversei com um Sheik e assisti a uma reunião numa mesquita. Mais uma vez, meus agradecimentos ao excelente acolhimento que tive. Minha questão é lembrar de um ditado popular muito sábio "não cuspir no prato que comeu".
Se a pessoa quer mudar de opinião, religião etc. que o faça, mas não saia desmerecendo tudo o que viveu anteriormente, afinal, somos fruto daquilo que vivemos, somos seres sociais e formados pela sociedade que nos influencia diretamente. Para isso serve o estudo, aí está a Sociologia para nos esclarecer um pouco mais sobre o assunto. Sem falar que, há também a Cristologia, a Trindade e outros pontos importantes e fundamentais na doutrina cristã que esclarecem dúvidas como estas, que sinceramente, com todo respeito, após 15 anos de ministério: NÃO DÁ PRÁ TER! Deixo inclusive algumas sugestões TILLICH, BARTH, BRUNNER. Pode lê-los que vocês não vão se arrepender.
Abraços do amigo indignado com essa situação.
Pr. Thiago Pacheco
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010
O Haiti no meu caminho
O que choca nesta tragédia do Haiti é a dimensão. Dezenas de milhares de mortos, cidades inteiras arrasadas, um mundo de gente em condições miseráveis e caóticas, enfim, uma catástrofe de proporções inimagináveis que causa perplexidade. Também o efeito mundial – são 23 países junto com o Brasil que contabilizam mortos e desaparecidos. Este é o ingrediente que chama a atenção: é uma tragédia titânica e global. Parecida com o atentado contra as Torres Gêmeas que matou gente de 60 países. Só que ali foi no coração da riqueza enquanto que nesta ilha caribenha no coração da pobreza.
Mas o Haiti logo estará esquecido. Afinal, a vida continua. E a morte também. Cada qual preocupado com o seu terremoto, com a sua sobrevivência. É claro, com exceções. Existem Zildas Arns, soldados da ONU, voluntários. Pois neste mundo há duas realidades conflagradas, algo parecido com o que acontece ali mesmo no Haiti. Cerca de cem quilômetros da zona devastada, na costa norte haitiana, luxuosos transatlânticos atracam em praias paradisíacas, com turistas comendo do bom e do melhor, enquanto sobreviventes brigam por água e comida em meio aos escombros. Mas, pensando bem, qual a diferença de cem ou dez mil quilômetros? A maioria de nós não está de férias, na beira de uma praia, comendo e bebendo? Ou protegido numa “barca de Noé” longe de qualquer tragédia, enquanto muita gente padece bem ao lado? Na verdade, o Haiti está em todo lugar e bem próximo de cada um, neste mundo que treme e sofre. O que se pode fazer?
Jesus disse o que pode ser feito na parábola do bom samaritano (Lucas 10.25-37). Diz a história que enquanto o sacerdote e o levita – pessoas de religião, mas sem a prática do amor – evitaram um moribundo que tinha sido assaltado, o samaritano acudiu-o gastando tempo e dinheiro. “Pois vá e faça a mesma coisa”, respondeu Jesus a um fariseu que precisava ouvir esta história. Pois no caminho de cada um cruzam pessoas soterradas e que necessitam urgentemente de resgate. Não podemos reconstruir a vida delas nem salvar o mundo. Mas podemos retirar algumas pedras e oferecer o mínimo de ajuda.
E se nestas horas ainda surge arrogância de que é castigo, ou blasfêmias contra a justiça divina, cabe ouvir o que escreve o mesmo evangelista. Pessoas chegaram a Jesus com “santa” satisfação comentando uma tragédia. O Salvador foi enérgico: “ – Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram” (Lucas 13.2,3). Sem comentários!
Catástrofes irão acontecer enquanto o mundo será mundo. E ninguém está livre. Se não estivermos sob os escombros, que tenhamos o sentimento de compaixão e de responsabilidade. E a decisão de socorrer.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
Muito obrigado caro colega.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
Mas o Haiti logo estará esquecido. Afinal, a vida continua. E a morte também. Cada qual preocupado com o seu terremoto, com a sua sobrevivência. É claro, com exceções. Existem Zildas Arns, soldados da ONU, voluntários. Pois neste mundo há duas realidades conflagradas, algo parecido com o que acontece ali mesmo no Haiti. Cerca de cem quilômetros da zona devastada, na costa norte haitiana, luxuosos transatlânticos atracam em praias paradisíacas, com turistas comendo do bom e do melhor, enquanto sobreviventes brigam por água e comida em meio aos escombros. Mas, pensando bem, qual a diferença de cem ou dez mil quilômetros? A maioria de nós não está de férias, na beira de uma praia, comendo e bebendo? Ou protegido numa “barca de Noé” longe de qualquer tragédia, enquanto muita gente padece bem ao lado? Na verdade, o Haiti está em todo lugar e bem próximo de cada um, neste mundo que treme e sofre. O que se pode fazer?
Jesus disse o que pode ser feito na parábola do bom samaritano (Lucas 10.25-37). Diz a história que enquanto o sacerdote e o levita – pessoas de religião, mas sem a prática do amor – evitaram um moribundo que tinha sido assaltado, o samaritano acudiu-o gastando tempo e dinheiro. “Pois vá e faça a mesma coisa”, respondeu Jesus a um fariseu que precisava ouvir esta história. Pois no caminho de cada um cruzam pessoas soterradas e que necessitam urgentemente de resgate. Não podemos reconstruir a vida delas nem salvar o mundo. Mas podemos retirar algumas pedras e oferecer o mínimo de ajuda.
E se nestas horas ainda surge arrogância de que é castigo, ou blasfêmias contra a justiça divina, cabe ouvir o que escreve o mesmo evangelista. Pessoas chegaram a Jesus com “santa” satisfação comentando uma tragédia. O Salvador foi enérgico: “ – Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram” (Lucas 13.2,3). Sem comentários!
Catástrofes irão acontecer enquanto o mundo será mundo. E ninguém está livre. Se não estivermos sob os escombros, que tenhamos o sentimento de compaixão e de responsabilidade. E a decisão de socorrer.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
Muito obrigado caro colega.
Abraços,
Pr. Thiago Pacheco
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