sexta-feira, 8 de maio de 2009

Reflexões Teológico-Cristãs na Modernidade e Pós-Modernidade

As mudanças sócio-políticas e econômicas, que a sociedade mundial vive, re-destacam as discussões acerca do papel gerador de sentido da religião e da ciência. A fase Moderna e Pós-Moderna detém o entrave entre o desaparecimento da religião e a ascensão da secularização. A luta entre o Misticismo e a Mística ganha destaque e preocupam teólogos e religiosos ao redor do mundo. Como lidar com os ataques da comercialização do sagrado, em relação ao dom de Deus inerente ao ser humano?

O valor, a qualidade, a importância que se dá às práticas e preceitos cristãos, é considerado como uma releitura dos valores humanos sob a ótica de Jesus Cristo. Dentre esses valores, emergiram as reflexões sobre a Bioética, a Sexualidade e a família, a Ética na vida socioeconômica, e a Ética na comunicação.

A Bioética, junção do saber científico e humanista, se dispõe a pensar de forma ética os avanços biológicos de forma que a sobrevivência seja garantida, sem perda dos valores básicos de todo ser humano. Pensar o início da vida humana, assim como o fim dela, e questões como saúde movimentam as reflexões sobre o respeito à vida humana. O problema da superpopulação, do aborto, das experiências com células-tronco, bem como, alcoolismo, AIDS e, finalmente, a morte, à historicidade e dignidade humanas.

A reflexão acerca do tema “sexualidade e a família” expõe alguns valores, como: a paternidade, as linguagens de amor, as dificuldades que afetam as famílias e a homossexualidade. Homem e mulher são companheiros e se atraem corporeamente, na contraposição dos sexos. Erroneamente reduz-se a sexualidade à “genitalidade”, mas ela se define na esfera afetiva, sob o ápice do amor. O fruto do amor conjugal são os filhos e filhas, que acolhidos e educados propagarão o compromisso sério com a vida. Infelizmente, a paternidade perde seu caráter autêntico e assume, em alguns setores, uma sistematização, exclusivamente, relacionada à fertilidade. Isso tudo gera problemas como famílias sem pai ou mãe, mães e pais solteiros, além de jovens prematuros contraindo o matrimônio. Enfim, a questão homossexual também se depara com as reflexões sobre sexualidade e família. A tensão entre respeitar o individuo e suas decisões, com a defesa dos valores cristãos, oficialmente, aceitos, também gera instabilidade e desconforto no seio das famílias e na forma como elas lidam com sua sexualidade.

A Ética na vida socioeconômica e na comunicação são reflexões muito atuais e que ganham destaque constante, ao se relacionarem com: o liberalismo, o androcentrismo, a destinação universal dos bens, a política, o autoconhecimento etc. A palavra, como meio privilegiado de comunicação, deve se preocupar com a busca e respeito à verdade. A sociabilidade expandida, dos dias atuais, deve considerar a “máquina” da propaganda, como instrumento de progresso da verdade e da solidariedade, e não, de forma antiética, meio de manipulação das massas.

O liberalismo, a alienação e a rejeição da ética precisam ser contrapostas ao pensamento social cristão. A reflexão ponderada a respeito da globalização, das exigências do mercado, e do direito primordial de cada ser humano precisam culminar em uma cultura global de solidariedade. A difusão de uma justiça distributiva poderá aumentar o nível de famílias assistidas pela saúde e bem-estar, e, assim, promover o avanço socioeconômico coletivo, de forma sadia.

Cremos que se reflexões, como as apresentadas, fossem mais cotidianamente sugeridas e difundidas, as sociedades ao redor do mundo, assim como toda a humanidade, e a criação, poderiam experimentar de uma melhora significativa e gradual. Não cremos ser possível a resolução de todas as diferenças e entraves políticos, culturais, religiosos e econômicos entre todas as pessoas, mas é, certamente, possível a redução drástica das desigualdades sociais, da discriminação entre etnias e a exploração do próximo.

Por isso, finalizamos citando o ensinamento registrado no Evangelho segundo Mateus: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma e todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo"

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